Por Kevin Stott, colunista do Bleacher Report
No elenco do Chelsea, alguns jogadores recebem mais atenção do que outros. Jogadores como o capitão John Terry, Ashley Cole, Petr Cech e Frank Lampard sempre terão maior visibilidade por parte da imprensa, especialmente quando estão envolvidos em disputas contratuais, como o Lampard ultimamente.
Apesar desta realidade, em várias ocasiões outros jogadores ajudam no desempenho da equipe enquanto os jogadores mais experientes começam a perder espaço devido à idade ou lesões. Aqui estão listados alguns Blues que tiveram temporadas notáveis ou mostraram sinais de um futuro promissor em Stamford Bridge, mas que não são reconhecidos por isso.
Demba Ba
Apesar do atacante ainda não ter deslanchado desde que chegou do Newcastle em janeiro, é importante lembrar que a presença do senegalês no time titular tem sido limitada devido à presença de Fernando Torres. Ba se comporta melhor em campo do que Torres, que desde sua chegada em Londres há dois anos, tem problemas para controlar bolas no ataque e se transformou em uma sombra de si mesmo.
Ele poderá ser muito importante para o Chelsea, juntamente com Romelu Lukaku e uma possível contratação no próximo período de transferências (como Radamel Falcão ou Marco Reus). O trio dará ao clube o poder ofensivo necessário para competir com clubes como Manchester United e Manchester City no futuro. Em seus dois últimos anos no Campeonato Inglês, Ba marcou 31 gols, sendo 16 gols na última temporada pelo Newcastle e 15 até nessa temporada entre os Magpies e Chelsea, e deveria ser considerado um atacante de elite da Premier League.
John Obi Mikel
Quando a defesa do Chelsea se destaca, a maioria dos torcedores rapidamente passam a elogiar o goleiro e os defensores. John Obi Mikel tem sido a espinha dorsal da defesa dos Blues há algum tempo, mas costuma ser alvo de críticas dos torcedores, pois para muitos deles, é “proibido” dizer algo negativo sobre seu parceiro de meio-campo, Frank Lampard.
A prova do quanto Mikel é valioso para o Chelsea está no fato de que o clube decidiu emprestar Michael Essien ao Real Madrid antes da temporada. E a defesa dos Blues sentiu sua ausência quando o nigeriano jogou pelo seu país na Copa Africana das Nações em janeiro. Ele não faz gols, mas o seu valor para o Chelsea encontra-se na forma de um apoio defensivo confiável na frente da zaga. E Mikel provou que pode fazer esse trabalho muito bem.
Ramires
Um dos jogadores mais consistentes no elenco do Chelsea nesta temporada, o brasileiro faz o seu trabalho calmamente, com quatro gols na atual Premier League. O versátil meio-campista veio do Benfica por 22 milhões de euros em 2010, e pode jogar em qualquer lugar no meio-campo, defensiva e ofensivamente. Ramires, que é um dos jogadores mais rápidos no elenco azul e está constantemente fazendo estragos nas defesas adversárias, está lentamente provando ser um dos principais jogadores da equipe.
Quando Mikel entrou para substituir Lampard no domingo contra o Manchester United na FA Cup, jogo da sexta rodada, Ramires avançou em campo, fazendo o gol de empate, e forçando o replay. Ele pode ter custado muito há três anos e raramente recebe muita atenção, mas o brasileiro está passando por bons momentos nessa temporada.
Victor Moses
Além do senegalês Ba e de seu compatriota Mikel, Moses representa a África no elenco do Chelsea, e os três representam bem seu continente. O jogador de 22 anos, que veio do Wigan Athletic, costuma jogar pelo lado esquerdo, mas também pode atuar pelo lado direito. Como Ramires, Moses é um jogador que pode atormentar os marcadores, além de poder criar oportunidades a partir do nada com seu drible e passe. E o nigeriano já se saiu bem em situações dramáticas, como o gol de cabeça nos últimos segundos da vitória dos Blues por 3-2 sobre o Shakhtar Donetsk, em Stamford Bridge, na fase de grupos da UEFA Champions League em novembro.
Uma coisa que Moses mostrou em pouco tempo de jogo é o entrosamento com os companheiros no ataque, especialmente com Ba, Mata e Hazard até agora. Quanto mais tempo ele permanecer no campo, melhor para todos os envolvidos no futuro.
Gary Cahill
Além de Cech, é bem provável que nenhum outro jogador do atual elenco dos Blues tenha impressionado com sua consistência de jogo como Gary Cahill. O zagueiro, que veio do Bolton em 2012, tem sido sólido como uma rocha na defesa e é um dos grandes responsáveis pela permanência do Chelsea na zona de classificação para a próxima Liga dos Campeões.
Durante a ausência de Terry por lesão, Cahill fez um trabalho notável em seu lugar, além de ser uma das lideranças em campo. Ele é possivelmente o mais próximo que poderemos encontrar como alternativa para o insubstituível capitão. Como Terry, Cahill cabeceia forte, e já marcou seis gols na temporada.
Branislav Ivanovic
O sérvio é provavelmente o jogador que mais sofre por ser ofuscado pelos ídolos do clube como Terry e Cole. Como nas últimas temporadas os dois jogadores citados sofreram com lesões e alguns problemas fora de campo, poderíamos pensar que Ivanovic iria finalmente começar ganhar mais espaço e influência no time.
Mas como o clube anda em um momento turbulento, apenas ficar fora dos holofotes às vezes é a melhor ideia. Como Cahill, o sérvio traz uma grande presença física à zaga, além de ser uma grande ameaça nas bolas aéreas, com quatro gols na Premier League. A presença do sérvio como lateral-direito ou zagueiro por vezes é desvalorizada, mas os atacantes adversários são “vítimas” de sua robustez e habilidade no campo.
César Azpilicueta
Demorou um pouco para Azpilicueta obter algum tempo de jogo para os Blues após ter vindo do Marseille no início da temporada, mas agora ele vem num bom ritmo. O espanhol não impressiona somente com seu passe, pois sua transição ofensiva é vista com bons olhos pelos torcedores, que estão preocupados com uma defesa em envelhecimento.
Com a participação do espanhol nos últimos jogos, em algumas ocasiões Ivanovic acabou sendo “empurrado” para a posição de zagueiro. Além disso, o lateral colabora com as jogadas de ataque do clube (tem quatro assistências na Premier League) e chega a chutar ao gol caso seja necessário. Quando ele amadurecer mais, seu talento será mais reconhecido e poderá contribuir com o clube com alguns gols e assistências.
Conclusão
A única maneira de realmente dizer se um jogador é subestimado é comparar a consistência e qualidade do jogador com a quantidade de elogios que a mídia está direcionando a ele. Caso continue produzindo, tornando-se um membro vital da equipe (ou tendo potencial para se tornar no futuro), mesmo sem a devida visibilidade por parte da imprensa e dos torcedores, então podemos considerá-lo um jogador subestimado.
E uma coisa é certa sobre eles: os seus companheiros de equipe e os torcedores mais fiéis certamente conhecem e apreciam o seu valor real.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
