Depois da derrota por 3-0 na última quarta-feira (5) em Stamford Bridge, o Milan vai representar um desafio ainda maior para o Chelsea na partida desta terça-feira (11). Ambas as equipes começam a 4ª rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa com quatro pontos – os Blues estão na frente da equipe italiana apenas por conta do saldo de gols.
Nesse sentido, o novo encontro entre os times de Graham Potter e Stefano Pioli, desta vez, no San Siro, promete bastante, uma vez que pode colocar um dos dois lados em uma posição mais confortável no grupo.
Reencontro: Thiago Silva voltará ao San Siro depois de mais de uma década
Deixando o Fluminense ao final da temporada de 2008, Thiago retornou para a Europa para defender o rubro-negro de Milão. O jogo desta terça-feira, portanto, marcará o reencontro de Thiago com a torcida Rossoneri no Estádio Giuseppe Meazza.
O camisa 6 do Chelsea disse em coletiva nesta segunda-feira (10) que será uma ocasião especial não só para ele bem como para sua família:
“Eu estou muito feliz e animado por estar aqui [em Milão] 11 ou 12 desde a minha última vez. E claro todas as experiências boas que eu tive aqui voltam à minha mente. Então, lógico que estou muito animado e amanhã a noite vai ser ainda mais animador e comovente“.
“O que eu posso dizer é que eu tenho que estar mentalmente forte e focado no jogo, porque com certeza será uma grande demoção. Minha esposa ficou muito emocionada com o jogo da semana passada, então, amanhã minha esposa vai chorar de emoção. Mas espero que no final possamos comemorar juntos depois de uma boa vitória, isso é o mais importante“, completou o brasileiro.
Novo encontro trará mais desafios
Na sequência, o zagueiro relembrou a partida de Stamford Bridge e disse esperar um jogo muito mais difícil na Itália:
“Eu vejo o Milan jogar cada vez melhor. Eles tiveram um jogo ruim contra nós na semana passada, isso pode acontecer, mas grandes clubes como o Milan não cometem o mesmo erro duas vezes. Você pode ver pelo bom resultado que tiveram contra a Juventus em sua última partida“.
“Então, tenho certeza que eles estarão motivados a fazer outro grande jogo amanhã. Eu posso dizer para mim mesmo e para o meu time que precisaremos trabalhar muito, porque nunca será fácil jogar no San Siro contra o Milan“, concluiu Thiago.
Áreas de atenção
Em relação ao que esperar dos italianos, Thiago Silva ressaltou duas áreas importantes. De pronto, elogiou Fikayo Tomori, que vem impressionando pelo time de Milão:
“Eu já o conhecia e tinha jogado com ele por alguns meses antes dele decidir se juntar ao Milan. Eu esperava que não fosse fácil para ele ao mudar de país e mudar a cultura. Mas ele se provou muito bom porque consolidou suas habilidades. Eu sempre digo que para um defensor, a melhor escola de futebol que você pode ter é na Itália. Estou muito feliz por ele porque posso ver que ele cresceu e se desenvolveu como jogador“.
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O brasileiro também destacou a força ofensiva dos milaneses, sobretudo, ressaltando a importância de Rafael Leão e Olivier Giroud. Thiago disse que será preciso atenção nas movimentações do português para que ele não tenha a bola porque, quando ele tem a bola causa problemas. Além disso, reforçou as qualidades do seu ex-companheiro de Chelsea, Giroud, que sempre espera na área pela sua oportunidade.
“É um ataque muito difícil de enfrentar. Precisamos estar focados. Acho que Leão é um dos melhores jogadores no plantel deles, mas temos que ter cuidado com todos porque um bom time não é apenas um, dois ou três bons jogadores“, concluiu o camisa 6.
Falando de tática: o que esperar do Milan no confronto?
O sucesso dos Blues em casa na última semana se deveu muito a boa utilização das alas, principalmente, levando em conta a atuação de Reece James pelo lado direito. O camisa 24 do time de Londres teve certa liberdade para ir ao ataque – tanto é que marcou um gol e ainda deu uma assistência para Pierre-Emerick Aubameyang.
Ao mesmo tempo, James conseguiu equilibrar bem com o aspecto defensivo, dando muito trabalho para Leão, ponta esquerda do Milan e, de longe, o nome do time até aqui na temporada. Do lado esquerdo, Ben Chilwell fez o mesmo, reduzindo os espaços para atuação dos homens de frente da equipe de Milão, sobretudo de Rade Krunić.
No entanto, para esta partida os italianos terão um grande reforço: Theo Hernandez. O francês é mais uma força ofensiva de Pioli pelo lado esquerdo e por conta da sua forma de atuação combina muito bem com Leão. Com a atuação de Hernandez, o ponta português fica ainda mais livre, gerando ainda mais opções pelo lado esquerdo. Logo, Reece pode esperar ainda mais trabalho para si – e para quem estiver na direita da linha defensiva Blue.
Equilíbrio do jogo
Apesar da diferença da posse de bola entre Chelsea e Milan não ter sido muito grande no primeiro jogo, 52% x 48% a favor dos Blues, houve uma diferença brutal no número de finalizações: foram 10 dos londrinos, sendo seis no gol, e apenas quatro dos milaneses e uma acertando o alvo.
Muito disso se deveu a postura do Chelsea de pressionar quando estava sem a bola. Com isso, os italianos até conseguiram trocar passes, porém, não tinham muito espaço para acelerar as jogadas. Além disso, por vezes, o time de Potter conseguia roubar a bola em áreas do campo que deixavam em boa posição de ataque.
Por conta dessa postura, os Blues conseguiram impedir que o Milan jogasse com suas tradicionais linhas altas e, por isso, dificultaram as descidas de Sandro Tonali e Ismael Bennacer. Ou seja, os homens do centro do meio campo dos italianos acabaram ficando presos e tiveram certa dificuldade para parar os meias atacantes adversários, sobretudo Raheem Sterling e Mason Mount.
Pioli deve adereçar essa questão na partida desta terça-feira promovendo uma pressão mais efetiva no meio de campo. Assim, impedindo que o time tenha liberdade para distribuir a bola – tanto para os alas como no entrelinhas buscando os homens de frente.
Superando a linha defensiva de Potter
O treinador dos Blues optou por um 3-4-2-1 em Stamford Bridge com Wesley Fofana, Thiago Silva e Kalidou Koulibaly na defesa. Fofana saiu lesionado e Trevoh Chalobah entrou em seu lugar. Mesmo assim, o Chelsea seguiu firme e forte em seu campo anulando não apenas os alas como também Olivier Giroud.
Com a dificuldade dos meias atacantes atuarem diante da defesa do Chelsea, o camisa 9 do Milan não conseguiu receber a bola. Em suma, finalizando pouco. A expectativa é que Giroud siga com a titularidade em San Siro e, como o torcedor Blue bem sabe, ele não precisa de muito para deixar sua marca.
Por um lado, Pioli deve pensar em como superar a defesa do Chelsea, que pode assumir um novo formato no jogo de amanhã – uma vez que Potter também deverá pensar em maneiras para reduzir a ameaça dos Rossoneri pelo lado esquerdo, principalmente.
Vale lembrar que além do francês, o treinador italiano tem a disposição Divock Origi e Ante Rebic como opções de centroavante no banco.
Retornos e desfalques
Pioli voltará a contar com Theo Hernandez, porém perdeu um jogador importante para o duelo no San Siro: Charles De Ketelaere sofreu uma lesão muscular. Logo, o belga se junta a uma lista extensa de desfalques do Milan: Mike Maignan, Alessandro Florenzi, Zlatan Ibrahimovic, Junior Messias, Simon Kjaer, Davide Calabria e Alexis Saelemaekers. Dessa lista, parece Junior Messias pode vir a ser relacionado, mesmo não tendo muito tempo de treino com a equipe nas últimas semanas.
Do lado do Chelsea, Potter terá três ausências. A primeira é Wesley Fofana, que lesionou o joelho no último jogo entre as equipes e deve ficar fora por mais algumas semanas. Outro desfalque será N’Golo Kanté que estava perto de voltar, entretanto, sentiu nos treinos e segue sem ser relacionado. Enfim, Hakim Ziyech também não viajou para Milão. O marroquino não está lesionado, só não está se sentindo bem, por isso, ficará em Londres.
Ficha técnica
AC Milan x Chelsea FC
UEFA Champions League 2022/23 – Fase de grupos – 4ª rodada
Estádio Giuseppe Meazza (San Siro) – Terça-feira, 11 de outubro às 16h (horário de Brasília)
Árbitro principal: Daniel Siebert (Alemanha)