Torcedores do Chelsea envolvidos no incidente racista em Paris recorrerão à decisão da Polícia Metropolitana

O vídeo mostra o momento em que o grupo de torcedores empurra Sylla (Foto: The Guardian)
O vídeo mostra o momento em que o grupo de torcedores empurra Sylla (Foto: The Guardian)

Quatro torcedores do Chelsea, que foram banidos de frequentar jogos internacionais devido ao suposto envolvimento no incidente racista no metrô de Paris, foram hoje (15) ao tribunal recorrer da decisão.

Os homens compareceram ao tribunal de Stratford, no leste de Londres, após um vídeo do ocorrido ser divulgado, no qual um homem negro é empurrado por um grupo de torcedores do Chelsea ao tentar embarcar em um vagão do metrô. O grupo se dirigia ao jogo da Champions League entre o francês Paris Saint-Germain e Chelsea.

A Polícia Metropolitada de Londres solicitou o banimento dos torcedores em partidas realizadas no Reino Unido e de viajar para o exterior durante um período definido pelo Ministério do Interior, coincidindo com a época dos jogos internacionais.

Na primeira audiência preliminar, em março, os torcedores falaram que iriam recorrer da proibição. Dean Callis, de 32 anos, residente da região Islington no norte de Londres, todavia, aceitou seu banimento na semana passada.

Ele está proibido de ir à jogos de futebol dentro do território britânico por cinco anos e será forçado a entregar seu passaporte à delegacia de Islington, durante os períodos de controle definidos pelo Ministério, evitando que Callis viaje para partidas internacionais.

Richard Barklie, 50 anos, um diretor de direitos humanos e ex-policial da RUC; Joshua Parsons, 20 anos; Jordan Mondays, 20 anos, e William Simpson, de 26 anos, são os envolvidos que irão tentar recorrer à decisão.

Enquanto isso, Souleymane Sylla, 33 anos, que foi a vítima do ataque racista, disse que sua vida foi destroçada após o incidente:

“Foi um choque que eu não consigo superar. 

Você está voltando do trabalho para casa e você é empurrado do metrô só porque você é negro e as pessoas que estão fazendo isso com você dizem: ‘sim nós somos racistas e gostamos assim, estamos bem desse jeito’.

Tudo o que eu estava fazendo era tentar voltar para casa. Eu tentei voltar direto para o trabalho e retomar a minha vida após o ataque, mas depois do trauma eu achei muito difícil voltar ao metrô. Eu não pego o metrô mais. Pela primeira vez na minha vida, estou em tratamento de depressão e tive que pegar uma licença de doença no trabalho. Parece que eu não sou a mesma pessoa que a de antes do ataque.”

Sylla, que é gerente de vendas e pai de três filhos, ainda afirmou ele é frequentemente visto como o homem que tomou medidas legais contra os torcedores do Chelsea:

“Há torcedores franceses do Chelsea no meu bairro que zombam de mim. Eu tenho medo de sair de casa.

As pessoas foram identificadas, sabemos quem eles são, eles sabem o que são e sabem o que fizeram. Mas eles estão livres, enquanto eu sinto que estou em uma espécie de prisão. Eu só quero um julgamento, eu quero que justiça seja feita. O que aconteceu foi sério – não foi uma causa menor – e se a justiça não for feita, que mensagem isso manda?”

Todo julgamento criminal deve ser feito na França sob o sistema jurídico francês, já que foi o local onde o suposto crime ocorreu.

Uma investigação da Polícia Francesa se iniciou em fevereiro, com a ajuda da Polícia Metropolitana. Para se ter um julgamento em território francês, um juiz local deve emitir um mandado de prisão internacional para que o suspeito seja extraditado para o julgamento, em um processo custoso e árduo.

Se declarado culpado, a pena máxima que eles poderiam receber seria a prisão por três anos, mais uma multa no valor de 45 mil euros.

Category: Chelsea Football Club

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Article by: Chelsea Brasil

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