
O Chelsea começou a partida adiantando suas linhas, com marcação pesada na saída do Everton e muita movimentação para a diminuição do espaço no meio-campo. A princípio, a tática se desenhava de maneira promissora, com a equipe adversária tendo complicações na saída. Entretanto, não demorou para que a talentosa meia-cancha rival passasse a acertar algumas trocas de passes e conexões diretas, levando perigo principalmente com a criatividade de Barkley e a velocidade de Lennon e Mirallas pelos flancos.
Mesmo assim, o primeiro grande momento foi dos Blues. Após recuperação, Willian soltou a bola para Fàbregas e passou em velocidade para a área. O espanhol acionou o brasileiro, que finalizou forte, para a defesa de Howard. A resposta veio minutos depois. Boa trama na área de Courtois e a bola sobrou para Oviedo, que chutou com perigo.
Na reta final do primeiro tempo, foi o Everton quem passou a ter um maior controle de ritmo. A posse de bola, que era do Chelsea, se equilibrou, e algumas chances surgiram. Primeiro, com Lukaku, após dividida com Terry e finalização próxima da meta. Depois, com Mirallas, que driblou Zouma, partiu em velocidade, e chutou com força, no canto. Grande defesa de Courtois no último momento de relevância no primeiro tempo.
A etapa complementar começou sem nenhuma equipe apresentando total controle das ações. No entanto, em seu primeiro grande momento da partida, o centroavante Lukaku mostrou o porque de ser um dos melhores nomes da atual Premier League. Após receber passe de Barkley, o belga levou dois jogadores, apenas na proteção de bola, e abriu para Baines. Com liberdade, o lateral-esquerdo jogou na área. Terry, ao tentar cortar, jogou contra a própria meta. E teve mais. Barkley, o centro de tudo na equipe do Everton, novamente abriu para Baines. O cruzamento buscou Mirallas, que dominou e finalizou com perfeição.
Nesse momento, houve uma desesperança geral, que vem acompanhando o Chelsea durante toda a temporada. Mas, dessa vez, dois personagens importantes conseguiram tirar a equipe do calvário e devolver a competitividade para a partida. Fàbregas, que já havia tido um grande momento segundos antes, após toque de calcanhar e grande defesa de Howard, repetiu a dose. Lançamento sublime para Diego Costa que, na explosão, ganhou de Stones na velocidade e driblou Howard para marcar. 1-2. Dois minutos depois, os papéis se inverteram. Dessa vez, Diego fez uma bela parede de calcanhar para a chegada de Cesc, que finalizou com precisão. O empate veio rápido.
A partir daí, o jogo seguiu um ritmo frenético, com um ritmo forte e boas chances para ambos os lados. O momento de maior destaque foi o segmento 30-31 minutos. Em boa trama do ataque do Chelsea, Azpilicueta encontrou Diego Costa entrando na área para finalizar, mas o hispano-brasileiro furou. Logo na sequência, Barkley enfiou para Mirallas, que entrou com liberdade no 1×1 vs Courtois. Melhor para o arqueiro do Chelsea.
Por um momento, em questão de volume de jogo, o Chelsea esteve mais próximo do gol. Entretanto, próximo do fim, um duro golpe. Sequência de cruzamentos de Deulofeu que, na segunda tentativa, encontrou Funes Mori com liberdade para marcar. A comemoração foi bastante alongada, portanto, 7 minutos de acréscimos, que seguraram a esperança do Chelsea e a emoção da partida.
Pois bem. 97:48 (ainda dentro do prazo). Após bate-rebate, Terry, de letra, deu números finais ao jogo. A posição era irregular e, é claro, deixa uma mancha. Mas nada que nos faça deixar de comemorar um resultado sofrido em um jogo de altíssimo nível.
Considerações: Guus Hiddink é um profissional bem intencionado, e sua ofensividade, principalmente no posicionamento das linhas, agrada. No entanto, faltou sensibilidade para reconhecer um Everton superior tecnicamente para se “acovardar”. Não o fez, o assim saíram os dois gols. O empate veio graças a inspiração da dupla Cesc-Costa, e a virada perfeitamente poderia ter acontecido, visto que o Chelsea era fisicamente superior no jogo. Uma série de reviravoltas ocorreu (relatadas acima), e o jogo ainda teve um gol para cada lado, com uma grande polêmica ao fim. Justo pelo o que foi produzido pelas equipes, mas claramente com um ar de injustiça para o Everton. E eles, nesse caso, podem reclamar a vontade, não existe defesa. Mas nós não podemos deixar de apreciar o belo gol do capitão John Terry.
Foi esse, provavelmente, o melhor jogo do Chelsea como mandante desde a saída de Mourinho. Demonstramos certa imponência diante de um forte Everton. Mesmo assim, muitos erros, principalmente defensivos. Matic e Mikel não funcionam em conjunto. O sérvio esteve perdido na marcação e atrapalhado ao sair para o ataque. Já Mikel, mais recuado do que o parceiro, não achou Barkley durante a partida. Ofensivamente, Pedro segue jogando muito mal. Na balança, positivo em termos de desempenho. Mas é óbvio que precisamos de mais.
Avaliações:
Courtois – 6,0
Ivanovic – 7,0
Zouma – 6,5
Terry – 6,0
Azpilicueta – 6,0
Mikel – 4,5
Matic – 4,0
Willian – 7,0
Fàbregas – 8,5
Pedro – 4,0
Diego Costa – 8,0
Kenedy 6,0
Oscar 5,5
Remy 5,0
–
Howard – 6,0
Oviedo – 6,5
Stones – 6,0
Jagielka – 5,5
Baines – 8,0
Besic – 7,0
Barry – 6,5
Lennon – 6,0
Barkley – 9,0
Mirallas – 7,5
Lukaku – 7,0
Pienaar 5,5
Deulofeu 7,0