Um abraço aos amigos e amigas que acompanham o Chelsea Brasil! Bom, minha coluna geralmente é na terça-feira, mas sabe como é… Faculdade, trabalho e a vida vem sendo muito atarefada nesse mês de maio. Se o moço que vos fala tivesse feito a coluna do dia certo, teria escrito um texto relembrando os três anos da conquista da Champions League de 2012, precisamente na data. Como hoje é quarta, e passou a data, o colunista vai ignorar esse fato e vai escrever do mesmo jeito, pois não sou obrigado. (risos)
Olha, eu lembro como se fosse ontem do dia 19 de maio de 2012. Eu morava em Taubaté, interior do estado de São Paulo e não era editor do Chelsea Brasil, era um repórter do site e recém-chegado de uma viagem à Londres, onde pude visitar o Stamford Bridge. Era um mês especial, o Chelsea como time do momento: campeão da FA Cup contra o Liverpool e na final da Liga dos Campeões após bater o Barcelona na semifinal.
Eu estava na casa do meu pai. Combinamos de comprar algumas latas de cerveja, amendoins, pipoca e tudo mais. Na sala, todas as camisas do Chelsea esticadas e o amuleto da sorte, o cachecol que tinha comprado na viagem ao Reino Unido. A televisão era pequena, a casa também tinha pequenas dimensões, mas a expectativa era gigantesca de minha parte. Não tinha conseguido dormir no dia anterior e a única coisa que pensava era: Terry não vai jogar, vai ser difícil parar Ribery e Mário Gomez. Estava pessimista, muito pessimista para ser sincero e tinha medo de ver novamente o Chelsea não conseguir o troféu da Champions League.
Enfim, começou o jogo e nada do Chelsea atacar. O Bayern era visivelmente superior aos ingleses. Tinha mais posse de bola, fluxo de jogo, pressionava e chagava mais fácil ao gol de Cech – que faz aniversário hoje, parabéns ao Eterno. Meu pai observava atentamente os lances e desconfiava do pior, eu não acreditava no que estava assistindo. Um show de bola por parte dos alemães e um Chelsea retraído, praticamente, inofensivo. A chegada mais perigosa foi com Kalou, mas Neuer defendeu sem hesitar.
Três destaques durante o jogo. O gol do Bayern foi um dos piores golpes que sofri pelo futebol, nenhuma palavra saía da minha boca e era inevitável pensar em outro revés em uma final de UCL. Müller comemorando como se fosse o último pênalti de uma decisão por penalidades, sabe? E eu desesperado, sem reação, prestes a me conformar com a perda do título. Afinal de contas, era o estádio deles, a casa deles e uma vitória em terras germânicas seria o cenário ideal. O segundo ponto foi o gol de empate. Eu gritei como se não houvesse amanhã, como Juan Mata cobrando um escanteio no primeiro pau e Drogba chegando por trás de uma defesa muito alta, poderiam mudar o rumo de uma partida de forma tão espetacular como aquela? Lembrar que o lance do escanteio foi gerado por Fernando Torres, que entrou no segundo tempo e viva fase duvidosa. De onde veio aquele gol?
E o terceiro ponto é o pênalti perdido pelo Robben. Ah, o pênalti. Ah, a bola de plástico arremessada por um torcedor do Chelsea, junto com a cobrança do holandês. Petr Cech cravando seu nome na história do futebol mundial e Drogba sendo xingado por mim de todos os “nomes feios” por ser o autor de uma penalidade máxima infantil, desnecessária e idiota. Coração batia forte e o medo era tão grande que quando o checo defendeu, eu desabei do chão, como se um peso tivesse saído das minhas costas. Depois daquilo, não tinha como, eu sabia que o título era nosso.
Nunca esqueceremos do dia 19 de maio e eu nunca esquecerei de Roberto Di Matteo.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil