A Premier League começou e com ela veio um resultado negativo daqueles para o Chelsea. Os 4 a 0 para o Manchester United na abertura da temporada foi boa demais para o mais otimista torcedor Red Devil e ruim demais para o mais pessimista Blue. A goleada sofrida magoa, dói, é uma ducha de água fria, mas calma, é só o primeiro jogo oficial do ano e tem muita água para passar por debaixo desta ponte.
Por outro lado, a partida escancarou um problema ainda impensável para o técnico Frank Lampard. Azpilicueta, talvez o único nome intocável da linha de quatro defensiva, sofreu. Será o início do fim para o nosso capitão e jogador com mais tempo de casa do atual elenco? Não acredito que seja, embora o baile sofrido para Rashford, Martial e companhia ainda reverbere hoje e assim será durante a semana.
Primeiro Tempo: a escalação
Ainda sem poder contar com todo o elenco, Lampard colocou em campo o seu esperado 4-2-3-1. Kovacic e Jorginho eram os volantes. Mais a frente, Mount ganhou uma chance de começar como titular e assim foi atuando centralizado. Barkley foi pela esquerda e Pedro, como de costume durante toda a sua carreira, atuou espetado na direita. Como centroavante, outra novidade de Super Frank. Abraham começou a partida deixando o experiente Giroud na reserva.
O primeiro ponto a destacar foi a ausência de Kante. Nosso camisa 7 ainda não tem condições totais de jogo e, por isso, foi reserva. Com Kovacic e Jorginho, ganharíamos na saída de jogo e assim foi durante o começo do jogo.
Na linha de três meias, Lamps ousou e pôs a prova sua própria declaração. Na semana passada, foi perguntado sobre a possibilidade de Mount, Barkley e Loftus-Cheek atuarem juntos. Na resposta, um contundente “sim”, alegando que o trio é versátil. Pois bem, Barkley, que brilhou na pré-temporada jogando centralizado, entraria em Old Trafford jogando pela esquerda.
Nas demais posições, zero novidade. Com a negociação de David Luiz com o Arsenal e Rudiger ainda se recuperando de lesão, era mais que esperada a dupla de zaga entre Zouma e Christensen. Emerson, que terminou a temporada passada melhor que Alonso também começou entre os onze. No gol, Kepa, lógico.
Segundo Tempo: a inexperiência
O Chelsea começou bem o duelo e até poderia terminar o primeiro tempo a frente do rival. O chutaço de Abraham merecia outra direção que não fosse a trave. Mas, o futebol sempre manda para escanteio qualquer teoria de meritocracia.
Errar é humano e o primeiro que permitiu ser foi Zouma. O francês estava nitidamente nervoso. Antes de cometer pênalti, ele já havia errado um passe que quase permitiu a Martial abrir o placar.
É importante destacar que estaremos em apuros durante toda a temporada se Zouma e Christensen não melhorarem este fundamento. Mesmo que seja precoce, é possível afirmar que jogaremos com a bola no pé, tendo saída de bola. E isso só poderá acontecer caso nossos zagueiros acertem o primeiro passe.
O nervosismo de Zouma foi contaminando o time. A metástase veio na etapa complementar. Talvez ainda sem ritmo de jogo e sem o melhor condicionamento físico, Azpilicueta sofreu. Nosso capitão e lateral-direito sofreu como poucas vezes vi ele sofrer. Seja na disputa em velocidade ou na marcação ‘mano a mano’, o espanhol perdeu quase todas para os atacantes do United.
Neste momento, me desculpem, mas preciso citar a inexperiência do nosso ídolo. Barkley foi de longe o maior nome da nossa pré-temporada. Vendo Mount tímido na segunda etapa, Frank Lampard optou por tirar o Barkley e manter Mount. Não subestimo sua Inteligência futebolística. Longe disso, mas ficou evidente que ele preferiu apostar até o fim da partida no jovem com quem esteve junto na temporada anterior no Derby County.
A goleada por 4 a 0 liga sim um sinal de alerta. Por mais que o resultado tenha sido enganoso, fica a preocupação para o emocional da equipe. O terceiro gol, marcado por Rashford, veio em um momento onde a equipe tinha acabado de levar o segundo, evidenciando uma total falta de controle concentração dos Blues.
Mesmo assim, deixo vocês com um trecho da música Assim caminha a humanidade, de Lulu Santos, que surgiu pra mim enquanto mudava as estações do rádio do carro. Até agora não encontrei sentido melhor para evidenciar este momento.
“… Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim…”
Prorrogação: Liverpool e temporada
Vida de time grande é de decisões e sem lamentações. Se a derrota na abertura da Premier League traz preocupação e desconfiança, nada melhor que um título para retomar o alto astral.
Campeões das duas competições europeias da temporada passada, Liverpool e Chelsea se enfrentam nessa quarta-feira (14) pela Supercopa da Europa. Teoricamente, os Blues são inferiores. Os Reds têm um time melhor e um técnico mais experiente. No entanto, é final e tudo pode acontecer. Ou não?
Para que o Chelsea não saia de campo novamente derrotado em um clássico algumas coisas precisam ser diferentes. A começar pela escalação. Kante é hoje nosso principal jogador. Sem a ofensividade que tinha na era Maurizio Sarri, o francês pode fazer a diferença impedindo gols do Liverpool.
A marcação cerrada de Kante pode ser fundamental para parar um dos melhores ataques do mundo na atualidade.
Olhando ainda mais para frente temos que ter confiança e otimismo. Se analisar a partida contra o Manchester United, Rudiger, nosso melhor zagueiro não jogou. Kante, ainda sem as perfeitas condições de jogo, também não. Loftus-Cheek e Hudson-Odoi, que prometem e muito nessa temporada, ainda voltarão de lesões. Ou seja, o time ainda não está pronto. Para o ataque, eu ainda acredito que Batshuayi possa desencantar e ser nessa temporada aquilo que ele sempre prometeu ser: um grande artilheiro.