Com a possibilidade de se colocar entre os quatro primeiros colocados da Premier League, o Chelsea recebe o Wolverhampton neste sábado (8) às 11h (horário de Brasília). Depois da vitória no meio de semana na Liga dos Campeões, os Blues parecem estar se adaptando ao trabalho de Graham Potter.
Por outro lado, o Wolverhampton chega em um certo momento de crise. Em primeiro lugar, a equipe da região central da Inglaterra abre a zona de rebaixamento do campeonato. Mais ainda, os Wolves contam com desfalques importantes para a rodada.
Enfim, os Wolves também se veem em um momento de transição. Bruno Lage foi demitido após a derrota dos Wolves para o West Ham na última rodada e o clube busca a contratação de seu substituto – com Julen Lopetegui aparecendo como o favorito para assumir o cargo.
Atualizações sobre lesões e retornos
Além de toda a repercussão após a vitória sobre o Milan na quarta-feira (5), um tópico que chamou atenção foi a situação de Wesley Fofana. Aos 38 minutos de jogo, o zagueiro francês teve que ser substituído após sentir uma lesão no joelho.
No fim das contas, foi apenas uma torção. É uma lesão grave, mas dos males não é o pior. A expectativa, então, é que o camisa 33 volte a jogar em quatro semanas. Ou seja, Fofana ainda poderia voltar ao campo antes da pausa para a Copa do Mundo.
Potter também adereçou sobre os dois desfalques do meio de semana: Marc Cucurella e N’Golo Kanté. O espanhol acabou contraindo uma infecção no olho enquanto o francês sentiu, novamente, a lesão muscular que vem o atormentando há algum tempo. Enfim, Cucurella estará de volta na partida de sábado, mas Kanté segue afastado, obtendo ritmo de jogo:
“Não tem muito o que podemos fazer, a lesão aconteceu. Temos que ter certeza de que quando ele volte, ele volte bem e forte. É algo que precisamos levar em conta. Não quero arriscar o bem-estar dos jogadores. Pelo contrário, quero que cada jogador esteja seguro e pronto para jogar de forma consistente em um longo período de tempo“, disse o treinador dos Blues.
Reconhecendo adversários
Parte do trabalho de Potter, lógico, envolve a escolha do melhor time e da melhor formação para enfrentar diferentes equipes. Sendo um treinador reconhecido por sua fluidez de formações e esquemas táticos, o comandante do Chelsea foi perguntado sobre como escalaria o time.
Também como uma de suas marcas registradas, Potter foi bastante pragmático em sua resposta:
“Você sempre considera o oponente e os jogadores que temos. As vezes isso pode mudar o modo como você aborda os jogos. Mas também é bom ter algumas opções. É um período muito intenso é preciso ter opções“.
Potter comentou sobre o Wolverhampton, reconhecendo o talento presente no plantel dos adversários e que, mesmo com a demissão de Lage, os Wolves devem buscar ser agressivos – ainda mais precisando do resultado. Da mesma forma, o técnico dos Blues relembrou o retorno de Diego Costa a Premier League e o reencontro do atacante com seu ex-clube:
“Temos muito respeito pelo que ele conquistou. Ele vai chegar pronto para jogar, todos no clube sabem o quão bem ele tem jogado. Diego é um dos muitos jogadores talentosos no Wolverhampton que podem te machucar, então precisamos estar prontos“.
Enaltecendo os seus
Ao mesmo tempo que elogiou os adversários, Potter chamou atenção para os próprios talentos que tem ao seu dispor com destaque para duas peças centrais no confronto contra o Milan: Pierre-Emerick Aubameyang e Trevoh Chalobah.
Os dois gols de Auba pelo Chelsea saíram depois que Potter assumiu o comando da equipe. O treinador reforçou a postura do camisa 9 individual e coletivamente:
“Eu não sei se fiz algo específico [para ajudar Aubameyang a marcar], foi só o trabalho junto do grupo e o desenvolvimento de uma base. Quanto melhor o time funcionar, maior a chance dos atacantes de marcar“.
“Pierre está trabalhando muito bem para o time e é muito bom que ele esteja marcando gols“, concluiu Potter.
Outro jogador que recebeu seu reconhecimento na coletiva foi Chalobah. Até aqui, o defensor não recebeu muitas chances, mas, com a lesão de Fofana entrou no jogo e fez uma apresentação bastante consistente.
“Estou muito satisfeito. Trevoh tem sido muito profissional, trabalhando duro nos treinos. O nível dele tem está alto. Sua ótima atuação [contra o Milan] foi uma recompensa direta desse comportamento“, disse o comandante dos Blues sobre o camisa 14.
Falando de tática: o que esperar dos Wolves?
O Wolverhampton vai para Londres sob o comando de uma dupla de treinadores interinos, Steve Davis e James Collins, e sem importantes jogadores. Ruben Neves levou o quinto cartão amarelo no duelo contra o West Ham e está suspenso nesta rodada enquanto Nathan Collins ainda está cumprindo sua suspensão de três jogos.
Além dos suspensos, os Wolves não contarão com Pedro Neto, Hee Chan Hwang, Raul Jimenez, Chiquinho e Sasa Kalajdzic por conta de lesão. E um desfalque de última hora: Boubacar Traoré estará ausente do confronto por doença. Ou seja, são muitos desfalques para os visitantes de Stamford Bridge no final de semana, que buscarão quebrar uma sequência de quatro jogos sem vitória.
Apesar de jogarem grande parte dos jogos com o esquema de 3-4-3, por conta das ausências, os Wolves podem adotar outra formação tática para enfrentar o Chelsea. Se houver mudança por parte dos interinos, deve ser a opção por uma linha defensiva de quatro jogadores. Logo, os setores de meio e ataque contariam com duas linhas de três.
No entanto, até aqui na temporada, o problema do time do centro da Inglaterra não é a defesa. Mas sim o ataque. Na Premier League, o time sofreu apenas nove gols. No entanto, balançou as redes adversárias apenas três vezes em oito jogos. Contando com a Copa da Liga, são mais dois gols para o ataque dos Wolves na temporada – ainda sendo pouco.
Logo, espera-se que a postura do Wolverhampton seja esperar pelo contra-ataque. Por isso uma linha de quatro defensiva pode vir a ser utilizada. Os laterais, ao mesmo tempo que garantem mais proteção pelos lados do campo, podem servir como apoio ao ataque – seja construindo pelos lados ou distribuindo para os jogadores no meio.
Apesar dos desfalques, os Wolves terão João Moutinho no meio de campo além de Gonçalo Guedes e Daniel Podence atuando pelos lados no terço ofensivo. Ou seja, a força ofensiva é grande apesar da fase ruim. Além disso, Diego Costa pode começar jogando e sua capacidade de finalização é muito especial – não precisa de muitas chances para deixar o seu.
A definição de um novo diretor técnico
Um dos maiores desafios de Todd Boehly neste início de administração está sendo a reconstrução do staff do Chelsea. Apesar de manter alguns grandes nomes da gestão anterior por algum tempo depois que comprou o clube, esse cenário não se estendeu por muito tempo. Pouco a pouco, nomes como Marina Granovskaia, Petr Cech e Bruce Buck, entre outros, deixaram o clube.
Logo, Boehly tem que substituir esses nomes, o que não é uma tarefa fácil. Os cargos que mais chamam atenção para os torcedores e com certeza internamente também são os cargos de diretor técnico e diretor de futebol. Em suma, o diretor técnico opera como um elo entre o time e a diretoria, era o cargo que Cech exercia nos Blues até a saída de Abramovich. Por outro lado, o diretor de futebol é o principal responsável por administrar o elenco em termos de decisão de chegadas, saídas, contratos, etc.
Granovskaia era a responsável por esse tipo de burocracia no passado, porém, ela nunca foi uma diretora de futebol de fato. Mesmo que fizesse um bom trabalho nas negociações, é nítido que a forma como os Blues se movimentaram em mercados passados acabou gerando alguns problemas de construção do elenco que, cada dia mais, ficam evidentes.
Enfim, nesta sexta-feira (7), setoristas e jornalistas anunciaram que o Chelsea fechou com Christopher Vivell para o cargo de diretor técnico. Com experiência e certo renome, ao que tudo indica, Boehly acertou ao trazer o ex-diretor do RB Leipzig para Londres.
Negociações quietas
Há algumas semanas, rumores sobre a contratação de Christoph Freund para o cargo de diretor de futebol explodiram nas redes. Com muitos dando as negociações como acertadas, ou seja, sendo uma questão de tempo até a chegada de Freund no Chelsea. No entanto, no fim das contas, o RB Salzburg acabou optando por dar um novo contrato para o diretor. Então, nada se concretizou.
Portanto, desta vez, a diretoria do Chelsea optou por negociações discretas, que chamassem pouca atenção. Inclusive, Vivell já estava no radar de Boehly para assumir a função de diretor técnico, enquanto Freund seria o responsável pela diretoria de futebol. Porém, apenas um estará em Stamford Bridge.
A tentativa de contratar dois profissionais do grupo Red Bull é uma nítida confirmação da ideia de que Boehly quer construir uma rede de clubes ao redor do Chelsea. Nesse sentido, a chegada de Vivell representa mais um passo em direção à concretização dos planos da nova diretoria Blue para o presente e o futuro.
Ficha técnica
Chelsea x Wolverhampton
Premier League 2022/23 – 10ª rodada
Stamford Bridge – Sábado, 8 de outubro às 11h (horário de Brasília)
Árbitro principal: Peter Bankes