O final de semana é marcado pelo retorno do futebol europeu e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo dessa 12ª rodada na Premier League.
Está com saudades? Certamente. O futebol inglês parou por duas semanas por causa da última data FIFA de 2021. Logo, a partir de agora até o fim de janeiro, a Premier League retornará ao seu ritmo incansável e os torcedores do Chelsea desejam que a liderança seja mantida. Na última partida antes da pausa, o time azul da capital empatou com o Burnley, em casa, mas segue com uma margem de três pontos para o vice-líder Manchester City. Porém, é claro que a equipe de Thomas Tuchel deseje voltar ao caminho das vitórias para seguir em busca da taça da Premier League.
A grande questão é que o adversário desta rodada passa longe de ser um adversário tranquilo. Neste sábado, 20 de novembro, às 9h30, o Chelsea duela com o Leicester no King Power Stadium, casa dos campeões da PL de 2015/16. A partida contará com transmissão da ESPN Brasil e Star+.
Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
O intruso
Não há nenhuma dúvida acerca da seguinte afirmação: o Leicester City Football Club é o melhor time da Inglaterra que não faz parte do Big Six. O futebol inglês foi “dominado” por estes seis times neste século, mas os Foxes chegaram, venceram mais títulos recentes que o Tottenham e se comporta como um intruso frequente. Historicamente falando, não é o seu lugar, mas, olhando os números recentes, trata-se de um time que faz parte da elite do Campeonato Inglês.
Fundado há 137 anos, precisamente em 1884, o Leicester vive o melhor momento da sua história. Por exemplo, até 2015, os Foxes possuíam apenas três taças da Copa da Liga, uma Supercopa e alguns títulos de segunda divisão. Já nos últimos, o clube que carrega o nome da sua cidade, Leicester, venceu a Premier League de 2015/16, a FA Cup de 2020/21, em cima do próprio Chelsea, e a Supercopa da Inglaterra deste ano frente ao City.
Logo, trata-se de um time que realmente dá trabalho. Os jogos frente ao Leicester costumam ser aguerridos, com muita tensão e qualidade, visto que o time de Brendan Rodgers compete e joga bem, ou seja, são sempre duelos difíceis.
A atual temporada
É necessário não poupar elogios para a forma que o Leicester se consolidou nos últimos anos. No entanto, a temporada 2021/22 ainda está aquém dos últimos anos dos Foxes. A equipe ainda não encontrou a melhor escalação, tropeçou em jogos que não deveria e está devendo. Uma vitória sobre o campeão da última Champions e atual líder da Premier League seria o caminho ideal para retomar a confiança.
No Campeonato Inglês, o Leicester está na 12ª posição com apenas 15 pontos em 11 jogos. Ou seja, tem um aproveitamento inferior a 50%. O time se encontra atrás de todos os clubes do Big Six, ou seja, o seu “jeitinho” intruso ainda não tomou conta da atual temporada. São 16 gols feitos e 18 tentos sofridos, tendo assim um estranho saldo de gols negativo.
Na PL, os Foxes venceram o Wolverhampton, Norwich, Manchester United e Brentford, empataram com Burnley, Crystal Palace e Leeds, e perderam para West Ham, Manchester City, Brighton e Arsenal. Logo, todas as quatro derrotas da equipe foram para equipes que estão nas sete melhores posições, isto é, o time está encontrando dificuldades frente aos adversários mais qualificados.
Assim como no Inglês, a campanha do Leicester na Europa League está em um nível abaixo. O time fez apenas cinco dos 12 pontos disputados e está em terceiro, posição que faz com que o time dispute somente o mata-mata da Conference League. Já na EFL Cup, a equipe se classificou, de forma dramática, contra o Brighton: 2 a 2 e classificação para as quartas de final nos pênaltis.
O histórico do confronto
O Chelsea foi fundado em 10 de março de 1905. Pouco menos de sete meses depois, a equipe de Londres enfrentou o Leicester pela primeira vez e venceu por 1 a 0, precisamente em 30 de setembro de 1905, em jogo válido pela segunda divisão inglesa.
Depois disso, o time azul da capital conseguiu manter o seu domínio sobre a equipe de East Midlands. Até então, os clubes se enfrentaram em 120 oportunidades: o Chelsea venceu 58 vezes, houve 34 empates e o Leicester saiu de campo com a vitória em apenas 28 partidas, ou seja, os Blues venceram quase metade dos duelos.
Este número de 50% é vista no retrospecto exclusivo da Premier League, competição fundada em 1992. Desde então, Chelsea e Leicester se enfrentaram 30 vezes: 15 vitórias dos Blues, nove empates e só seis triunfos dos Foxes. No entanto, os números recentes indicam equilíbrio: três vitórias para cada lado e quatro empates nos últimos dez jogos.
No fim da última temporada, os times se enfrentaram duas vezes em três dias e cada time venceu uma vez. E foram triunfos importantes. Em 15 de maio deste ano, o Leicester bateu o rival por 1 a 0 e foi campeão da FA Cup. Três dias depois, o Chelsea venceu o adversário e se classificou diretamente para a UEFA Champions League por meio da Premier League, deixando os Foxes fora da disputa.
Como joga?
Por causa da irregularidade na atual temporada, o ótimo técnico Brendan Rodgers possui dúvidas acerca de peças, mas também sobre o esquema tática ideal para o seu time entrar em campo. Durante alguns anos, inclusive quando foi campeão da Premier League, o tradicionalíssimo 4-4-2 como formação inicial, mas mudanças foram feitas, o time atuou em um 4-2-3-1 e, durante o último ano, jogou várias vezes com três zagueiros na linha de defesas. São variações que Brendan Rodgers, certamente, está pensando, porém a tendência é que ele entre em campo com 4-2-3-1.
Além da qualidade do Chelsea, uma ausência justifica a escolha por um esquema com dois volantes mais fixos e um meia criador, além dos dois pontas e centroavante. O destaque belga Youri Tielemans, autor do gol do título da FA Cup está fora por causa de um problema na panturrilha. Sendo assim, Rodgers tende a organizar a sua equipe com um meio-campo mais físico, com um pouco menos de técnica, a fim de parar os Blues.
Um padrão tático do Leicester é que o time se adapta rapidamente às situações. Quando o clube enfrenta equipes mais defensivas e reativas, o time se comporta muito bem com a bola no pé, buscando espaços. Contudo, se o adversário buscar o controle das jogadas com frequência, os Foxes não estranham a falta da posse de bola. No entanto, este tende a ser o grande objetivo de Brendan Rodgers, visto que o time deve se posicionar melhor contra clubes mais fortes – as derrotas nesta temporada foram contra equipes que estão nas melhores colocações na Premier League.
Além de Youri Tielemans, o ótimo e promissor zagueiro francês Wesley Fofana e o também jovem James Justin estão fora por lesão, porém estas ausências já fazem parte da temporada do Leicester há alguns meses.
Os jogadores
Iniciando pela meta, todos já sabem quem é o goleiro do Leicester: Kasper Schmeichel. O arqueiro é remanescente do incrível time que foi campeão inglês em 2015/16 e é uma muralha debaixo das traves. Por sinal, Schmeichel foi muito bem contra o Chelsea na final da FA Cup da última temporada.
Na defesa, o turco Çağlar Söyüncü e o experiente Jonny Evans formam uma boa dupla de zaga, a qual terá a segurança de contar com dois ótimos volantes à frente da zaga. Wilfried Ndidi é o primeiro marcador e quem “carrega o piano”, enquanto Boubakary Soumaré, reforço desta temporada que chegou após ser campeão francês pelo Lille, é um ótimo volante que chega ao ataque, ou seja, marca e ataca com a mesma intensidade.
Com a liberdade concedida pelos dois marcadores, os dois alas do Leicester atacam bastante. Ricardo Pereira é o lateral pela direita e faz dobradinha com Ademola Lookman, ponta inglês que também ocupa aquele lado. Pelo outro lado, o ala belga Timothy Castagne faz parceria com Harvey Barnes, ponta destro que joga pela esquerda e abre a ponta para as chegadas de Castagne.
Pelo centro, James Maddison é o grande criador da equipe. O camisa 10 é muito talentoso e sabe da sua responsabilidade dentro do clube, porém não vive uma boa fase: em 11 partidas na PL, Maddison deu uma assistência e não marcou gols. No entanto, o atacante compensa a má fase do armador. O histórico Jamie Vardy segue em alto nível e já marcou sete gols neste Campeonato Inglês, mostrando que segue com potencial para ser artilheiro. Além disso, Vardy tem uma característica preocupante para o Chelsea: ele adora marcar gols contra equipes do Big Six.
A escalação
Com isso e devido à lesão de Youri Tielemans, o Leicester de Brendan Rodgers tende a entrar em campo com Schmeichel; Ricardo Pereira, Söyüncü, Evans e Castagne; Soumaré e Ndidi; Lookman, Maddison e Barnes; Vardy.