É difícil avaliar atuações e variáveis táticas diante de um adversário praticamente inoperante, que está duas divisões abaixo da sua. Mas, no caso do Chelsea versão 2015/16, até nesse caso é possível enxergar alguns problemas. O fato de a partida diante do Scunthorpe United ter sido em Stamford Bridge, a essa altura, foi um grande negócio para os Blues. Afinal, um jogo na casa do adversário provavelmente teria trazido surpresas desagradáveis.
O primeiro tempo da partida trouxe um Chelsea corajoso em seu posicionamento. Cahill e Zouma (jogadores mais recuados do time), por exemplo, passaram a maior parte do tempo atuando à frente da linha do meio-campo, encurralando a equipe adversária, que foi obrigada a apelar para chutões durante todo o tempo. Com essa tática, era esperado que o jogo se decidisse rápido, mas essa hipótese não se confirmou.
É fato que Diego Costa abriu o placar na primeira grande chance da partida, aos 12 minutos, após cruzamento de Ivanovic. Mas o voluma criativo não se manteve. Muita posse de bola e criatividade limitada, sem jogadas individuais ou um jogo coletivo eficaz. As boas chances vieram com chutes de fora da área, em especial de Fàbregas, Pedro e Oscar. Suficiente para a vitória parcial no placar. Mas ainda muito pouco.
Na etapa complementar, o volume do Chelsea em intensidade caiu drasticamente. Até os 24 minutos, quando Loftus-Cheek conseguiu deixar sua marca, o time sequer assustou o goleiro adversário, além de deixar com que o Scunthorpe começasse a gostar da partida. A equipe passou a marcar a saída do Chelsea, a adiantar as duas linhas de quatro. Essa ousadia, é claro, acabou custando o segundo gol do Chelsea, mas por muito pouco não se transformou em algo mais concreto. Essa afirmação se prova pela válida reclamação de pênalti após toque de Ramires em Van Veen, que poderia tranquilamente ser marcado.
Após o gol, o Chelsea, mais do que nunca, segurou o jogo com muita posse de bola. Os visitantes ainda tiveram chances, por incrível que pareça, com Van Veen, em cobrança de falta, e Clarke, que exigiu uma grande defesa de Begovic após finalizar com liberdade. A classificação se confirmou, mas os olhos, mais uma vez, não brilharam.
Considerações: Não estou bancando o chato ao “reclamar” de uma vitória. Nos acostumamos, em outros tempos, a ver em jogos como o de hoje uma oportunidade para garotos, ou para reforçar o entrosamento dos titulares com uma boa atuação/vários gols. Infelizmente, na atual versão do Chelsea, isso não é possível. Caso entrássemos com um time alternativo, provavelmente passaríamos ainda mais sufoco. Cabe as peças de mais peso, mesmo longe de seu ideal, decidir o jogo. Vencemos por 2-0, mas o pênalti não marcado para os visitantes teria mudado tudo, principalmente diante de um time sem voluma criativo ou poder de reação. E eu não estou falando do Scunthorpe United.
Atuações:
Begovic: 7,0
Ivanovic: 7,5 – Assistência e atuação consistente.
Zouma: 6,5
Cahill: 5,5 – Teve dois momentos de insegurança. Até diante do Scunthorpe, Gary…
Azpilicueta: 7,0 – Também contribuiu com uma assistência.
Ramires: 5,0
Fàbregas: 6,5
Willian: 7,0
Pedro: 6,0
Oscar: 6,5
Diego Costa: 7,5 – Abriu o placar da partida, além de fazer bem a “parede” quando exigido. Participou de boas trocas de passe e se movimentou bastante. Melhor em campo.
Loftus-Cheek: 7,0
Kenedy: 6,5
Traoré: 6,0