O Chelsea faz na temporada 2014-15 uma campanha quase irretocável na Premier League. São 23 pontos conquistados em 27 disputados, quatro a frente do segundo colocado Southampton. Donos de um ataque poderoso, os blues são os mais eficientes na competição nacional somando 24 gols e tendo o hispano-brasileiro, Diego Costa, como principal goleador com 8 gols. Apesar do ótimo início de campanha do time azul de Londres, a equipe apresenta um problema que pode afetar o rendimento do clube no decorrer da temporada: a dependência de Fàbregas.
Na partida contra o Manchester United, Mourinho escalou o time como normalmente tem feito: 4-2-3-1 variando para 4-1-4-1, quando o dono da camisa 4 tem a bola nos pés. No entanto, Louis Van Gaal espelhou seu time frente à formação tática do técnico português. Di Maria atuava aberto pela direita, Januzaj pela esquerda, Mata centralizado e Fellaini se juntando aos três, mas para explicitamente não deixar o maestro azul flutuar pelo meio de campo e pensar o jogo para os londrinos.

Foi o que houve. Durante o primeiro tempo, Fàbregas teve ‘apenas’ 63% de precisão no passe e mais cinco escanteios cobrados por ele sem nenhum perigo e, com isso, o Chelsea não tinha facilidade para sair tocando e pensar o jogo como tem feito ao longo dessas nove rodadas da Premier League. Sem Diego Costa e com Hazard apagado, os blues tiveram pouca movimentação no ataque e ofereceram mais perigo ao gol de De Gea em chute de Drogba em cima do arqueiro espanhol.
Já na segunda etapa, o toque refinado do camisa 4 azul apareceu e o placar foi mexido. Em um lance semelhante ao gol de Drogba contra o Bayern em maio de 2012, Fàbregas cobrou escanteio e o marfinense cabeceou abrindo o marcador em Old Trafford. A partir disso, o Chelsea começou a impor seu ritmo, tocar a bola, girar o jogo, colocando os red devils na roda. Os números de posse de bola chegaram a ser maiores para a equipe londrina, com 54%.

A quantidade de cartões que o árbitro do jogo, Phil Dowd, distribuiu para jogadores azuis fez com o que Mourinho prezasse pelo resultado com a vitória mínima. O Special One trocou Oscar por Mikel, Schürrle por Hazard e Zouma por Willian, todos amarelados, quase adiantou, quase. No último minuto de jogo, Ivanovic fez falta em Di Maria na linha de fundo e acabou sendo expulso. Na cobrança, a bola sobrou pra Van Persie fuzilar para o gol e empatar a partida e deixar um gosto de derrota na boca de Mourinho e seus comandados.
Com poucas alternativas, o Chelsea precisou de um lampejo de Fàbregas para chegar ao gol e essa é uma preocupação, faz refletir na formação do elenco. O maestro azul não tem um reserva imediato a altura. Ramires, Mikel, Aké não conseguiriam manter o mesmo padrão e deixar o time ser vertical e sabendo acelerar e tirar a velocidade do jogo quando fosse necessário. É claro que isso seria uma situação hipotética, talvez Cesc atue bem durante toda a temporada, mas a essa altura é impensável um time sem ele e seus passes. Nenhum dos principais reservas seria, a princípio, ideal para suprir a falta que o dono da camisa 4 faria ao elenco. No momento, apenas ele é capaz de melhorar a precisão do passe de 63% a 92% em apenas 15 minutos de intervalo.