Colunas: Revés causado por nós mesmos

Courtois bem que tentou, mas seus companheiros não cooperaram
Courtois bem que tentou, mas seus companheiros não cooperaram e Chelsea acabou eliminado (Foto: Getty Images)

Salve nação! Minha vontade era de iniciar essa coluna dizendo “uhul, estamos classificados”, infelizmente isso não aconteceu. O Chelsea encerra sua participação na Champions League 2014-2015 invicto, mas eliminado nas oitavas-de-final, após uma partida composta de todos os ingredientes da competição europeia.

O jogo de ontem foi uma batalha. No sentido literal da palavra. Em alguns momentos, senti vergonha pelo futebol. Pancadas, porradas, entradas duras e uma arbitragem sem controle. E como não poderia deixar de ser, meteram a mão no Chelsea. Porém, vale ressaltar que não fomos eliminados por isso.

O tom dramático do duelo entre Chelsea e Paris Saint-Germain se deve muito mais ao estilo de jogo imposto pelo time de José Mourinho. O time agiu como era de se esperar: tendo a vantagem de um gol fora de casa, os Blues esperaram aquele que precisava vencer. Mas fomos inoperantes e não soubemos fazer valer a vantagem numérica de 11 contra 10. Deixamos o adversário crescer.

Após a expulsão de Zlatan Ibrahimovic, Oscar perdeu a cabeça. Diego Costa foi caçado e revidava, Verrati batia mais do que um lutado de UFC em luta valendo cinturão. E o árbitro não soube controlar os ânimos. Com a bola rolando, uma primeira etapa sem poucas chances e muita briga.

No segundo tempo, o PSG mandou e ameaçou Thibaut Courtois. O goleiro operou milagres e também contou com a sorte. Do lado azul,nosso setor criativo não funcionou. Oscar fez uma partida fraca e foi substituído por Willian no intervalo, Fabregas foi anulado pela marcação. Restava a Eden Hazard e Willian tentarem levar os Blues ao ataque. Mas o gol veio após cobrança de escanteio, com Gary Cahill.

O tento coroou o defensor, que já havia participado no gol de Branislav Ivanovic no jogo de ida. E quando parecia que sairíamos de Stamford Bridge classificados, a lei do ex funcionou. David Luiz, vaiado pela torcida azul, subiu e mandou a bola para as redes de Courtois. Vale lembrar que aqui sim a arbitragem nos prejudicou diretamente. David agrediu Diego Costa fora de um lance no primeiro tempo e saiu impune. A história poderia ter sido diferente aqui…

Na prorrogação, o Chelsea melhorou um pouco – mas em nenhum momento se impôs no jogo ou quis matar a partida – e Hazard assumiu a responsabilidade. Marcou de pênalti e garantia a classificação. Mas nos minutos finais do segundo tempo, novamente em cobrança de escanteio, Thiago Silva mandou pro gol.

Acabou o jogo e fiquei pensando: nosso lema na temporada vem sendo “contra todos”. Mas o resultado de hoje me fez refletir que além de lutar contra tudo e todos, também temos nós mesmos como adversários. Seria ingenuidade minha dizer que não passamos por erros de arbitragem. Não, ficamos no meio do caminho porque erramos e deixamos um time com 10 crescer em nossa casa, ditar o ritmo do jogo e buscar por duas vezes, o resultado favorável. Há culpados? O futebol é injusto? Não estou aqui para responder essas questões e sim para afirmar: essa eliminação mostra ao Chelsea que a temporada é longa e devemos arriscar em alguns momentos para conseguirmos as glórias.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião da autora, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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Article by: Maria Akemi

Pernambaiana, torcedora do Chelsea desde muito tempo.