Perto de mais uma final de Champions League, o Chelsea chamou o treinador responsável pelo último feito para relembrar aquela campanha.
Além de Roberto Di Matteo, seu auxiliar na época, Eddie Newton, também participou do momento, que reviveu boas lembranças da torcida Blue.
Pressão diferente
Ex-jogador do Chelsea, o treinador que venceu a Champions League com os Blues comparou as experiências dentro e fora de campo.
“A responsabilidade está toda com o treinador. Como jogador, você pode compartilhá-la com seus colegas de equipe – o sabor da vitória ou a dor da derrota. Como treinador, é apenas você mesmo. Você carrega toda a responsabilidade”.
“A experiência que você ganha como jogador o ajudará a ser um treinador, mas ser um treinador é completamente diferente. Para mim, é completamente distante de ser um jogador de futebol”.
Superstição faz parte
Algo que não muda no futebol, para torcedores, jogadores ou treinadores, é a superstição. Companheiro de Di Matteo na conquista da FA Cup de 1997, Eddie Newton relembrou alguns pensamentos relacionados às crenças antes da final de 2012.
“Eu tinha que ir às reuniões antes do jogo e o troféu da Champions League estava lá. Um funcionário do Bayern disse: ‘Você deveria ir e tocá-lo, pegá-lo. Tire uma foto’. Não, não, não, não, amigo. Eu farei isso depois do jogo. Não jogue esses jogos. Já estou no futebol há muito tempo, disse eu. Não jogue esses jogos comigo’.
“Petr Cech tinha me dito que em Moscou em 2008 [quando perdemos a final para o Manchester United] tudo à sua volta estava vermelho. Em Munique, o estádio era azul, tudo era azul desta vez. Pequenas coisas como essa entram na mentalidade dos jogadores. E entra. Só aquela coisinha para fazer sentir: ‘É a nossa vez!'”.
Inspiração
Antes da partida, Roberto Di Matteo reuniu o elenco no hotel. Enquanto isso, passou um vídeo motivacional, com mensagens dos familiares e pessoas queridas dos jogadores.
“Foi apenas um pequeno toque pessoal. Vou lhe dizer, isso removeu muita tensão e nervosismo da sala. Eu me lembro muito bem disso. Foi uma surpresa para a equipe. É um grande jogo. Por mais calmos que todos queiram ser, na noite anterior a um grande jogo você está um pouco tenso”.
“Isso foi um toque pessoal para mostrar que todos estavam conosco – as esposas, os pais, os filhos. Quando entramos na sala, havia uma tensão. Após a reunião, não posso dar uma razão, mas os jogadores estavam um pouco mais relaxados. Você podia sentir isso”.
“Não consigo me lembrar da inspiração [para a ideia]. Apenas pensei… atrás dos jogadores, que passam muito tempo longe de casa, há uma esposa, pais para os jogadores mais jovens, sempre alguém que você deixa para trás. Eu só queria fazer algo diferente”.
“Localizamos a mãe de Michael Essien na África e ela gravou uma mensagem para ele. Michael era muito chegado a ela. Havia algumas lágrimas, mas também era engraçado”.
Sensação de dever cumprido
Finalmente, o título. Emocionado, Eddie Newton relembrou a sensação e os pensamentos daquele momento.
“Para entrar em sua casa, enfrentá-los e ganhar – isso é especial. Especialmente para ganhar a primeira Champions League do clube. Quando eles desceram aquela bandeira – nossa cidade, nosso estádio, nosso troféu – eu pensei: ‘Seus atrevidos… tudo bem, tudo bem’. Aqui vamos nós. Eu entrei no vestiário e disse: ‘A propósito, não estou compro isso. Vamos lá’. Todos estavam juntos”.
“Soubemos que era nosso momento apenas a partir do jogo de Barcelona. Depois disso, eu disse: ‘Se não ganharmos a Champions League desta vez, não ganharemos nunca”.
“E depois foi uma grande noite. Lembro-me de me sentar ao lado de Florent Malouda depois e dar-lhe um abraço. Você podia ver, ele estava olhando para o abismo, como se quisesse dizer: ‘Finalmente consegui’. Ele estava apenas sentado ali. Era uma foto, olhando para todos os rostos. O clube vinha perseguindo isto há muito tempo”.