Após ter feito sua 100ª partida em competições europeias, Terry fala sobre sua trajetória continental (Parte 1)

Terry fala da sua trajetória continental. (Foto: Chelsea FC/Press Association)
Terry fala da sua trajetória continental. (Foto: Chelsea FC/Press Association)

Na quinta-feira, quando o Chelsea foi derrotado pelo Rubin Kazan por 3 a 2, John Terry completou incríveis 100 partidas por competições europeias, sejam elas UEFA Champions League, Cup Winners’ Cup ou UEFA Europa League. Em entrevista para o site oficial dos Blues, o capitão lembrou de toda sua trajetória em competições da UEFA. Confira tudo o que o camisa #26 dos azuis de Londres revelou.

O quanto você se lembra da sua estreia na Europa contra o Valerenga, pela Cup Winners’ Cup?

R: “Chegamos ao hotel para o encontro do time, e acho que todos os jogadores e Luca sabiam que eu iria jogar, mas não me contaram nada, talvez para não me deixarem nervoso. O jogo foi muito bom, Luca era um ‘treinador-jogador’ e lembro que ele fez um gol após cruzamento do lateral-direito. Não fui mal na partida, não foi muito diferente do que eu jogava no período. Se não me engano, era apenas minha terceira partida no time titular, e as outras foram em jogos da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga Inglesa, sempre jogando fora de posição. Contra o Southampton, joguei de volante e depois fui deslocado para a lateral-direita! Ainda bem que os torcedores foram pacientes comigo, e aos poucos conseguia me encontrar em campo.”

Na temporada seguinte, 1999/2000, você apenas participou do elenco na Champions League, não entrando em campo. Ficou desapontado?

R: “De forma alguma, na verdade aquilo não havia me surpreendido! Já havia ficado muito feliz por apenas fazer parte do elenco. De nove das dez vezes que o Chelsea jogou, fiz a viagem com o time, e depois voltava para jogar pelos reservas. Essas viagens foram muito boas para mim, pois eu sentia aquela tensão no ar de participar de um grande jogo. Até hoje sinto isso, e é muito legal.”

Sua segunda partida por competições europeias veio dois anos e meio depois contra o Levski Sofia. Você já se sentia preparado…

R: “Já me sentia preparado quando comecei a jogar regularmente. Fico pensando nas coisas que ninguém sabe, quando dirijo até minha casa, de vez em quando. Lembro das pessoas que me ajudaram, como Aaron Lincoln, o roupeiro, que nos deixava os uniformes e geralmente dormia no vestiário ou no próprio carro. Lembro-me de tudo isso e vejo como foi difícil chegar até aquele momento.”

Do que você se lembra sobre sua viagem para Tel Aviv na Copa da UEFA de 2001? Estava nervoso ou tranquilo como os jogadores mais experientes?

R: “Todos os jogadores tiveram uma reunião, e eu como um novato, fiquei sentado apenas ouvindo o que eles tinham a dizer. Saí de lá não entendendo de onde os jogadores mais velhos vinham. Mas agora que sou um deles, sei de onde os jovens vêm. Quando eles veem a oportunidade de jogar, tentam-na agarrar com todas as forças. E comigo não foi diferente. Acabei jogando ao lado de Joel Kitamirike naquela noite.

Em 2003/2004 você finalmente jogou a Champions League. Você sentiu alguma diferença quanto a experiência na Copa da UEFA?

R: “Definitivamente. Eu lembro de Marcel me falando para ouvir alguma música inspiradora no vestiário. Nunca havia visto um jogador ficar tão empolgado antes de qualquer jogo. Significava muito para ele.”

A maneira que aquela temporada terminou, eliminação para o Monaco, deve ter sido muito frustrante, após terem derrotado os ‘invencíveis’ do Arsenal?

R: “Me frustra até hoje. Ir até Highbury e vencer o Arsenal, nos deu grande confiança de que poderíamos vencer. Tínhamos uma chance grande, mas falhamos feio. Todavia, se tivéssemos ganho aquela competição, José Mourinho teria chegado em Stamford Bridge? Teríamos vencido tudo o que vencemos? Seríamos o que somos hoje? Talvez não. Mas mesmo assim, com o time que tínhamos, perder da maneira que perdemos foi ridículo.

Na primeira temporada de Mourinho pelo clube, você fez seus primeiros gols na Champions League…

R: “Eu tive uma fase muito boa na primeira temporada de Mourinho no clube. Acho que marquei três gols em três jogos, e era o artilheiro ao lado de Ruud Van Nistelrooy. Eu acho que ainda tenho alguma foto daquela época em algum lugar! Marquei muitos gols para um zagueiro, e sempre tentei fazer mais quando ia pro ataque. As pessoas falam sobre o jogo contra o Barcelona em que marquei um gol no primeiro jogo. Estávamos ganhando de 3-0, mas aí eles voltaram ao jogo fazendo 3-2. Nunca entrei em nenhum daqueles jogos contra o Barça, sem o pensamento de que poderíamos vencer. José nos deu muita confiança, e aproveitamos as chances. Antes daquele gol, eu sinalizei para o Damien Duff jogar a bola na área como fazíamos nos treinamentos. Lembro de que minha cabeçada não foi muito forte. Acho que não teria entrado se Riccy Carvalho não estivesse atrapalhando o goleiro! Mateja Kezman tentou desviar a bola com o dedão do pé, mas ninguém roubaria meu gol! Foi uma noite maravilhosa, uma das melhores em Stamford Bridge.”

Então veio o Liverpool com as frustrantes eliminações em 2005 e 2007…

R: “Estávamos bem longe deles na liga, nem um pouco perto, mas foram casca grossa nas semifinais. Em 2005 foi muito equilibrado, e achamos que iriamos passar no Anfield, mas teve aquele gol que para mim nunca foi… Tivemos batalhas épicas mas achei que não merecemos perder nenhuma delas. Foram desapontantes, mas fico feliz de que demos o troco na temporada seguinte.”

Category: Chelsea Football Club

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Article by: Vinícius Paráboa