Opinião: Chelsea 2×0 Galatasaray – O Retorno de Didier

Hazard foi um dos destaques da equipe na partida.
Hazard foi um dos destaques da equipe na partida.

No segundo jogo válido pelas oitavas de final da UEFA Champions League desse ano, Chelsea e Galatasaray tiveram hoje seu confronto de volta por uma vaga na próxima fase do maior torneio de futebol da Europa, agora porém com o duelo ocorrendo dentro dos domínios do time inglês. Fazendo valer o favoritismo de jogar casa, os Blues não encontraram dificuldades em vencer a equipe turca, e consequentemente avançaram na competição pelo feito. A partida acabou por se tornar memorável dado ao retorno de Didier Drogba aos gramados de Stamford Bridge, mesmo que agora jogando pelos adversários.

A vitória blue foi construída na primeira metade da partida. Já aos 4 minutos, Samuel Eto’o mostrou o cartão de visita dos mandantes, abrindo o marcador para o Chelsea e aliviando qualquer pressão que o time londrino pudesse estar sentindo dentro das quatro linhas. Na frente no placar, os azuis de Londres se soltaram e jogaram um futebol categórico, protagonizando belos lances, mantendo boa postura tática e dominando o oponente. Mesmo com várias boas chances, foi só próximo ao fim dos 45 iniciais que o Chelsea veio a marcar novamente. Escanteio cobrado por Frank Lampard, e John Terry cabeceou. Porém, o arqueiro Muslera denfendeu a bela cabeçada à queima roupa do capitão blue, mas nem mesmo o bom goleiro do time turco pôde evitar o chute de Gary Cahill no rebote do lance. No intervalo da partida, Chelsea 2 à 0.

O segundo tempo, de certa forma, foi ainda melhor para os Blues. Por um lado, os anfitriões não voltaram a balançar as redes novamente, mas a superioridade do comandado de José Mourinho se tornou ainda mais evidente na etapa complementar, sendo que o jogo passou a ser totalmente dos donos da casa. A rigor, o Galatasaray não levou perigo algum após voltar do vestiário, sofrendo pressão da equipe inglesa durante toda a parte final do jogo. As oportunidades de ampliar o placar não foram poucas, e enquanto o Chelsea jogava fácil, o Gala se esforçava apenas para cair com dignidade. E foi exatamente o que aconteceu. Os visitantes se seguraram bem, e com dois tentos marcados no primeiro tempo e um placar agregado de 3×1, os Blues venceram o atual clube do ídolo Drogba, e assim garantiram sua vaga nas quartas de final da Champions League.

Uma atuação digna do Chelsea. Não foi um placar elástico, mas voltamos a ver o time com cem por cento do seu potencial em ação. Parece que, depois de cerca de um mês e meio, finalmente o real Chelsea entrou em campo novamente. Dominamos a partida, contra um Galatasaray que se mostrou forte, mas impotente diante da superioridade da equipe de Mourinho dentro de Stamford Bridge. Ver os Blues jogarem dessa forma reanima as esperanças de títulos ainda nessa temporada, embora a situação tenha se agravado um pouco na Premier League, e agora qualquer confronto que venha do sorteio da Champions será de um grau de dificuldade bastante elevado, não importando muito o adversário, dado que apenas os melhores se classificaram até então.

Porém, alguns pontos devem ser ressaltados sobre essa partida. Como já dito, o placar não foi cheio de gols. Mas oportunidades não faltaram para que o Chelsea balançasse as redes adversárias mais vezes. Os Blues desperdiçaram vários contra ataques, o que em tese, é um dos pontos fortes da equipe nessa temporada. Por vezes, tivemos espaço para finalizar, para partir para cima e marcar, quando a defesa do Gala estava totalmente desmontada. Porém, inexplicavelmente, o Chelsea segurava a bola de forma demasiada nas ocasiões, tardava a definir a jogada e perdia o bom momento, pois a zaga adversária logo se organizava e anulava a tentativa blue. As chances de gol foram claras e abundantes, e o aproveitamento dessas situações não foi o esperado. Seja por erros defensivos do time do turco ou por boas jogadas criadas pelos mandantes, o Chelsea teve brechas para marcar, e demorou muito para fazê-lo. Isso, em jogos onde estivermos precisando do gol, pode ser um erro fatal para o time de Stamford Bridge.

Outro problema é que, mesmo que a equipe tenha se portado muito bem nessa partida, não podemos deixar de enfatizar novamente nossas oscilações de desempenho. Embora a performance hoje tenha sido mais do que satisfatória, vimos novamente uma diferença absurda entre essa apresentação e as atuações dos últimos jogos. Isso nos faz pensar se os Blues continuarão mantendo esse bom nível daqui pra frente, ou se permanecerão instáveis, sem nos passar segurança do que esperar para a próxima partida. Além disso, pelo menos visivelmente, o time não teve nenhuma mudança expressiva das últimas semanas para cá. Os jogadores são os mesmos, a situação vivida pela equipe também. Não houveram mudanças táticas ou no elenco titular, nada em especial. Então, se a grosso modo, não ocorreram variações significantes, aonde estava esse Chelsea no jogo contra o Aston Villa? Onde estava esse Chelsea no último mês? Claro que não se pode jogar bem sempre, mas estamos falando de diferenças gritantes de performances, e a mesma equipe que venceu hoje com um futebol de alto nível, também deixou no ar um certo receio em relação ao seu próprio futuro, pois estamos entrando na reta final da Liga dos Campeões e do campeonato inglês, ainda sem convicção se temos um time estável o suficiente para buscar as taças que estamos disputando.

Mas, a parte das situações adversas, o Chelsea vez um ótimo jogo. Dominou o adversário, venceu com mérito e sem dar espaços para dúvidas. Impôs seu valor nas quartas de final da Champions League, voltando a protagonizar entre os gigantes da Europa na competição. Daqui pra frente, só os melhores entram em campo. PSG, Barcelona, Real Madrid, o já conhecido Bayern, praticamente qualquer confronto agora é ‘pedrada’, e não poderia ser diferente. Temos time suficiente para ganharmos essa competição sim, mas o futebol dos Blues deve se manter como foi hoje, envolvente e tático, sem tropeços.

Por fim, enfatizo aqui o emocionante momento de ver Drogba novamente nos gramados de Londres. Um sentimento de nostalgia atingiu cada torcedor blue no jogo dessa tarde, e como tal, deixo novamente aqui não apenas o meu ‘muito obrigado’ ao eterno ídolo do Chelsea, mas também um ‘até logo’. Espero que, na forma que for, Didier volte novamente a nos encontrar. Quem sabe da próxima vez,  até atuando à nosso favor.
#GoBlues

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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