STAMFORD BRIDGE

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O Estádio Stamford Bridge foi inaugurado oficialmente em 28 de abril de 1877. Durante os primeiros 28 anos de sua existência, foi utilizado quase que exclusivamente pelo London Athletic Club, como uma arena de atletismo e reuniões e não para o futebol em um todo.

Em 1904 a propriedade foi comprada por Gus Mears. O empresário, juntamente com seu irmão Joseph, tinha a idéia de criar um clube de futebol e aquele era o local ideal. Stamford Bridge foi desenhado pleo arquiteto Archibald Leitch e, inicialmente, incluía uma bancada de 120 metros de comprimento no lado leste, que poderia manter 5.000 espectadores.

Os outros lados estavam todos abertos, em uma área muito vasta, onde milhares de toneladas de material foram escavados a partir da construção, desde o aterramento feito no lado oeste.

A capacidade original foi planejada para ser de 100 mil espectadores e foi o segundo maior no país atrás apenas do Crystal Palace, onde era realizada a final da FA Cup.

Curiosamente, no início, o estádio foi oferecido ao Fulham FC, que rejeitou a ideia de mudar de casa. O Chelsea Football Clube nasceu em 1905 e mudou-se para o novo estádio Stamford Bridge

A história

O nome e o lugar de Stamford Bridge são de grande importância para a história da Inglaterra. A alcunha dada ao estádio simboliza umas das mais famosas batalhas em Yorkshire – que mais tarde ficaria lembrado como ‘Battle of Stamford Bridge’ –, no reinado do Rei Harold, em 1066, contra os Vikings.

No entanto, acredita-se que isto não está ligado à nomeação do estádio do Chelsea Football Club, que pouco provável tenha surgido pelo fator histórico, e sim pelos pontos de referência no lugar e a chance de mudança.

Os mapas do século 18 mostram o Fulham Road e Kings Road, incluindo o lugar atual do estádio. Ele mostra um córrego chamado de “Stanford Creek”, que passa, nos dias de hoje, na linha ferroviária da East Stand e flui para o rio Tâmisa.

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O Fluxo que atravessa o Fulham Road ficou marcado pelo nome de “Little Chelsea Bridge”, que originalmente era chamado de “Sanford Bridge” (Ford de areia). Apesar de uma ponte sobre o córrego na Kings Road foi chamado de “StanBridge” (ponte de pedra). Parece que estes dois nomes das pontes e o do rio formou um novo nome, “Stanford Creek”, que mais tarde, evoluiu para o nome Stanford Bridge, que logo depois, evoluiu para Stamford Bridge. Esse nome acabou sendo adotado como o nome do estádio dos Blues.

Desde a sua criação, o estádio permaneceu praticamente inalterado até 1930, quando o “Shed End” (Galpão) foi erguido. Foi construído um vasto banco de terraceamento por trás do gol sul, que logo mais, veio a ser um lugar onde os apoiadores do Chelsea podiam visitar.

As arquibancadas

Como o estádio em desenvolvimento, Shed End acabou se tornando o principal encontro dos torcedores nas décadas de 60, 70 e 80. O local se tornou o lugar onde os torcedores considerados mais hardcore se reuniam, para criar cânticos a favor do Blues. Com uma área bastante singular, há um debate sobre como o nome “Galpão” surgiu, pois não foi dado nem um nome quando foi construído.

O Galpão foi demolido em 1994, por causa das novas leis de segurança, e foi substituído por o novo Galpão, quando sua construção foi finalizada em 1997. A última partida com o antigo Galpão foi contra o Sheffield United, 07 de maio de 1994, embora, infelizmente, ninguém sabia que aquele seria o último jogo. Por isso, nunca foi lhe dada uma despedida merecida.

Em 1939, o North Stand foi construído, em um lugar bastante curioso, na ala Leste. O projeto difere completamente do resto do estádio. O North Stand sobreviveu até 1975, quando foi demolido, e então, foi aberto o terraceamento até 1993, quando também foi demolido no início da reconstrução moderna de todo o estádio.

1965, esse ano foi muito especial para o estádio do Chelsea, que viu o grande terraço ocidental passar a ter uma posição sentada, mais uma vez por normas de segurança nos estádios. O lugar ficou carinhosamente conhecido como Benches.

O ‘Benches’ existiu por 25 anos, quando foi demolido em 1998, e apesar dessas reformas serem para o bem do estádio, o dia de sua demolição acabou sendo marcado como um dia triste, e assim como o ‘Shed’, ou Galpão, o ‘Benches’, ou também conhecido como ‘West Stand’, ficou com assentos de madeira.

No entanto, essa reforma no estádio o transformou em um dos melhores estádios do país, custando cerca de 30£ milhões, mas colocando 13.500 pessoas em um ambiente de luxo, com uma visão perfeita do que estava acontecendo dentro de campo.

Em 1973, o East Stand foi construído. A nova arquibancada foi considerada na época como uma das principais inovações da engenharia. O East Stand foi uma criação arquitetônica à frente de seu tempo, sendo considerada até hoje uma das construções mais marcantes do país. Uma curiosidade é o fato dessa ala ser a única parte do estádio que sobreviveu à reconstrução dos anos 90, embora sofrendo algumas remodelação.

O East Stand, para toda a sua magnificência também tem um passado controverso. Quando o Chelsea estava em seu auge, no final dos anos 60 e no começo dos anos 70, os proprietários do clube decidiram que as estrelas do Blues mereciam jogar no melhor estádio do país. O plano era extremamente ambicioso para reconstruir completamente Stamford Bridge, o transformando em um lugar de 50.000 lugares sentados. O plano se mostrou bastante ambicioso, o que trouxe vários problemas para o Chelsea, como a venda forçada de jogadores importantes, e o quase rebaixamento para a 2ª divisão do Campeonato Inglês. Isso levou o clube a uma ruína forçada no início da década de 80.

Capacidade de cada setor

Matthew Harding Stand: capacidade para 10,884 torcedores. Anteriormente conhecida como ala Norte, o setor recebeu esse nome em homenagem ao diretor do clube, que ajudou a reerguer os Blues. O nome foi dado após o falecimento de Harding, em outubro de 1996.

East Stand: capacidade para 11 mil torcedores. É a única parte da arquibancada coberta e foi reconstruída em 1975.

Shed End: capacidade para 6,831 torcedores. Sempre foi o setor preferido dos torcedores do Chelsea. É nessa ala que surgiram os cânticos do clube. As cinzas do lendário Peter Osgood estão enterradas na marca do pênalti voltada pra The Shed.

West Stand: capacidade para 13,500 torcedores. É a primeira coisa que os torcedores dos Blues enxergam ao entrar no estádio.

A crise e a venda de Bridge

Os efeitos da crise financeira só terminaram duas décadas depois. Nesse meio tempo, o East Stand mostrou-se inabalável. Com o clube praticamente falido no final dos anos 70, os então proprietários do clube tomaram a decisão drástica de vender o Stamford Bridge para um grupo de promotores imobiliários, a fim de pagar algumas dividas.

Essa decisão fez com que os Blues perdessem seu estádio temporariamente. O Chelsea foi forçado a partilhar do estádio de seus vizinhos rivais, como Fulham e Queens Park Rangers, e vendo seu famoso e tradicional estádio se transformando em casas e supermercados.

Sem estádio e sem condições financeiras para construir uma nova casa, o Chelsea perdeu espaço no futebol nacional. Assim deu-se início a uma amarga e dificultosa corrida para recuperar a propriedade de Stamford Bridge. Essa batalha durou 10 anos, mas teve um final feliz.

O então presidente do clube, Ken Bates, fez de tudo para combater os promotores imobiliários, e finalmente em 1992, Stamford Bridge voltou às posses do Chelsea FC. Ironicamente, os promotores foram forçados a declarar falência, e então os Blues conseguiram a sua terra de volta.

Stamford Bridge sobreviveu ao seu maior desafio e, em 1994 o processo de reabilitação começou – sendo o mais extenso do que qualquer outro estádio do país. O renascimento de Bridge com o Chelsea representou a recuperação do clube: das ruínas para o topo do mundo.

A reconstrução

Antigo Stamford Bridge: mudanças na história do clube
Antigo Stamford Bridge: mudanças na história do clube

A reconstrução do Stamford Bridge recomeçou em 1994. A partir das cinzas, as obras começaram com a remodelação da área norte. A velha bancada que ficava naquele setor e que nos últimos tempos abrigava os visitantes, foi demolida e uma nova ala começou a ser construída.

A próxima reforma foi a remodelação do novo “Shed End Stand”, em 1997. O antigo “Shed End” tinha sido substituído por assentos temporários, que permaneceram por lá até a reforma do novo “Shed End Stand”. Ao mesmo tempo o Chelsea Village Hotel, que foi uma peça central do desenvolvimento de Stamford Bridge, foi construído.

Os quiosques do estádio alem de serem modernos, confortáveis e elegantes, também foram construídos próximo ao campo, onde dá pra sentir a atmosfera do Chelsea.

Em 1998, começou a parte final da reconstrução do novo Stamford Brigde. Mas a história mostrou ter mais um obstáculo a ser superado. A parte inferior oeste foi construída sobre problemas de programação. O estádio só foi entregue após dois anos da programação prevista.

Finalmente, a última batalha foi ganha e os trabalhos recomeçaram com a realização da maior e melhor parte do estádio, a enorme bancada oeste com 13.500 lugares. A reconstrução terminou em 19/08/2001 e marcou, finalmente, a conclusão do Stamford Bridge, reconstrução que tinha começado por volta de 1973 com a arquibancada leste.

Atualidade: moderno vs tradição; novela “Battersea”

Novo SB: modernidade e títulos
Novo SB: modernidade e títulos

A capacidade atual do Stamford Bridge é de 41.841. A área ao redor do campo deixou de ter um formato oval e passou a ter um formato mais retangular para os quatros cantos do campo.  Não há quase nenhuma parte do estádio atualmente, que não tenha sido modificado nesses últimos 15 anos. Apenas o gigante muro do “Shed” é remanescente do estádio original.

Chelsea teve um árduo trabalho para transformar o Stamford Bridge em um estádio de topo. Atualmente Bridge contém: dois hotéis de quatro estrelas, três restaurantes, instalações para conferências e banquetes, parque de estacionamento subterrâneo, SPA e um centro para negócios. Tudo isso em uma área de 12.5 hectares ou 125,007.4 m². Essas construções no estádio começaram quando foi construído o local de atletismo em 1876.

Apesar do Chelsea Pitch Owners (CPO), detentor do estádio desde os anos 1990, não querer que o Chelsea mande suas partidas em outro estádio, o clube já buscou opções. Em meados de 2012, foi apresentado o projeto de tornar o terreno do Battersea Power Station na casa do clube.

Porém, o terreno fora vendido outro investidor. O projeto do clube era de construir um estádio com capacidade para 60.000 torcedores. Até o momento, diretoria e CPO não chegaram a um acordo sobre a mudança de Stamford Bridge para outro terreno. A única hipótese descartada até então é a de ampliar o atual estádio, já que engenheiros contratados pelo clube constataram ser impossível fazer tal mudança.

Dois fatores principais influenciam na mudança de Stamford Bridge para outro estádio: o crescimento do clube e consequentemente de sua torcida – que não condiz com a capacidade atual de Bridge -, e o lado financeiro, já que a diretoria do clube afirma que deixa-se de ter maiores lucros com ingressos. Tal fato se dá porque em partidas europeias, a capacidade do estádio tem que ser reduzida, por fatores de segurança impostos pela UEFA.

Curiosidades

  • A primeira partida no Stamford Bridge foi realizada em setembro de 1905. Era um amistoso contra o Liverpool, vencido pelos Reds por 4×0.
  • O recorde de público do estádio é de 82.905 torcedores, na partida entre Chelsea x Arsenal realizado em 12 de outubro de 1935.
  • O menor público numa partida do Chelsea foi em 1906, entre Blues e Lincoln: 3 mil pagantes.
  • Em 1945 o Chelsea disputou um amistoso com o Dinamo Moscow em Stamford Bridge. A partida de 6 gols (3×3) foi assistida por um público recorde de 100 mil pessoas.
  • Antes da construção do Estádio de Wembley, Stamford Bridge sediou três finais da FA Cup. Em 1920, Aston Villa e Huddersfield Town (1-0) foi assistido por 50 mil pagantes. No ano seguinte, pouco mais de 72 mil torcedores viram o Tottenham Hotspur derrotarem o Wolverhampton (1-0). Em 1922, o Huddersfield Town se sagrou campeão em cima do Preston North End (1-0) diante de um público de 53 mil.
  • Além das três finais da FA Cup, 10 semifinais da competição foram realizadas em Bridge. Mais 10 jogos da Charity Shield (Supercopa da Inglaterra) e três jogos da Seleção Inglesa nos anos 1930 aconteceram no estádio do Chelsea.
  • Stamford Bridge também sediou partidas de rúgbi, criket e beisibol (New York Giants e Chigaco White Sox), além das tradicionais corridas de cavalo.
  • No estádio do Chelsea funcionam também o museu do clube, inaugurado no ano do centenário, além da Chelsea Mega Store – que vende artigos do clube.
  • Em março de 2013 Stamford Bridge voltou a sediar um jogo entre seleções, fato ocorrido pela última vez em 1946. Brasil e Rússia empataram em 1×1.

Atualizado em Agosto de 2014