Impasse na Premier League por direitos televisivos do exterior está longe de acabar

Como dividir a renda obtida pelos direitos televisivos do exterior? No dia 28, representantes dos 20 times da Premier League se reuniram para conversar sobre o assunto, e esperava-se uma votação na quarta-feira (4) a respeito. No entanto, segundo a imprensa inglesa, os envolvidos decidiram que o assunto merecia mais discussão e não cabia ao momento uma escolha. Desde que a liga foi criada, 25 anos atrás, esses direitos são divididos igualmente entre todos os times. Porém, agora a renda gerada ultrapassa 1 bilhão de reais, e alguns times defendem que o contexto não permite mais a divisão igualitária.

Vejamos os fatos. O atual presidente executivo da Liga, Richard Scudamore, apresentou recentemente uma nova proposta que distribui 35% do lucro de acordo com a posição do campeonato, enquanto o resto seria dividido igualmente. Isso significa que quanto melhor o time se sai na temporada, tem mais direito a receita. De acordo com o The Guardian, jornal britânico, essa ideia dividiu a liga entre os “grande seis” e os outros.

Os “grandes seis” são Manchester City, Manchester United, Arsenal, Liverpool, Chelsea e Tottenham Hotspur. Eles defendem que seus nomes são os responsáveis por trazer a atenção dos canais de TV para comprar direitos da Premier League, enquanto que os outros times – particularmente os mais novos na divisão – argumentam que o fator decisivo na escolha dos canais em investir no campeonato inglês está na alta competitividade e nível de jogo, e não no nome de time X ou Y.

O impasse cresce porque não se vê uma saída. Os grandes seis ameaçam deixar a Premier League e formar uma Super League europeia se a proposta não for aprovada, porém, é um pouco difícil acreditar que isso realmente será cumprido, já que faz pelo menos 25 anos que a ideia existe e não sai do papel (por diversos fatores, como a torcida e os patrocínios). Enquanto isso, o resto dos times fica confortável na negociação, pois de acordo com o estatuto qualquer mudança nas regras necessita de dois terços dos votos a favor.

Nenhum lado parece querer ceder, mas ambos concordam que a receita de transmissão no exterior está se tornando cada vez mais importante. Enquanto a disputa pelos direitos domésticos entre a Sky e a BT gira nos bilhões, mas não se espera que seja tão acirrada como no ano passado – em que houve um aumento no valor de 70% – os direitos internacionais continuam a subir de forma acentuada.

No mais, a discussão se resume as mais ricos da liga quererem ficar mais ricos ainda, enquanto que os times menores vão perdendo um valor de arrecadação. O resultado de uma distribuição desigual é nítida para quem acompanha futebol no Brasil: os times grandes ficam mais ricos, conseguem investir em melhores jogadores, enquanto o contrário acontece nos times menores. A competitividade é a parte mais legal da Premier League, será que queremos acompanhar um novo “Brasileirão”?

Category: Competições

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Article by: Chelsea Brasil

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