Haja coração, amigo, como diria o saudoso Galvão Bueno (Ok, ele não morreu e nem parou de narrar futebol, mas convenhamos, Galvão e futebol não mais combinam.) E o assunto é outro… e assunto é Mundial de Clubes, que, contra todas as expectativas do início do ano, conta com meu Corinthians e meu Chelsea. Sinceramente, nunca achei que veria esse confronto. Corinthians e Libertadores, questão de perseguição, amor e ódio. Chelsea e Champions League, perseguição, questão de honra para o novo status do clube, e também amor e ódio.
E no meio disso tudo, eu. Torcedora do Corinthians desde mais ou menos 1995, torcedora do Chelsea desde 2008. Apenas datas, o amor pelos clubes é grande e equivalente. Por isso, me sinto em cima do muro, ou melhor, em uma corda bamba, caindo um pouco pra cá, depois um pouco pra lá.
Mundial de Clubes é importantíssimo para brasileiros. Visto como o prêmio máximo do futebol clubístico. Pessoalmente, considero a Libertadores como tendo maior importância, pelo campeonato difícil de vencer, jogos grandes, clássicos, e festa em casa. Mas para o Corinthians, esse Mundial tem um peso enorme.
Já para o Chelsea, o peso é menor, culturalmente. Europeus se importam com o Mundial, mas eles têm a noção de existirem outros campeonatos mais importantes, como a Champions League e também a liga nacional. São dois jogos, se chegarem a dois, e só um de real importância, a final (provável) contra times desconhecidos da América do Sul. Nós assistimos ao campeonato inglês, alemão, Champions League, torcemos ou temos nossos preferidos, acompanhamos, sabemos dos jogadores, e muitos até que já jogaram nos nossos times de coração brasileiros. Eles não. Alguns poucos fanáticos por futebol alternativo se arriscarão a acompanhar ligas sul-americanas.
Como brasileira, dou importância ao Mundial. Como corinthiana, também. E como Blue, também acho sensacional o Chelsea nessa competição. Então, o que pesa para eu torcer pra esse ou aquele?
Pelo Corinthians, a cereja do bolo de uma ascenção incrível desde o retorno à Série A. O sonho de anos de ganhar um Mundial de Clubes, em que nem o mais árduo ‘anti’ poderá colocar defeito. A satisfação de ter o time campeão.
Pelo Chelsea, o título inédito de Campeão do Mundo, depois de várias quedas e várias superações, uma chance única, já que voltar a disputar o torneio não será tarefa fácil. Ver os Blues campeão do Mundo, se superando, contra crises internas e externas. Mostrar ao mundo que somos, sim, grandes.
De uma coisa eu sei: qualquer um dos dois que levante o caneco, me sentirei em êxtase e melancólica ao mesmo tempo. Gritarei de alegria, e sentirei a tristeza. Faz parte. Situação única e inusitada, sensacional, patrocinada pelo futebol.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.