Segundo a coluna do jornalista Martin Samuel, escritor do portal Daily Mail, um possível Fair Play Financeiro foi proposto por quatro dos mais tradicionais clubes da Premier League: Manchester United, Arsenal, Liverpool e Tottenham.
A adoção das regras, estabelecidas pela UEFA, pelo torneio inglês impediria investimentos exorbitantes, comumente praticados por proprietários, e dificultaria a aquisição de outros clubes ingleses por ‘novos’ Roman Abramovich ou pelos endinheirados Sheiks árabes, o que impediria que ‘novos ricos’, tais como Chelsea e Manchester City, surgissem no futuro.
Ainda segundo a publicação de Samuel, o acordo entre os quatro clubes é uma clara demonstração de incômodo, principalmente de Man United e Arsenal, que vem perdendo suas respectivas posições de destaque para os clubes azuis, já que nos últimos anos tanto Chelsea quanto Manchester City tem elevado o nível da competição, o que obriga que estes clubes invistam muitas libras em novas contratações.
Além disso, a possível aquisição de clubes médios como West Ham ou Blackburn faz com que as negociações em torno de jovens revelações com potencial se tornem altamente lucrativas ao clube formador, já que estes não necessitariam de recursos urgentes, o que fará com que esses clubes possam estender as negociações por um período maior e, consequentemente, valorizar o passe do atleta, gerando despesa aos cofres dos reclamantes.
Não se trata, portanto, de uma medida preventiva que beneficia a liga e protege os clubes, como afirma David Gill, Diretor Geral do Manchester United. Pelo contrário, trata-se de uma medida desesperada que visa bloquear a Premier League de novos concorrentes e que pode causar uma drástica queda na qualidade do futebol jogado na terra da Rainha. Com o bloqueio montado, os clubes ingleses que dependem de investimentos vindos do exterior dificilmente poderiam investir na contratação de jovens jogadores talentosos tais como Juan Mata, Eden Hazard, David Silva ou Sergio Aguëro. Exceção feita aos clubes que tem alta receita gerada, casos de Man United e Arsenal. Estes clubes seriam os únicos aptos a competir no mercado internacional. Tal disparidade econômica resumiria a competição entre estes clubes, transformando o Campeonato inglês em uma espécie de nova ‘La Liga’.
(Foto: Daily Mail)
(Foto: Daily Mail)
Entenda o processo de votação
Tudo depende da votação a ser realizada por todos os clubes da liga. Resumidamente, para que se possa mudar a regra financeira da Premier League deve-se ter a assinatura de pelo menos 14 dos clubes participantes. No momento, apenas Manchester United, Arsenal, Liverpool e Tottenham são a favor do Fair Play Financeiro. Do outro lado da balança, Chelsea, Manchester City, Aston Villa, Fulham e West Bromwich são terminantemente contra qualquer tipo de bloqueio. Sobram portanto 11 votos a serem disputados entre os grupos divergentes. Veja a lista completa de clubes abaixo:
Clubes a favor do Fair Play Financeiro
Manchester United ; Arsenal ; Liverpool ; Tottenham Hotspurs.
Clubes contra o Fair Play Financeiro
Chelsea ; Manchester City ; Fulham ; West Brom ; Aston Villa.
Clubes momentaneamente sem posição.
Everton ; Stoke ; Swansea ; West Ham ; Norwich ; Sunderland; Southampton ; Newcastle ; Wigan ; Reading ; QPR.
