Temos que reconhecer os nossos próprios erros. Mais uma vez, uma equipe que não encantou aos olhos, mas mesmo assim teve oportunidades. Não marcou, levou. A culpa, para boa parte da torcida? Da arbitragem. Faça o favor.
O primeiro lance da partida foi para empolgar o torcedor do Chelsea, além de servir como um bom argumento para José Mourinho seguir escalando sua equipe sem referência no ataque. Hazard, atuando como centroavante, foi acionado por Willian e avançou pela direita, batendo firme para a defesa de Boruc.
Apesar da boa impressão, os Blues passaram alguns minutos “batendo cabeça” após o bom lance de abertura na partida. A posse de bola, que chegava a quase 70%, era extremamente improdutiva. Nenhum dos jogadores que se aventuravam na função de centroavante parecia confortável (nem treinado) para desempenhar o ofício. Entre as peças ofensivas, Pedro foi a mais ativa, porém cometeu alguns erros por preciosismo.
Até os 25 minutos, o Bournemouth esperou o Chelsea, fazendo marcação eficiente e bastante física, se aproveitando de contra ataques para assustar. A recomposição dos laterais Ivanovic e Baba vinha sendo bastante lenta, possibilitando que King e Stanislas tivessem boas oportunidades, exigindo Courtois.
Na segunda metade do primeiro tempo, o físico dos visitantes passou a pesar, abaixando a intensidade. Mesmo assim, a equipe do Bournemouth se sentiu confiante para trabalhar mais a bola ofensivamente, sendo, assim, “traído”. Nesse período, o Chelsea chegou e por pouco não abriu o placar com Hazard e Pedro, em contra ataques. Como time que deveria propor o jogo, por atuar em casa e viver momento complicado no campeonato, não deixa de ser uma estratégia curiosa. A etapa se encerrou com o Chelsea melhor, mas sem animar a torcida.
A etapa complementar trouxe o Bournemouth em outra postura, assumindo o defensivismo. Diego Costa entrou na vaga de Oscar, que a foi a peça ofensiva destoante do primeiro tempo. Pedro e Willian cresceram, tendo bastante campo para trabalhar a bola e criar oportunidades, enquanto Diego e Hazard jogavam mais voltados ao gol.
As chances passaram a surgir em bom número. Willian de fora da área, chute passou próximo da trave. Matic de cabeça na pequena área, fora. Diego Costa desvia após escanteio, mas ninguém aparece para completar. Ivanovic pela direita, chute desviado e boa defesa de Boruc. Diego avança pela esquerda, cruza e reclama toque de mão. Tudo isso ocorreu em apenas 10 minutos.
Depois da blitz, os Blues abaixaram o ritmo. Uma nova oportunidade só apareceu aos 29 minutos quando, após troca de passes, Ivanovic cruzou visando Pedro, que não alcançou a bola. Na base do desespero, o time todo se lançou ao ataque. E é claro, que na fase atual, tudo daria errado.
O Bournemouth encaixou um contra-ataque que gerou uma cobrança de escanteio. Após um desvio e a falha de Courtois na saída de bola, Murray, em posição duvidosa e muito difícil para árbitro, marcou o gol. Mourinho colocou Traoré e Remy, já sem esquema tático, para tentar algo no final. Nada feito, e mais uma derrota.
Considerações: Pelas redes sociais, o que mais se encontra são torcedores colocando a culpa no árbitro. Sobre o pênalti: pela regra, deveria ser marcado. O lance? Muito difícil para o juiz, não foi uma situação claríssima para a marcação. Sobre o gol do Bournemouth: pela televisão, com diversos replays, não se chegou a um veredito. A impressão foi de mesma linha e gol legal. Mas imagine para o árbitro tomar uma decisão deste porte, com apenas um ângulo (complicado). Não teve culpa direta em nenhum dos lances.
A culpa é mais uma vez da falta de eficiência. O Chelsea chegou bastante, especialmente no segundo tempo, esbarrando em Boruc e nas duas próprias pernas. A culpa é de Oscar e Fàbregas, que fizeram uma partida extremamente apagada. A culpa é de Ivanovic e Baba, que fizeram uma recomposição lenta durante toda a partida. A culpa é do sistema tático, que foi armado para contra atacar e teve que ser corrigido. A culpa é nossa. Chega de coitadismo.
Avaliação:
Courtois: 4,0: Exigido pouco durante a partida, falhou em lance capital.
Ivanovic: 4,5: Quando teve liberdade para atacar, foi até bem. Marcando, os mesmos problemas de sempre.
Zouma: 5,5.
Cahill: 5,0.
Baba: 4,5: Recompôs lentamente durante todo o jogo.
Matic: 6,0: Boa saída de jogo, mas ainda a falta de desarmes marcantes.
Fàbregas: 3,0: Rodou a bola durante 80 minutos, até ser substituído.
Willian: 6,5: Conduziu bem a bola e teve criatividade. Faltou arriscar mais.
Pedro: 7,0: Se destacou hoje, com bastante intensidade e participação.
Hazard: 6,0.
Oscar 4,0: Se apresentou pouco, e quando teve oportunidades desperdiçou.
Diego Costa: 6,0.
Traoré e Remy: Sem nota.