
O primeiro tempo do Chelsea enganou, e muito bem. Compactação excelente, meio-campo aproximado com boas trocas e defesa segura. Na segunda etapa, entretanto, voltamos para a realidade. O desgaste em campo veio junto com a previsibilidade, e o empate do Dínamo de Kiev aconteceu. Sorte a nossa que Willian vem treinando muitas cobranças de falta após o final do expediente em Cobham. Abaixo, o relato de mais um jogo decepcionante, mas que dessa vez contou com um final feliz.
A escalação de José Mourinho trouxe uma surpresa que, pelo momento, é extremamente compreensível. Hazard sentou no banco, gerando uma nova configuração no meio-campo, que foi bastante agradável. Atuando aberto pelo lado esquerdo, Oscar foi ativo, encurtando espaços com os volantes e o armador Fábregas, além da perfeita recomposição defensiva. Melhor do time durante a primeira etapa. Já Fàbregas, mesmo mais apagado que o brasileiro, fez o que um armador deve fazer (e que Oscar não vinha fazendo): criar oportunidades. Na mais notável, Diego saiu cara a cara com o goleiro e, ao invés de tentar a finalização, buscou uma simulação de pênalti. Há quem defenda.
Merecendo um gol antes do final do intervalo, o Chelsea ganhou um de presente: Willian, mais uma vez bem no jogo, recebeu um belo lançamento de Baba e cruzou para a área. Dragovic tentou cortar e, em uma infelicidade, jogou contra a própria meta.
Com a vantagem, o Chelsea foi para a etapa complementar em um ritmo completamente diferente. Centroavante, Yarmolenko dava trabalho ao abrir espaços, complicando a vida dos zagueiros. Já Derlis González tentava a individualidade e também fazia com os que volantes do Chelsea trabalhassem. A única boa oportunidade do Chelsea veio com Oscar, após passe de Fàbregas, que gerou pela defesa do goleiro.
Tanta apatia que, em certo momento, o empate era previsível. E ocorreu. Begovic, que até o momento vem fazendo uma ótima temporada, falhou na saída de bola. Dragovic (logo ele) ficou com a redonda e se redimiu com a torcida de Kiev, empatando o jogo.
Mourinho imediatamente mexeu, com Hazard e Pedro, mas quem salvou sua vida foi outro jogador. Willian, em cobrança de falta muito bem feita, deu números finais para a partida. No momento do gol, inclusive, o estádio explodiu, cantando o nome dele: José Mourinho. Como muito bem colocou Bruno Formiga, comentarista do Esporte Interativo/Space: precisamos aclamar aqueles que realmente merecem, pelo momento. Mourinho é ídolo, mas vem errando e precisa de, principalmente, mais humildade. A vitória de hoje caiu do céu, e não foi por sua causa.
Notas/considerações:
Begovic – 4.0: Fez uma boa defesa, mas falhou bisonhamente no gol de Dragovic. Tem crédito, mas o erro não pode passar.
Azpilicueta – 6.0: Seguro como o habitual, mas mais ausente no apoio.
Zouma – 7.0: Fez um jogo regular, salvando-nos de um gol com um desarme brilhante. Não saia do time, por favor.
Terry – 6.0: Partida “ok” do capitão, que fez uma marcação boa em Yarmolenko.
Baba – 6.5: Bem na defesa e com algum repertório ofensivo, como no lançamento para Willian no primeiro gol. Precisa de mais minutos para evoluir.
Matic – 6.0: Jogo seguro, sem comprometer.
Ramires – 5.5: Foi até importante em alguns momentos, mas voltou a demonstrar uma característica irritável: a afobação. Precisa parar.
Willian – 7.5: Já fazia um bom jogo, em sua média, coroado com um gol. Melhor em campo.
Fàbregas – 6.5: Criou chances e fez, provavelmente, seu jogo mais decente da atual temporada.
Oscar – 7.0: Primeiro tempo muito bom, ocupando a faixa esquerda e fazendo uma rotatividade muito boa com a bola. Também fez seu melhor jogo na temporada.
Diego Costa – 3,5: Só apareceu nos highlights para simular um pênalti.
Hazard, Pedro e Cahill: Sem nota
José Mourinho – 6,0: Agradou na escalação, mas demorou muito a mexer em um momento que o empate já era claro. Quase custou o resultado. No geral, não mereceu sair com a aclamação dada pela torcida novamente. Todos merecem ser questionados.