Com apenas um ponto conquistado até aqui na Liga dos Campeões da Europa, o Chelsea está na última colocação de seu grupo. Acima aparecem o RB Salzburg com dois pontos, o Dínamo Zagreb com três e o Milan, na liderança, com quatro pontos. Sem dúvidas, o grupo está embolado e aberto, no entanto, um tropeço dos Blues na próxima rodada pode deixar a equipe em uma situação bastante delicada – ainda mais com as possibilidades do outro confronto do grupo.
O Salzburg recebe o Dínamo Zagreb na quarta-feira (5) com o jogo programado para às 13h45 (horário de Brasília). Na sequência, às 16h, os Blues enfrentam o Milan em Stamford Bridge. Por um lado, Graham Potter e seus comandados poderão ter uma ideia mais clara sobre o panorama do grupo. Por outro, dependendo do que acontecer na Áustria a pressão pode subir no lado dos londrinos. De qualquer forma, desde já, é imprescindível que o time jogue para buscar a vitória, pois, apenas os três pontos podem trazer um pouco da tranquilidade que os londrinos precisam.
Inicio de campanha conturbado
Na estreia do Chelsea na Liga dos Campeões, a equipe foi à Croácia e voltou com uma dura derrota por 1-0 diante do Dínamo Zagreb. No dia seguinte à partida, o clube anunciou a demissão do treinador Thomas Tuchel, em um movimento que pegou grande parte da torcida de surpresa.
No entanto, internamente, a demissão de Tuchel já estava sendo discutida e um nome para substituí-lo já estava praticamente acertado. Nesse sentido, no dia seguinte à demissão do alemão, Graham Potter foi anunciado como novo treinador da equipe. O novo técnico, por sua vez, faria sua estreia no dérbi contra o Fulham marcado inicialmente para o dia 18 de setembro. Porém, com a morte da Rainha Elizabeth II, o confronto foi adiado e, assim, Potter comandou os Blues pela primeira vez na partida contra o RB Salzburg pela Champions.
Então, uma rodada terminou com um treinador sendo demitido e a outra começou com a estreia de seu substituto. Em Stamford Bridge, mesmo com uma performance dominante, os Blues ficaram no empate em 1-1 com o time austríaco e o alerta se acendeu em Londres. Ainda não há necessidade de desespero completo, uma vez que ninguém disparou a ponto de acabar com as chances de qualquer outro. Contudo, a partida contra o Milan, ao que tudo indica, será o divisor de águas nesse cenário, pois corre o risco de o Chelsea ficar estacionado e ocupar uma posição bastante delicada no grupo.
Histórico do confronto
A partida entre os clubes italiano e inglês será o sexto encontro entre as equipes na história. Até aqui, o histórico é bastante equilibrado: Chelsea e Milan tem uma vitória cada, enquanto houve três empates. O equilíbrio se estende em outro quesito também: são cinco gols marcados de cada lado.
Os primeiros três jogos entre os times ocorreram em 1966 pela Fairs Cup. No primeiro jogo das oitavas de final, em Milão, os donos da casa venceram por 2-1. Na partida de volta, em Londres, os Blues venceram pelo mesmo placar. Com isso, houve o replay do confronto que terminou empatado em 1-1 depois da prorrogação. Enfim, o Chelsea acabou classificado pelo lançamento da moeda.
Depois disso, as equipes só foram se encontrar novamente na temporada 1999/2000 já na era moderna da Liga dos Campeões da Europa. Milan e Chelsea estavam no grupo H que também contava com Hertha BSC e com o Galatasaray.
Em 15 de setembro de 1999, Blues e Rossoneri se enfrentaram em Stamford Bridge e abriram suas campanhas na UCL daquela temporada. O jogo terminou empatado em 0-0.
Já no dia 26 de outubro do mesmo ano, os Blues foram ao San Siro e, novamente, o confronto terminou em empate, desta vez, em 1-1. O gol do Chelsea na ocasião foi marcado por Dennis Wise que recebeu um baita lançamento de Roberto Di Matteo para empatar a partida e selar a classificação dos Blues para as oitavas de final da Champions.
Desse modo, o sexto encontro entre italianos e ingleses traz muitas expectativas e marcará alguns reencontros também. Será a primeira vez que Fikayo Tomori e Olivier Giroud enfrentarão os Blues desde que deixaram o clube. Enquanto o zagueiro chegou ao Milan em janeiro de 2021, primeiro por empréstimo e depois em definitivo, Giroud foi para Milão em julho de 2021, logo depois da conquista da Liga dos Campeões.
Como chegam as equipes para a partida?
Mais uma vez, um equilíbrio entre os times: tanto Milan como Chelsea ocupam a quinta colocação na tabela de seus campeonatos nacionais. Porém, a Serie A está mais equilibrada e a forma recente dos Rossoneri no cenário doméstico é melhor.
Até aqui, o time de Stefano Pioli conquistou 17 pontos em oito rodadas (cinco vitórias, dois empates e apenas uma derrota). Além disso, são 16 gols marcos e nove sofridos. Por outro lado, os Blues conquistaram 13 pontos (quatro vitórias, um empate e duas derrotas) com 10 gols marcados e 10 gols sofridos em sete jogos disputados na Premier League.
Na competição europeia, o Milan superou o Dínamo Zagreb em casa, vencendo por 3-1 e empatou em 1-1 com o RB Salzburg fora de casa. Com quatro pontos, ocupa a liderança do grupo enquanto o Chelsea está no outro extremo da tabela. Apesar da forma um pouco diferente na Liga dos Campeões, os italianos visitarão Stamford Bridge sem algumas peças chave da equipe.
Pioli terá como desfalques Mike Maignan, Davide Calabria, Alessandro Florenzi, Simon Kjaer, Theo Hernandez, Saelemaekers, Junior Messias, Zlatan Ibrahimovic e Divock Origi. Da lista de lesionados, no entanto, Kjaer parece ser o único que teria condições de jogar contra os Blues – mesmo que nada tenha sido acertado ainda.
Potter, que conseguiu sua primeira vitória como treinador do Chelsea no último sábado, por outro lado, terá mais nomes à disposição. Kai Havertz e Jorginho são dúvidas para o confronto, enquanto N’Golo Kanté está de volta mas, se atuar, deve ser de forma limitada. De resto, todos estarão disponíveis.
Com isso, as prováveis escalações para o jogo desta quarta são:
Milan (4-2-3-1): Tatarusanu; Dest, Kalulu, Tomori, Ballo-Toure; Bennacer, Tonali; Krunic, De Ketelaere, Leão; Giroud.
Chelsea (4-2-2-2): Kepa; James, Fofana, Koulibaly, Chilwell; Kovacic, Loftus-Cheek; Gallagher, Mount; Sterling, Aubameyang.
Falando de tática: o que esperar do Milan em Stamford Bridge
O lado italiano é o atual campeão nacional e joga um futebol ofensivo que chama atenção, principalmente, pelo destaque dos jovens Charles De Ketelaere e Rafael Leão neste início de temporada. A grande questão para o jogo em Londres, nesse sentido, são os desfalques do Milan, que reduzem bastante as opções de Pioli na escalação. Ainda assim, os Rossoneri tem um forte time que pode causar muitos problemas ao Chelsea.
Maignan é um dos melhores goleiros do mundo atualmente e sua ausência será sentida, sem dúvidas. Mesmo que Ciprian Tatarusanu seja uma opção confiável e segura para substituí-lo. O miolo da defesa, por sua vez, estará completo e será forte com Tomori e Kalulu. Apesar da juventude, ambos possuem muita segurança e qualidade e estão encaixando como dupla de zaga – uma dupla que garantirá um futuro brilhante para o setor defensivo Rossoneri.
Pelas laterais, o Milan tende a se aproveitar bastante das qualidades ofensivas de Hernandez e suas descidas pelo meio de campo. No entanto, o francês não estará disponível e Fode Ballo-Toure deverá assumir sua vaga. Do lado direito, sem Florenzi e Calabria, Sergiño Dest, emprestado pelo Barcelona, deve assumir a posição. É possível que o americano, por conta de suas qualidades, tenha maior liberdade para ir ao ataque diante da ausência de Hernandez.
No meio campo, mais uma combinação de jovens com o duplo pivô de Ismael Bennacer e Sandro Tonali. A parceria entre o francês e o italiano traz muita técnica para o setor, mesmo que evidencie mais uma certa falta de fisicalidade. Nesse sentido, o meio funciona bastante com passes verticais para os homens de frente, em especial para as laterais do campo, e toques de bola rápido.
Rade Krunic, que seria um substituto no setor de meio campo central, ou Brahim Diaz são os cotados para atuar mais adiantados juntamente com De Ketelaere e Leão. Pelos lados, os meias ofensivos são as grandes armas de Pioli na temporada, sobretudo, na ponta esquerda, por onde joga Rafael Leão.
O português vem de uma crescente desde a temporada passada e faz um início de temporada brilhante – inclusive, estando no radar dos Blues para o futuro. Leão se aproveita muito de sua rapidez, habilidade e força para bagunçar a linha defensiva adversária e criar chances de gol, seja para si ou para os companheiros.
Por fim, no comando do ataque: Giroud. É inegável a capacidade do francês em marcar gols, ele não precisa de muito para guardar o seu – como o torcedor Blue bem sabe. Com meias criadores de qualidade e com um número considerável de chances que se apresentam, ele tem aparecido bem para finalizar. Até aqui, são cinco gols em 10 jogos para o camisa 9 Rossoneri.
UEFA Champions League
3ª rodada
Chelsea x AC Milan
Stamford Bridge
5 de outubro – 16h (horário de Brasília)
Transmissão: HBO Max