O ano era 1994. O então garoto de 18 anos Andriy Shevchenko fazia sua estreia pelo Dynamo de Kiev, dando início a uma trajetória de enorme sucesso. Começou com alguma timidez, mas os anos seguintes mostraram o tamanho da estrela do atacante ucraniano. Sob o comando de Valeriy Lobanovskiy e consolidado como titular, Shevchenko liderou um time que colocou medo na Europa durante a UEFA Champions League 1998/99, quando o Dynamo chegou às semifinais após eliminar o campeão Real Madrid. Todos os gols ucranianos do confronto foram marcados pelo atacante.
Em âmbito nacional, o Dynamo também já havia mostrado sua soberania. Dominando os campeonatos domésticos entre 1995 e 1999, o clube era uma potência local, mas que não conseguiria mais segurar seu grande craque, que chegara ao auge da carreira. Em 1999, o Milan assinou com Shevchenko por 26 milhões de euros e fez dele um jogador de elite a nível mundial. Em sete anos, foram oito títulos (dentre eles a UEFA Champions League de 2002/03), incontáveis prêmios por artilharia e uma Bola de Ouro em 2004, consagrando-o como o melhor jogador da Europa no ano.
Em 2006, Sheva desembarcou em Londres para se juntar ao Chelsea. O que tinha tudo para ser um grande salto na produtividade de clube e jogador, acabou sendo uma fortuna que não trouxe tanto retorno. Dois fatores foram fundamentais ao insucesso do ucraniano na Inglaterra: a grande frequência de lesões, que o tiravam de cena repetidamente; e a concorrência com o ídolo Didier Drogba – sempre ele – no comando do ataque. A fase do marfinense era excelente, e não havia espaço para os dois no time titular. Shevchenko jogava pouco e ficava claramente insatisfeito – foram 13 gols na primeira temporada em Stamford Bridge.
Se o tempo de jogo já era limitado, a preferência por outros nomes foi o estopim para a saída do ucraniano do Chelsea. Na primeira e tão sonhada final de UEFA Champions League, em 2007/08, contra o Manchester United, o treinador Avram Grant selecionou Nicolas Anelka para a disputa de pênaltis, deixando Sheva de fora. O francês desperdiçou a cobrança, deu o título ao rival inglês e críticas pela ausência do ucraniano despencaram em Stamford Bridge.
Após duas temporadas pouco empolgantes, Shevchenko retornou ao Milan por empréstimo. Lá não enfrentou problemas de adaptação, mas a idade já não era a mesma para marcar gols com a mesma frequência. Na temporada seguinte, foi contratado pelo Dynamo, retornando às suas origens na reta final da carreira. Em três anos, marcou 30 gols em 83 jogos.
Shevchenko se aposentou em 2012, após a Eurocopa sediada na Ucrânia e Polônia. Mesmo sem grande sucesso no futebol inglês, o ex-atacante ainda é presença frequente em Stamford Bridge, vista sua proximidade com Roman Abramovich. A dedicação do jogador sempre foi valorizada pela torcida, que mantém grande admiração pelo grande camisa 7 que foi Andriy Shevchenko.
Apesar de ter marcado apenas 22 gols pelos Blues, Shevchenko foi autor de belos lances. Confira os dez gols mais bonitos do craque ucraniano pelo Chelsea: