Depois de ficar de fora na temporada passada e conquistar o campeonato inglês com maestria, o Chelsea finalmente voltou a marcar presença na maior competição de clubes do mundo. Os Blues foram à campo enfrentar o modesto Qarabag nessa terça (12) e confirmaram o favoritismo dentro de casa, aplicando uma sonora goleada nos estreantes da Uefa Champions League.
Com uma vitória convincente e vários destaques, podemos extrair algumas lições da estreia dos azuis de Londres na UCL.
Apesar das poucas opções, o Chelsea está muito bem servido no meio de campo

Os Blues começaram o jogo com Kanté e Fàbregas no meio de campo e contavam com a presença de Bakayoko no banco, enquanto Drinkwater ficou fora por lesão. O primeiro é indiscutivelmente um dos principais nomes do time e indispensável no meio campo. Já o espanhol apresenta alguma irregularidade, sendo muito importante em alguns jogos e nulo em outros. Bakayoko chegou recentemente e mostrou que vai brigar pela titularidade ao lado do compatriota, mas Fàbregas vem jogando bem também, causando a famosa “dor de cabeça boa” em Antonio Conte.
Na estreia da Champions, Cesc comandou bem o meio de campo, sendo responsável pela criação da maioria das jogadas de perigo dos Blues, através de passes magníficos, a exemplo da bela assistência para o terceiro gol do Chelsea, marcado por Azpilicueta. Já Bakayoko entrou no segundo tempo e também deixou o seu, sendo destaque tanto ofensivamente quanto defensivamente. O francês mostrou que pode jogar ao lado do compatriota Kanté, e também pode substitui-lo, fazendo dupla com Fàbregas ou Drinkwater, possibilitando assim que Kanté possa ser poupado em alguns jogos sem que se perca seu ímpeto defensivo.
Zappacosta é competição para Moses

Contratação surpreendente na janela, Davide Zappacosta chegou aos Blues para ser opção na ala direita, que até o momento só contava com Victor Moses. O italiano estreou na Champions mostrando que vai brigar pela titularidade, tendo feito um ótimo jogo, além de ter marcado um gol antológico.
Claro que o adversário não exigiu muito do sistema defensivo dos Blues, mas Zappacosta foi incisivo no ataque e cumpriu bem seu papel defensivo, tendo um destaque a mais por ter chegado a tão pouco tempo ao time.
Conte pode contar com Christensen

Andreas Christensen tem apenas 21 anos, mas sua presença no elenco já era aclamada pelos torcedores que o acompanharam durante seus anos de empréstimo na Alemanha. Sendo uma das opções no banco de reservas para a temporada, Christensen fez ótimos jogos até aqui, mostrando que Conte pode sim contar ele, independente do jogo. Com incríveis 97.7% de precisão de passe, o dinamarquês jogou no centro da zaga e mostrou maturidade ao lado de Cahill e Azpilicueta.
Com bom desempenho defensivo, o zagueiro vai demonstrando seu talento e pode aparecer cada vez mais em campo, visto que os Blues terão longa temporada e muitas sequências de jogos importantes. Com elenco curto, todo cuidado é pouco, então a tendência é que haja grande rotatividade e a zaga, que conta com cinco opções para três vagas, deve passar muito por isso.
Batshuayi pode ser uma opção para mudar o estilo de jogo

Michy Batshuayi chegou aos Blues como mais uma promessa da boa geração da Bélgica. Mesmo com boas pré-temporadas e gols importantes, o belga ainda não justificou o preço pago por ele. No entanto, sua presença deve ser bem mais constante nessa temporada do que na anterior, onde os Blues tinham um calendário bem mais curto e contavam com Diego Costa, considerado um dos melhores centroavantes do mundo.
Batshuayi teve boa pré-temporada e foi titular na estreia do atual campeão na Premier League. Pouco produtivo, foi substituído por Álvaro Morata, autor de dois gols naquela partida. Desde então, foi preterido pelo espanhol. No entanto, Morata mostrou uma leve deficiência em segurar a bola no ataque, algo que Diego Costa fazia muito bem e Batshuayi pode fazer também, como mostrou no jogo contra o Qarabag, sendo muito acionado por Fàbregas e fazendo bem o pivô para triangulações com William e Pedro. Não é tão forte no jogo aéreo como Morata, mas tem boa finalização, fazendo com que seja uma opção para mudar um pouco estilo de jogo dos Blues.
Chelsea deve mostrar sua força dentro de casa

Com um grupo muito difícil pela frente na UCL, o Chelsea estreou bem e contra o adversário mais fraco, que dificilmente vai brigar por algo. O jogo foi tranquilo e os Blues ganharam de forma fácil e convincente, sem tirar o pé do acelerador e tentando marcar até os minutos finais. Assim deve ser, pelo menos dentro de casa. Os outros adversários serão mais difíceis e o Chelsea deve mostrar sua força dentro de casa, evitando perder pontos em Stamford Bridge e tentando buscar o máximo de pontos fora.
Tanto Roma quanto Atlético de Madrid são muito fortes em seus domínios e os dois vão brigar junto do Chelsea pelas duas vagas do grupo. Os espanhóis já foram algozes dos Blues na semifinal da competição em razão do jogo ganho em Stamford Bridge, deixando claro assim que o Chelsea deve ter o aproveitamento máximo dentro de casa dentro de um grupo difícil como este, para ganhar confiança e almejar coisas maiores no futuro dentro da competição.