Após um período sem a nossa série Conheça o Ídolo, retomamos em grande estilo. O jogador de hoje é ninguém mais ninguém menos do que ele: o cara, o ídolo, o dono da camisa #25 (eternizada para sempre na história do clube): Gianfranco Zola.
Trajetória pré-Chelsea
Zola nasceu em Oliena, na Itália no dia 5 de julho de 1966. Começou sua carreira nas divisões de base do Corrasi Oliena, time da cidade, no início da década de 1980. Após três anos jogando no Corrasi, Zola resolveu dar o passo para a profissionalização e se transferiu para o Nuorese, clube onde jogou por dois anos (pouco mais de 30 partidas).
Após o Nuorese, Zola jogou no Torres durante três anos. Lá atuou um pouco mais de 80 partidas e marcou mais de 20 gols. O bom futebol apresentado no Torres despertou a atenção do Napoli. Ao final da temporada 1988/1989, Zola foi para o time napolitano e brilhou para toda Europa.
Foram quatro anos vestindo as cores do Napoli. Mais de 100 partidas e quase 50 gols. Atuou ao lado de grandes nomes do futebol mundial, como Diego Maradona e Careca. A convivência com o argentino mudou a carreira de Zola. O próprio jogador afirmou que aprendeu tudo com Dieguito. A dupla passava horas depois dos treinos aprimorando suas aptidões em cobranças de falta.
Depois do Napoli, Zola se transferiu para o Parma em 1993. Lá conquistou importantes títulos em sua carreira (Serie A do italiano) e viveu um episódio curioso em sua carreira. O então treinador do Parma, Carlo Ancelotti havia dito que Zola não se enquadraria no esquema do time e o jogador acabou sendo negociado com o Chelsea.
Anos de glória em Londres
Foram sete anos vestindo as cores do Chelsea. Sete anos em que os torcedores puderam ver a um gênio desfilando nos gramados de Stamford Bridge. Zola literalmente fazia mágica e não é a toa que ele recebeu o apelido de “Bruxo”.
Tudo começou em novembro de 1996. Zola chegou à Londres por 4,5 milhões e ganhou a camisa de número #25. O treinador na ocasião era o jogador Ruud Gullit. A estreia foi num empate em 1×1 com o Blackburn, fora de casa. Em um curto período, Zola fez performances espetaculares em campo e marcou importantes gols. Era o aperitivo para o que estava por vir.
Em sua primeira temporada completa pelo Chelsea, Zola se tornou chave no esquema de Gullit. Se hoje Terry, Lampard, Drogba e Cech gravaram seus nomes na história, e conquistaram os maiores títulos para os Blues, na década de 1990, Zola, Di Matteo, Vialli, Gullit, Wise entre outros grandes nomes participaram do renascimento dos Pensioners na Inglaterra.
Pra quem não teve oportunidade de ver Zola jogando, aqui vai uns lances do Bruxo:
Zola esteve presente nas conquistas da FA Cup de 1996-1997 e 1999-2000, da Community Shield de 2000, da Copa da Liga em 1997/1998, da UEFA Cup Winers’ Cup e da UEFA Super Cup, ambas em 1998.
Além de prêmios coletivos, o futebol de primeiro nível apresentado por Zola renderam-lhe vitórias individuais. Em 1997 foi o primeiro jogador do Chelsea a vencer o prêmio de Jogador do Ano pela Associação de Jogadores Profissionais. E o primeiro a vencê-la sem disputar uma temporada completa.
O prêmio citado acima é uma das provas da maestria de Zola. O jogador que revolucionou a Terra da Rainha, e para a alegria da nação azul, ele vestiu as cores do Chelsea.
Entre outras premiações de Zola, estão Jogador do Mês na Premier League (duas vezes), Jogador do Ano no Chelsea (duas vezes), Futebol da Fama inglês (2006), o título de Maior Jogador do clube e a comanda de Oficial do Império Britânico (2004).
Os últimos anos de Zola no Chelsea
Na entrada dos anos 2000, o Chelsea já não tinha mais Gullit como treinador. Foi a vez de Gianluca Vialli assumir o posto de jogador treinador. Com uma nova mentalidade imposta, Zola mostrou sua versatilidade em se adaptar ao sistema de rotatividade no ataque. Foram poucos gols marcados, mas o futebol mágico continuava o mesmo.
Não podemos nos esquecer da dupla formada por Zola e Jimmy Floyd Hasselbaink. A parceria resultou em mais de trinta gols no campeonato inglês em uma temporada.
Com a passagem de século, uma nova era se desenhava. E Claudio Ranieri chegava à Londres para comandar o Chelsea. Com sua nova política de rejuvenescer o elenco, Zola perdia espaço para o jovem promissor Eidur Guodjohnsen.
Parecia o fim da sua carreira no Chelsea. Só parecia. Na temporada 2002-2003, sua última em Londres, Zola renasceu. Seus 16 gols e o futebol mágico de sempre voltaram à tona, para encerrar um clico vitorioso. Com a ajuda de Zola, o Chelsea conseguiu se classificar para a Champions League.
Os últimos lances…
O último gol de Zola com a camisa azul foi em 2003, contra o Everton, em abril. Pra variar, um golaço:
A última partida daquela temporada seria também sua última pelo Chelsea. Vindo do banco, Zola entrou na metade do segundo tempo e infernizou a defesa do Liverpool. Em sua última jogada de um futebol fantástico e mágico, o “Bruxo” passou por quatro marcadores dos Reds e ganhou aplausos das duas torcidas. Confira o drible:
Sob os aplausos no clássico, Zola encerraria sua história como jogador do Chelsea da mesma forma que começou: encantando a Inglaterra. O saldo dessa passagem: 312 jogos, 80 gols e a imortalização da camisa #25.
Não deixem de sugerir os próximos ídolos. Abraços e até a próxima!