Como a invasão da Ucrânia deu fim ao ciclo de Abramovich no Chelsea

Depois de 19 anos, Roman Abramovich considera vender o Chelsea Football Club. Em verdade, movimentos recentes indicam que essa consideração está muito próxima de se tornar um fato. Nesse sentido, a Era Abramovich parece se encaminhar para seu fim e muitos questionamentos surgem para todos, em especial para os torcedores.

Em meio a muitas suposições e expectativas, vale destacar como tudo vem acontecendo e sendo recebido pelo público. Não somente no que diz respeito ao futebol, mas além. Até porque a origem de tudo isso está bem longe do esporte e tem muito menos a ver com o Chelsea. No entanto, não é possível separar essas esferas que se unem na figura de Abramovich e na sua representatividade no clube.

Remodelação e sucesso

Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003 pelo valor de 140 milhões de libras, sendo 60 milhões referentes ao clube e o restante do valor sendo de dívidas. Foi a primeira grande compra de um time da Premier League por um investidor estrangeiro e era difícil imaginar o sucesso que os Blues teriam.

Desde então, são 19 títulos sendo: Premier League x5, FA Cup x5, Copa da Liga x3, Liga dos Campeões x2, Liga Europa x2, Supercopa da UEFA x1 e Mundial de Clubes x1. Dessa forma, o Chelsea conquistou todos os títulos possíveis para clubes de futebol na Europa e se tornou um time de primeira prateleira no mundo. Porém, a chegada de Abramovich teve reflexos para muito além do que se via em campo, sendo sentida nas arquibancadas e na comunidade ao redor de Stamford Bridge.

Sem dúvidas, as conquistas do time masculino chamam atenção, mas é preciso destacar os movimentos que vieram em outras áreas nesse ínterim. O centro de treinamento do clube, hoje, é um dos melhores da Inglaterra e quiçá do mundo e administra um grande programa de formação de jogadores e jogadoras.

Além disso, o futebol feminino ganhou espaço e investimento. A gestão Abramovich promoveu a profissionalização da categoria dentro do clube e gradativamente ajudou no crescimento da modalidade. Com isso, construindo um projeto sólido e vitorioso: Women’s Super League x5, Women’s FA Cup x3, Women’s League Cup x2, Women’s Community Shield x1.

Para além das quatro linhas

Apesar de muitas vezes estarem fora das manchetes, Abramovich foi essencial na formação de programas de responsabilidade social e beneficente no Chelsea. Em especial por meio da Chelsea Foundation, que atualmente é uma das maiores organizações beneficentes dentre os clubes da Premier League.

A Fundação, por sua vez, é responsável pela promoção de uma série de iniciativas de responsabilidade social e de programas de educação para engajar pessoas por todo o Reino Unido e até mesmo em outros países do mundo.

Dessa forma, muito além daquilo que está ligado ao futebol, as iniciativas são uma mensagem de que o Chelsea pode e procura responder aos desafios e aos problemas que se apresentam na sociedade. O que ficou evidente durante a pandemia. O clube conseguiu manter seu staff, seja ele de tempo integral ou sazonais. Além disso, os torcedores puderam pedir reembolso dos ingressos comprados para jogos suspensos.

As acomodações do hotel em Stamford Bridge foram disponibilizadas aos profissionais do Serviço Público de Saúde britânico (NHS). Assim como foram distribuídas refeições e diversas organizações, em especial de saúde mental, foram ajudadas pelo clube. Mais recentemente, Stamford Bridge também se tornou um centro de vacinação aberto à população.

Portanto, muito além das quatro linhas, a Era Abramovich criou um legado em relação ao que o clube pode e deve fazer para a comunidade.

Uma tensão de anos

A invasão russa à Ucrânia é resultado de um cenário que vem se desenvolvendo ao longo dos anos entre Vladmir Putin e a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte. Estabelecida em 1949, a OTAN é uma aliança militar que conta com a participação dos Estados Unidos, Canadá e muitos países da Europa Ocidental. Em suma, os membros da Organização assumem um compromisso de ajuda mútua caso um dos países que fazem parte da aliança sejam atacados. Ou seja, caso um país da OTAN sofra algum ataque militar, todos os outros países da aliança responderão a esse ataque.

A Organização surgiu enquanto a política internacional era marcada pela bipolaridade da Guerra Fria. Em outras palavras, pelos confrontos indiretos entre EUA e União Soviética. A URSS tinha uma aliança militar similar, o Pacto de Varsóvia. Contudo, com o fim da União Soviética o Pacto se desfez e muitos dos membros da aliança liderada por Moscou passaram a fazer parte da OTAN. Enquanto outros países que faziam parte da URSS não são membros oficiais da OTAN, mas possuem algum tipo de parceria com a Organização.

Nesse sentido, as tensões entre Rússia e OTAN têm origens em um período histórico bastante específico, porém, seguem até a atualidade muito mais por uma tentativa de ambos os lados em demonstrar seu poder e buscar exercer sua influência sob outros países e regiões no globo. Mais especificamente, no que diz respeito à situação atual, no leste europeu. Mas a postura russa tomada em 2022 não é inédita. Muito pelo contrário, vêm sendo observada há algum tempo.

Busca da OTAN por aliados no leste

Como aconteceu em 2008 com a Geórgia e em 2014 com a própria Ucrânia, mais uma vez a OTAN buscou se aproximar de países do Leste Europeu e trazê-los para aliança. Ambas as situações anteriores terminaram de forma similar. Em 2008, o Kremlin invadiu a Geórgia sob o pretexto de proteger as regiões da Ossétia do Sul e da Abecásia – que fazem parte do território georgiano, mas são de maioria étnica russa. Com um cessar-fogo acordado, ambas as regiões foram consideradas independentes pela Rússia.

Por sua vez, em 2014, soldados russos assumiram o controle de regiões estratégicas na península da Crimeia, que é um território ucraniano mas com maioria étnica russa. Depois de um referendo local, a Crimeia se declarou independente e favorável à anexação da península à Rússia. A República Autônoma da Crimeia ainda é alvo de disputas entre Ucrânia e Rússia, sendo reconhecida como parte do território russo por Putin enquanto a comunidade internacional segue vendo a península parte da Ucrânia.

Diante de uma nova tentativa de aproximação da OTAN com a Ucrânia, Putin respondeu de forma similar à 2014. Dessa vez, no entanto, a invasão russa se deu pelas regiões de Donetsk e Luhansk – que são regiões separatistas pró-Rússia e que, inclusive, tem como nomes oficiais República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk.

Como em 2008 e 2014, a invasão russa que ocorreu à Ucrânia na última semana se deu pela justificativa da necessidade de proteger a Rússia. Nesse caso, proteger as regiões de maioria russa que se encontram em territórios de outros Estados. A grande questão neste momento é que os membros da OTAN prometeram retaliações à Rússia, o que não acontecerá por meios militares. Mas sim econômicos e é ai que o Chelsea entra em cena.

Sanções econômicas foram a resposta imediata

A grande resposta da OTAN, então, se daria – e está sendo dada – por meio de sanções econômicas à Rússia. Isso porque não existe a menor possibilidade de um conflito armado entre as partes. Em primeiro lugar, por não ser vantajoso. Além disso, porque tem armas nucleares em jogo e o uso delas por uma das partes certamente levaria à resposta na mesma medida. Em suma, haveria uma destruição mútua e apenas perdedores.

Dessa forma, ainda na última quinta-feira (24), pouco depois do anúncio de Putin, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, principalmente, estabeleceram sanções à Rússia. Dentre elas a sanção financeira. Ou seja, bens do Banco Central Russo foram congelados de modo que o acesso às reservas internacionais do país é limitada.

Além disso, alguns bancos russos foram banidos do sistema Swift – Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais – uma plataforma que padroniza informações financeiras. Com o banimento, torna-se mais difícil a troca de informações financeiras entre bancos e empresas russos. Em última instância dificultando a transferência de dinheiro entre fronteiras por parte desses bancos que foram retirados do sistema.

Além de sanções a bancos e empresas públicas russas, os governos ocidentais impuseram sanções a alguns indivíduos. Dessa forma, uma vez identificados, os bens desses indivíduos também poderiam vir a ser congelados. Sendo assim, o nome de Abramovich entrou em discussão no Reino Unido como possível alvo de sanções. Algo que ainda não se concretizou, mas que gerou todo o movimento de venda do Chelsea.

As relações Abramovich-Reino Unido

Apesar de ser dono de um dos maiores clubes da Inglaterra, as relações entre o dono do Chelsea e o Reino Unido não são lá das melhores. E não é de agora. O visto britânico de Abramovich expirou em 2018, algo que já era consequência das tensões entre Inglaterra e Rússia naquele momento.

Diante dessa situação, Roman ficou impossibilitado de entrar no Reino Unido, o que ele só fez novamente em outubro do ano passado. E não foi porque ele conseguiu o visto. O dono dos Blues conseguiu cidadania israelense e, por consequência, um passaporte israelense. Dessa forma, por conta do passaporte de Israel, ele conseguiu voltar ao território britânico depois de mais de três anos.

Para além disso, Abramovich estava envolvido em um processo contra a editora inglesa HarperCollins por conta de alegações de que o bilionário russo teria investido no futebol inglês a mando de Putin. No fim das contas, o dono dos Blues acabou vencendo o processo uma vez que não havia provas concretas da possível influência de Putin na decisão de Roman em comprar o Chelsea.

É um fato que o bilionário foi próximo de Putin no passado, em especial nos anos 1990, apoiando a candidatura do político à presidência. Diante disso, rumores dentro da própria Rússia indicavam uma grande influência de Abramovich na formação do primeiro governo de Putin ainda em 2000. Em um processo civil em Londres, Roman derrotou um dos grandes propagadores desses rumores: Boris Berezovsky.

Compra do Chelsea mudou pouco o panorama

Dois anos depois de comprar o clube londrino, Abramovich vendeu sua companhia petrolífera Sibneft para a empresa petrolífera estatal Gazprom por 13 bilhões de dólares. Além disso, Roman foi governador da região de Chukotka de 2000 a 2008. Ou seja, antes mesmo de se tornar dono do Chelsea.

Com isso, fica nítido algum grau de proximidade do bilionário com o Kremlin. Seja direta ou indiretamente. No entanto, muito dos rumores que se espalharam ao longo dos anos e que seguem circulando até hoje não foram comprovados. Portanto, não podem ser tomados como verdades ou como base para ações contra Abramovich.

Abramovich foi governador enquanto Putin era presidente da Rússia no início dos anos 2000 (Créditos: The Guardian)

Depois de sair do cargo de governador, ele se manteve distante dos holofotes. Até mesmo em relação ao próprio Chelsea. Mas, como dito acima, suas relações com o Reino Unido sempre se viram abaladas de alguma forma e os acontecimentos recentes evidenciaram ainda mais essa fragilidade.

Nome Roman aparece no parlamento inglês

A proximidade entre o dono dos Blues e o presidente da Rússia entrou em foco mais uma vez após a invasão russa à Ucrânia. No próprio dia da invasão russa, o membro do parlamento (MP) do partido trabalhista britânico, Chris Bryant, exigiu que Abramovich não pudesse seguir como proprietário do Chelsea. Não só em relação ao Chelsea falou o MP, também demandando o congelamento dos bens do russo no Reino Unido.

Isso, logicamente, é reflexo das sanções impostas à outros russos que possuem bens em territórios britânicos. Contudo, diferente do que acontecia com outros nomes que figuravam na lista de sanções individuais, Abramovich não tem relações (pelo menos não diretas) com bens que pertencem ao governo russo. Por isso, a possibilidade de sancionar o dono dos Blues não era grande – mas ainda assim poderia acontecer.

Diante disso, o Primeiro-Ministro, Boris Johnson, negou que o governo britânico teria em Abramovich um dos alvos de sanções. Mas ainda assim, como destaca a Reuters, a pressão para que alguma medida fosse tomada em relação ao proprietário do Chelsea seguiu. E sem dúvidas isso reverberou dentro do clube.

Primeiro pronunciamento através do clube

No último sábado (26), em meio aos rumores que circulavam não apenas Abramovich mas também o Chelsea Football Club, uma declaração do proprietário foi publicada:

Durante meus quase 20 anos como proprietário do Chelsea FC, eu sempre vi meu papel como um guardião do clube. Com a função de garantir que possamos ter tanto sucesso quanto possível no presente. Além de construir bases para o futuro, tendo um papel positivo nas nossas comunidades. Eu sempre tomei as decisões tendo como base os melhor para o clube. Sigo comprometido com esses valores. Por isso, hoje, estou dando aos curadores da Chelsea Foundation a administração e os cuidados do Chelsea FC. Acredito que eles estejam na melhor posição, no momento, para cuidar dos interesses do clube, dos jogadores, do staff e dos torcedores“.

Na prática, pouco mudava na estrutura do clube. Visto que os membros da curadoria da Fundação – Bruce Buck, Petr Cech, John Devine, Marina Granovskaia, Emma Hayes e Piara Powar – já lidavam com grande parte das funções desportivas e extracampo do Chelsea.

Mesmo representando poucas mudanças, era o primeiro indicativo direto de que o CFC estava sendo afetado pelo conflito entre Rússia, Ucrânia e OTAN. Mais ainda, representou uma postura de proteção de Abramovich em relação ao Chelsea, uma vez que, ao se afastar das atividades administrativas, buscava blindar o clube de possíveis efeitos financeiros que pudessem impor a ele.

Envolvimento como mediador

Na última segunda-feira (28), notícias apontaram que Roman Abramovich aceitou um pedido de judeus ucranianos para ajudar nas negociações para terminar a invasão russa. Além de ter cidadania de Israel, Abramovich é judeu e tem uma participação bastante ativa na comunidade judaica.  Dessa forma, a porta-voz do bilionário deu a seguinte declaração na própria segunda-feira:

Posso confirmar que Roman Abramovich foi contactado pelo lado ucraniano para apoiar na obtenção de uma resolução pacifica. E que ele está tentando ajudar desde então. Considerando o que está em jogo, pedimos compreensão pelo fato de não estarmos comentando sobre a situação ou sobre o envolvimento dele”.

Nesse sentido, mesmo com a confirmação, ainda não é possível saber ao certo o papel que Roman está tendo nas negociações entre as partes – que estão acontecendo na fronteira do Belarus.

Possibilidades se tornam realidade

Desde a entrega da administração do clube à Fundação, os rumores aumentaram sobre a possibilidade de Abramovich colocar o Chelsea à venda. Inclusive, o nome do bilionário suíço Hansjorg Wyss já aparecia como um dos possíveis compradores.

Finalmente, a grande notícia que confirmava esses rumores saiu nesta quarta-feira (2), pela manhã, em matéria feita pelos jornalistas Matt Law e Sam Wallace para o jornal britânico The Telegraph.

https://twitter.com/chelsbrasil/status/1498999173374488586

Porém, nada estava certo, uma vez que não havia sido feito um pronunciamento oficial. Seja do próprio Chelsea ou de Abramovich.

Nova declaração publicada nesta terça

A confirmação dos rumores vieram pouco antes do início da partida entre Chelsea e Luton Town pela FA Cup na tarde desta terça às 15h14 minutos (horário de Brasília). Dessa forma, o clube publicou outra declaração de Roman Abramovich, que começou da seguinte forma:

Gostaria de abordar as especulações feitas pela mídia nos últimos dias em relação à minha posse do Chelsea. Como disse antes, eu sempre tomei as decisões de forma a favorecer os interesses do clube. Diante da situação atual, portanto, eu tomei a decisão de vender o clube porque acredito que é o melhor para o clube, para os torcedores, para os funcionários assim como para os patrocinadores e parceiros“.

Para ler a declaração na íntegra, é só clicar aqui.

Em suma, Roman disse que a venda do clube seria um processo e que o Chelsea não precisaria pagar a dívida de 1,5 bilhões de libras que tem com o russo que, inclusive, nem se referiu à quantia como dívida, mas sim como empréstimo.

Além disso, Abramovich afirmou que instruiu sua equipe à formar um fundo de caridade com lucro que ele tiver com a venda do clube. Esse fundo, então, será doado para ajudar as vítimas ucranianos tanto de imediato como no longo prazo.

O russo terminou a declaração dizendo que não foi fácil tomar a decisão, mas que ele acredita que é o melhor para o Chelsea. Disse também que espera poder retornar à Stamford Bridge para se despedir de toda a torcida e do clube presencialmente. Por fim, declarou ter sido um privilégio fazer parte do Chelsea e ter orgulho de todas as conquistas.

Faixa em homenagem a Abramovich em Stamford Bridge em 2019, o russo já não podia entrar no Reino Unido (Créditos: Mike Egerton/PA Images)

O que vem agora?

As partes interessadas em comprar o Chelsea Football Club deverão fazer suas propostas até o dia 15 deste mês. Nesse sentido, muitas propostas devem ser feitas durante a próxima semana. O clube está avaliado em quatro bilhões de libras e Abramovich instruiu o banco norte-americano Raine a contatar os compradores.

Diante da declaração de Roman, Hansjorg Wyss segue figurando nas manchetes. O próprio suíço afirmou ao jornal Blick que ele e outras três pessoas receberam uma oferta para comprar o clube na última semana.

Quando Wyss deu a declaração nada ainda estava confirmado, muito menos sabia-se que Abramovich não demandaria o pagamento do valor que o clube deve a ele. Logo, na mesma entrevista, o suíço afirmou que essa seria uma questão que demandaria tempo para ser pensada e que, caso viesse a comprar o Chelsea, não o faria sozinho: “Se eu comprar o Chelsea, será num consórcio com seis ou sete investidores“.

Wyss tem 86 anos e fez sua fortuna através da sua empresa de dispositivos médicos, Synthes, que foi vendida à Johnson & Johnson em 2012 (Créditos: Getty Images)

Um dos nomes que pode se juntar ao bilionário europeu é Todd Boehly, que é um dos donos da franquia do Los Angeles Dodgers. Boehly fez uma oferta de 2,2 bilhões de libras para comprar o Chelsea em 2019. Contudo, Abramovich recusou.

Apesar de Wyss ser o nome mais ventilado até aqui e pode vir a ser um dos compradores, mas é grande a possibilidade de ele não ser o maior financiador do grupo. Nesse sentido, Boehly, que tem uma fortuna estimada em cinco bilhões de libras, pode ser o acionista principal do clube – e até mesmo conseguir nomes para integrar o consórcio.

Mais um nome que aparece, mas não relacionado ao suíço e ao americano, é o de Sir Jim Ratcliffe – o nome mais rico do Reino Unido. Ele já esteve interessado em adquirir os Blues. Porém a reforma de Stamford Bridge, necessária à época, impediu que ele fizesse qualquer oferta. Atualmente, Ratcliffe é dono do Nice, clube francês que ele comprou em 2019.

Category: Chelsea Football Club

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Article by: Nathalia Tavares