O técnico José Mourinho concedeu coletiva de imprensa na véspera do jogo contra o Schalke 04, válido pela terceira rodada da fase de grupos da Champions League. Além do técnico, o zagueiro John Terry também falou à imprensa e foi o único jogador que o português confirmou para a partida amanhã às 16:45.
Para Mourinho a partida contra o Schalke fora de casa é o jogo mais difícil para o Chelsea na fase de grupos e o treinador não poderá contar com Ashley Cole para a partida.
“É difícil para um time ir com força máxima, porque sempre há alguém que fica de fora por lesões ou suspensões. Eles perderam dois jogadores, mas nós também. Ashley Cole é um jogador importante para nós e ele não jogará. Não há nada demais nessas coisas. Um time é formado por um elenco e não apenas por 11 jogadores e eles tem elenco para substituir os lesionados. Qual é a diferença entre Farfan e Clemens ou Meyer, entre Höger e Neustadter? Eles têm um bom time e um adversário de qualidade, e espero que nós consigamos ser melhores do que eles. Nós vamos jogar duas partidas seguidas contra o oponente mais forte do grupo e nós precisamos ganhar pontos nas duas partidas. Amanhã é um jogo que nós queremos vencer e vamos tentar” Mourinho falou sobre os adversários que não contarão com quatro titulares.
O técnico também falou sobre possíveis mudanças no Chelsea, após optar por não treinar no campo do Schalke em Gelsenkirchen.
“Eu já sei o time que vou escalar, mas ainda não falei com os jogadores. Com apenas dois dias entre as duas partidas eu não fiz nenhum treino tático e por isso os jogadores não sabem quem jogará. Eu sigo um princípio de não falar à imprensa quem joga antes de falar com os meus atletas. Eu ainda tenho que fazer uma escolha para o jogo amanhã – decidir entre David [Luiz] e Gary [Cahill],” disse o técnico após confirmar que Terry estará no time que vai a campo.
Mourinho garantiu não estar preocupado com a classificação ainda, dizendo que ainda há muito tempo antes de comessem a fazer os cálculos para saber das chances do time passar para as oitavas e também de terminar em primeiro no grupo.
“Eu não creio que já seja a hora de usar a calculadora e fazer contas dos números de pontos necessários para nós nos classificarmos, para ficarmos em primeiro ou em segundo ou jogar a Europa League. Eu creio que a hora de fazer essas coisas é no quinto jogo. No terceiro e quarto jogos você pensa apenas na partida em si, tentando vencer ou pelo menos garantir um ponto, mas basicamente jogar sem a pressão da calculadora. Nós perdemos o primeiro jogo em casa, mas vencemos o segundo fora, então já conseguimos equilibrar as coisas,” ponderou o português.
Perguntado a respeito de André Schürrle e Samuel Eto’o, Mourinho elogiou seus comandados.
“Ele [Schürrle] precisa de tempo para se adaptar à nova liga e também ao novo estilo de competição, mas ele é um ótimo jogador que tem a mente aberta para aprender e trabalhar duro e por isso nós estamos depositando nossas esperanças nele. Estamos muito felizes com o investimento que fizemos nesse jovem jogador. Eto’o também precisa de tempo porque na sua carreira ele jogou na Espanha, na Itália e um curto tempo na Rússia e por isso precisa se adaptar ao futebol inglês. Desde o primeiro dia ele causou impacto entre os jogadores, pois todos podem ver sua grande qualidade em um período de tempo tão curto conosco. A partida contra o Cardiff foi boa para ele, não apenas pelo gol que marcou, mas também pela sua participação no jogo. Ele se movimentou muito bem; durante o primeiro tempo em que o Cardiff estava jogando bem fechado, ele foi o jogador que mais se movimentou e conseguiu achar espaços. O gol dá a ele a confiança e motivação que ele precisa para seguir progredindo, mas ele tem muita qualidade e obviamente está muito feliz por ter marcado.”
Por fim, Mourinho foi perguntado sobre a sua expulsão no jogo do fim de semana, quando o árbitro Anthony Taylor ordenou que o treinador abandonasse o banco de reservas. O português manteve sua postura durante a partida e acredita que houve um erro de julgamento da parte do juiz da partida quanto ao tempo que o Cardiff levava para repor a bola e também ao validar o gol de Eden Hazard após Eto’o tomar a bola do goleiro Marshall enquanto ele a quicava no gramado.
“Se eu pago ingresso e vou ao estádio assistir a uma partida eu estaria preocupado com o fato de que toda vez que o adversário tinha que repor a bola em jogo eles demoravam cerca de 21.5 segundos para fazer isso. Isso é um desperdício de dinheiro. Você paga ingresso para assistir o jogo, mas cada vez que a bola para você tem de esperar meio minuto pela reposição. Quando você multiplica isso pela quantidade de vezes que o jogo é parado você vê que pagou para assistir 90 minutos de futebol, mas só assistiu 55-60. Para mim isso é quebrar as regras. Marcar um gol com a mão ou validar um gol que sequer entrou como aconteceu na Alemanha esse fim de semana é contra as regras e isso não é engraçado. Na Inglaterra isso não acontece mais [validar gols de bolas que não entraram], mas eu sei o que é chorar no vestiário após nós perdemos uma semifinal de Champions League com um gol que não entrou.”
“Samuel fez algo inteligente, mas a FIFA atualmente diz que aquilo é falta, então é falta e pronto, mas eu acho que Samuel agiu bem. Talvez o árbitro tenha tomado a decisão errada. Na minha opinião isso deveria ser permitido, já que tem sido assim por anos,” concluiu Mourinho.
