Pela primeira vez desde que chegou ao Chelsea, em 2012, o meio-campista Oscar foi fortemente assediado por um gigante europeu. Anteriormente até houve o interesse do PSG, mas nada comprovadamente oficial. Na atual janela de transferências, a Juventus se mostrou disposta a pagar 40 milhões de euros pelo brasileiro, mesmo com a segunda metade de temporada abaixo da média, com lesões e partidas apagadas.
O cenário era favorável para que o Chelsea aceitasse a oferta, mas isso não aconteceu. Oscar foi bancado, e deve começar a temporada mais uma vez como titular. Por conta da lesão que o tirou da Copa América, o meia teve as tão desejadas férias, que inexistiam desde 2010. Dessa vez, não existem desculpas para que o “melhor Oscar” atue em alto nível durante toda a época de 2015/16.
Muito já foi dito sobre a afinidade de estilos entre José Mourinho e Oscar. O brasileiro, em seus grandes momentos, apresentou toque rápido, capacidade de armar jogadas e boa finalização, além do seu poder de desarme e da recomposição defensiva. Todas essas características são marcas do cada vez mais dinâmico futebol moderno, e costumam aparecer em demasia nas equipes treinadas pelo português. Esse foi o ponto-chave, inclusive, para que o técnico do Chelsea preferisse Oscar em relação a Juan Mata e Kevin De Bruyne, que taticamente não são de uma intensidade tão grande.
As negociações do Chelsea não costumam acontecer por “debaixo dos panos”, até porque a mídia britânica não permite. E, analisando todos os alvos apontados na atual janela, além, é claro, das contratações já confirmadas, é improvável que o Chelsea invista em um nome pesado – ou ao menos competitivo – para disputar posição com Oscar. E esse pode ser um problema.
A questão das férias, colocada parágrafos acima, é, certamente, um dos fatores para a queda de rendimento, mas é impossível deixar de citar a acomodação. Com o passar do tempo, Oscar se tornou absoluto da sua posição, vendo seus concorrentes da faixa central do campo saírem aos poucos. A partir do momento em que ele alcançou esse estágio, a alternância entre bons e maus momentos foi visível. Na última temporada, por exemplo, o brasileiro teve atuações exemplares até a virada de ano, e bastou 2015 começar para que o nível caísse consideravelmente. Dito isso, é imaginável que um elenco mais recheado de opções fizesse com que o meia tivesse outra conduta.
Já que as opções ainda são limitadas, Oscar terá uma grande oportunidade de se provar, sem grandes obstáculos. E é bom dizer: atuando em alto nível, o brasileiro é um dos grandes meio-campistas do futebol inglês, já tendo provado isso em diversos momentos. Seus únicos grandes obstáculos serão a apatia e a acomodação, que infelizmente são adjetivos associados ao seu nome. É preciso fazer com que eles se desliguem.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil