
Rafael Benítez. Sempre odiado, sempre questionado, sempre combatido pela torcida e, ainda que não publicamente e provavelmente improvável, pelos jogadores. Sua queda já foi anunciada pelo próprio, mas sua demissão não deve ser acelerada, este não é o momento. Muitos não de concordar que o futebol pode ser comparado a um cálculo matemático. E apesar de não ser nenhum perito na matéria acredito que exista uma relação muito simples entre equipes como Bayern de Munique e Manchester United e a seguinte equação proposta no modelo a seguir, para que se tenha uma equipe no alto do ranking mundial de clubes. A conta é incrivelmente simples. Para se ter um clube poderoso dentro de campo e fora dele existem diversas fórmulas, porém em todas eles observa-se, com pequenas variáveis, 5 fundamentos basilares. 5 incondicionais fatores que explicam o crescimento de clubes como Manchester City, PSG e até mesmo o Chelsea dos tempos de José Mourinho. Eis que cito agora estes 5 fundamentos, que formam o modelo denominado, por razões óbvias, de D.J.I.C.C., são eles:
1 – Dinheiro = À de se concordar que só pode investir aquele que possui os recursos necessários. Não se pode, em uma liga como a Premier League, alcançar grandes feitos sem este importantíssimo item que classifico como o primeiro da lista. Manchester City é um claro exemplo de como o dinheiro é importante no futebol moderno, e tradição e camisa já não têm o mesmo peso do passado.
2 – Jogadores Qualificados = Item evidente. Quem deseja conquistar títulos deve contar com os melhores jogadores. Em um torneio como a EPL, cada posição da peleja é extremamente importante, devendo-se ter grandes jogadores para cada uma das vagas. Deve-se à utilização do Item 1.
3 – Ídolo = Para reger os jogadores qualificados, deve-se manter na equipe um grande jogador de renome, sendo que quanto mais novo ele for melhor para todo o elenco. Um ídolo pode sozinho preencher o ego de jovens talentos ao mesmo tempo em que possui toda liberdade e prestígio necessários para dar aquele sonoro “esporro” nos demais.
4 – Comissão Técnica Qualificada = Apenas um grande treinador, que possua a melhor das comissões, pode, em tese, reger o ídolo e os demais grandes jogadores da equipe. Cabe ao treinador, organizar as despesas com contratações, organizar o esquema tático que irá extrair o melhor do elenco, além de combater, in loco, as táticas adversárias, através de boas substituições e instruções durante uma partida.
5 – Continuidade do modelo inserido = Talvez o mais importante de todos os itens, a continuidade garante ao clube a estrutura mínima necessária para que este possa ser bem sucedido. O modelo inserido deve sempre ser mantido por anos a fio, sem ser alterado, garantindo aos jovens da categoria de base um exemplo do que se espera no profissional. Através dela, o técnico poderá saber como investir o dinheiro do clube. Através dela, o ídolo pode conduzir os grandes jogadores dentro do gramado. Através dela, os grandes jogadores podem memorizar esquemas intrapessoais, como jogadas ensaiadas e tabelas entre jogadores. Ou seja, trata-se do velho e batido “entrosamento”, que apesar de repetido em mesas de botequim e debates de jornalistas, realmente faz toda a diferença em qualquer esporte coletivo.
Chelsea no modelo D.J.I.C.C.
A soma destes fundamentos demonstram claramente a forma com a qual o clube se posiciona em cenário mundial. Observa-se que a mais alta das notas, somadas, é 25 e colocando como meta de um grande clube o dever de possuir uma nota entre 20 e o máximo alcancável, a classificação final do Chelsea neste esquema, aplicando notas de 1 a 5 para cada item, revela uma inconsistência. Totalmente observável em sua realidade fática, vide:
1 – Dinheiro – Nota 5: Muito se permite investir em nome do Chelsea graças a Roman Abrahmovich. Este item não falta em Stamford Bridge, porém deve sempre ser bem administrado.
2 – Jogadores Qualificados – Nota 4: Ainda há o que se melhorar em termos de qualidade técnica dentro da equipe, mas o elenco é jovem e promissor. A inclusão de duas ou três peças pode garantir uma nota máxima, não alcançada no momento.
3 – Ídolo – Nota 5: Brilhantes e carismáticos, John Terry e Frank Lampard ainda são muito importantes para a equipe e para o Chelsea, instituição, mas não estão a ficar mais novos em idade e novos rostos logo se tornaram mais frequentes, portanto, precisa-se de um novo ídolo. Juan Mata desponta como possível candidato à vaga.
4 – Comissão Técnica Qualificada – Nota 1: Com uma equipe técnica inicialmente montada por AVB, reaproveitada por Di Matteo e posteriormente remendada por Rafa, a comissão hoje causa desconfiança e merece ser reestruturada por um novo manager. O técnico também faz parte e Benítez definitivamente é uma péssima escolha.
5 – Continuidade do Modelo Inserido – Nota 2: Mesmo se tornando Campeão Europeu jogando na retranca nos jogos finais, após uma temporada de clara intenção ofensiva, o Chelsea chegou para 2012/13 alterando seu estilo de jogo para um extremismo ofensivo, que em muitas oportunidades se mostrou incoerente e ineficaz, voltando, com a chegada de Benítez, para um estilo de jogo de falsa posse de bola no centro do gramado. Ou seja, total incoerência tática dentro de um espaço de 12 meses. Resumindo, existe a necessidade de se manter um estilo de jogo, mesmo que inicialmente ele gere revés, para que se possa instaurar na mente de jogadores o ‘como’ e o ‘porque’ de se chegar ao gol.
Resultado Final: 17 pontos. Resta evidente a inconsistencia com a qual a equipe londrina é administrada, principalmente quanto aos dois ultimos itens do modelo, que demonstram a necessidade de se rever o conceito mais norteador do futebol brasileiro, por exemplo, e que vem sendo seguido à risca pela adminstração Abrahmovich. Em minhas contas o Bayern teria 23 pontos (5;5;4;5;4) e Manchester United 24 pontos (5;5;5;5;4). Precisamos melhorar se quisermos competir com eles, seja pelo Campeonato Inglês, seja pela Champions League.
Resumo da Ópera
O que isso tem a ver com o cargo de Benítez no momento? Tudo. O motivo pelo qual o espanhol não deve ser retirado do cargo no momento – e com isso eu reintero minha vontade de ve-lo fora do Chelsea no futuro – é o simples fato de não se ter quem aceite pegar o irregular Chelsea em uma fase em que a classificação para a próxima Champions League parece incerta. A troca imediata apenas abalaria ainda mais os itens 4 e 5 do modelo, reduzindo as chances de classificação. Dito isto, deve ser lembrado que Rafa Benítez só treina o Chelsea hoje por que quando RDM foi demitido, nenhum outro treinador aceitou o cargo. E evidencias demonstram que o mesmo se repetirá no caso de demissão do ‘Interim One’. A lógica indica que a melhor opção é mesmo manter o odiado treinador no comando, e reiniciar os tópicos 4 e 5 na próxima temporada. Troca-lo agora por um novo interino não fará o menor sentido e ainda pode comprometer a classificação no maior torneio Europeu, a menos que o novo treinador viesse para ficar, e se isso acontecer fica a pergunta: Quem pode assumir esta equipe ? Pessoalmente meu favorito é Fabio Capello.

(Foto: Sky Sports)
E o que pensa você irmão Blue? Rafa Benítez deve sair imediatamente? Neste caso qual seu treinador favorito para o cargo? Quem pode melhorar o item 2? Juan Mata é candidato à Ídolo do Chelsea? Concorda comigo? Discorda de mim? Responda a todas estas perguntas nos comentários abaixo. Tire suas dúvidas, responderei seu comentário assim que possível.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.