Em jogo frustrante, o Chelsea hoje viu sua sequência de vitórias se encerrar, após empate dentro de casa contra o West Ham United. O derby londrino acabou em zero a zero, com uma apresentação total e exclusivamente defensiva do time visitante, que visivelmente veio à Stamford Bridge com o intuito de buscar o empate.
O primeiro tempo foi complicado para os Blues. O West Ham manteve uma postura totalmente retrancada, atuando com todos os jogadores na parte defensiva do campo, atrás da meia linha. Sem conseguir trabalhar o toque de bola devido à “muralha” adversária, o Chelsea partiu para as finalizações de fora da área, e para tentativas nas bolas paradas. Dentre algumas boas chances – entre elas um belo chute de Oscar no travessão -, o time de Stamford Bridge não conseguiu abrir o placar nos primeiros 45 minutos, indo para o intervalo com o marcador zerado.
Para a segunda etapa, o West Ham manteve a mesma postura: se fechar totalmente no campo defensivo. Os Blues continuavam encontrando dificuldades em achar espaços para desenvolver as jogadas, mas buscavam pressionar os adversários em seu campo de defesa. Porém, com uma postura muito bem executada – em especial do goleiro Adrian -, os Hammers jogaram com um único objetivo: não tomar gols. Nem sequer buscaram o contra ataque, apenas visaram neutralizar as tentativas do time da casa. O Chelsea tentou, tentou, tentou e não conseguiu. A partida chegou ao fim após quase nove minutos de acréscimos, mas o placar ficou zerado. Os azuis de Londres “tropeçam”, e deixam de ganhar três pontos importantes na a tabela da Premier League.
Frustrante. Essa é a palavra para esse jogo. Jogar contra um dos últimos colocados do campeonato, em casa, com total favoritismo, com chance de assumir o topo da tabela do inglês, e ver todas as suas tentativas de gols anuladas, foi sem dúvida frustrante. Há quem diga que a postura apresentada pelo West Ham hoje foi antidesportiva, porém eu acredito que a defesa retrancada – até já utilizada pelo próprio Chelsea no passado – também é uma estratégia. Estratégia essa que a equipe visitante executou muito bem hoje. Com certeza, ver os Blues tendo tanta dificuldade em um jogo que deveria ser tranquilo, irrita qualquer torcedor. Essa “retranca” apresentada pelos visitantes, que agrada à poucos, realmente cria uma situação insatisfatória para os jogadores e a para a torcida, dado que a partida fica monótona, unilateral e cansativa, além de perder a “graça” do futebol.
O empate é ainda mais agravante, pois o Manchester City acabou vencendo o Tottenham hoje, assumindo a liderança do campeonato inglês. Também, a vitória se fazia ainda mais importante nessa rodada, após o tropeço do Arsenal diante do Southampton. Conquistando apenas um ponto, os Blues permanecem na terceira posição, mas perdem um pouco da vantagem que tinham sobre o Liverpool, deixam de ultrapassar o Arsenal e permitem que os Citizens abram alguns pontos à nossa frente.
Por fim, algumas observações. Matic esteve um tanto perdido. O sérvio ainda não se achou no Chelsea, embora eu acredite que isso é apenas questão de tempo e adaptação. A tática adotada pelo West Ham foi frustrante sim, mas é uma estratégia de jogo, e créditos devem ser dados aos Hammers, pois se defenderam muito bem durante toda a partida, jogando com muita raça. Nesse quesito, foi uma aula de força de vontade e de objetivo de jogo, dado que eles não abandonaram sua postura nem por um segundo. Eles vieram com uma proposta, e mantiveram a mesma por todos os 90 minutos, e a executaram com uma aplicação exemplar. Novamente, destaco o goleiro Adrian, que operou verdadeiros milagres hoje. Para finalizar, observo aqui que, na minha opinião, o Chelsea hoje precisou de Juan Mata, ou de um jogador como ele. Um homem inteligente, de bom passe, e que cria espaços para seus companheiros. A saída de Mata nos deixou com exatamente nenhum homem de tamanha criação/passe, e hoje vimos a falta que isso pode fazer. Acredito também que essa falta será ainda mais sentida daqui pra frente, pois o Chelsea vem se mostrando uma potência real e, ao estilo de como a maioria das equipes de menos expressão se portam diante de times como o Barcelona, a tendência é que os adversários nos enfrentem com cada vez mais temor, ou seja, jogando tão retrancados quando o West Ham hoje. E, ao meu ver, contra times retrancados, o homem de criação, de bom passe, é o que faz a diferença.
No mais, mantemos a invencibilidade dentro de Stamford Bridge. Um resultado ruim, que com certeza irritou a maioria dos torcedores. O próximo jogo, que será contra o Manchester City, se faz agora ainda mais importante, para voltar a briga pela liderança da competição. Se perdermos essa partida, o City poderá abrir uma ampla vantagem sobre nós, assim como o Arsenal pode fazer o mesmo. Além disso, corremos o risco de deixarmos o Liverpool encostar em pontos conosco e ameaçar nossa colocação, o que seria ainda mais complicado. A única boa notícia é que dificilmente os Citizens jogarão de forma retrancada, o que dá ao Chelsea chances para mostrar o melhor de seu futebol. E, para continuar sonhando com o título, é melhor que o faça mesmo.
#GoBlues
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.