Nesta última Data Fifa, ao assistir Brasil e Inglaterra fiquei incomodado com a falta de jogadores do Chelsea na seleção inglesa, algo recorrente nos últimos anos. Porém, da mesma forma, muitos dos que entraram em campo com a Three Lions são ou eram dos Blues e uma coisa em comum: as poucas (ou nenhuma) oportunidade no clube.
No amistoso de terça-feira, Tammy Abraham, Ruben Loftus-Cheek, Ryan Bertrand e Dominic Solanke estiveram em campo. Além de Gary Cahill, presente na lista de Gareth Southgate. É preciso contextualizar também que a seleção teve diversos desfalques, o que ocasionou a estreia destes e outros jogadores. Mas chega a ser curioso.
Na Copa de 2006, por exemplo, a Inglaterra contou com quatro jogadores do Chelsea: Frank Lampard, John Terry, Joe Cole e Wayne Bridge. Na Copa da África, em 2010, ainda quatro jogadores, os mesmos da última edição com a troca de Ashley Cole no lugar de Bridge.
É um fato também que cada vez mais o Chelsea é um time global, assim como toda a Premier League. O número de ingleses nos times vem diminuindo, o que gera uma preocupação a longo prazo para a seleção e talvez o Chelsea seja o maior exemplo disso, sem dar oportunidades aos jovens ingleses. Em 2006, quatro jogadores ingleses na copa representavam 33% do elenco inglês dos Blues. Em 2010, eram os mesmos quatro porém em sete atletas.
Em 2014, apenas Gary Cahill e Lampard foram para a Copa de um elenco com cinco jogadores ingleses. A expectativa para 2018 é que apenas Cahill vá jogar o Mundial representando o Chelsea, de dois jogadores do país no elenco. Danny Drinkwater é outro representante remanescente do English Team em Stamford Bridge.
Ver Loftus-Cheek ir tão bem em sua estreia pela seleção a ponto de ser escolhido o melhor do duelo contra a Alemanha é um misto de felicidade e indignação. Feliz pela atuação de um jogador que sabemos que tem talento e indignação por ele não estar jogando na nossa equipe e, na atual situação, sabemos que poderia ser importante.
Os casos de Bertrand e Solanke também podem mexer com alguns torcedores. Tudo bem que Bertrand já se foi a mais tempo, mas joga em uma posição que por muito tempo foi improvisada por Cesar Azpilicueta. Solanke ainda é uma ferida aberta naqueles torcedores que acompanharam sua trajetória nas categorias de base, sendo vendido por tão pouco e sem sequer ter uma chance no time titular.
Caso a política de importação se intensifique e considerando que Cahill terá 35 anos, as chances do Chelsea não ter nenhum jogador na seleção inglesa na Copa do Mundo em 2022 são grandes. Abraham e Loftus-Cheek impressionaram em suas respectivas estreias. São a solução pro futuro para a seleção. Serão para o Chelsea?
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.