England e Magda

Análise: Chelsea Women pode entrar na história com volta da Community Shield

Desde a Copa do Mundo 2019 o futebol feminino passou a ser visto com um olhar diferente. Assim como muitas atletas ansiavam, o Mundial cumpriu a missão de ser um divisor de águas. De antemão a temporada 2019/2020 na Europa vivenciou esse “novo momento”. Na Inglaterra não foi diferente.

A primeira partida da FA Women’s Super League foi realizada nos estádios, com casa cheia. Ou seja, o Chelsea Women recebeu o Tottenham Hotspurs num Stamford Bridge repleto de famílias. E os mais de 25 mil espectadores no estádio não se decepcionaram naquele 20 de novembro de 2019. As comandadas de Emma Hayes atropelaram as rivais londrinas. Resultado: 5×1 com um belíssimo gol da artilheira Bethany England (eleita Melhor da Temporada pela Liga).

Torcida vibra com elas
Blues vão em busca de 3º título doméstico consecutivo, mas sem a torcida no estádio

Fortalecendo a modalidade na Terra da Rainha

Em primeiro lugar, por que falar do futebol feminino? Na quarta-feira (12) a Federação Inglesa confirmou o retorno da Community Shield delas. Dessa forma, após 12 anos, finalmente teremos as mulheres iniciando a temporada no Estádio de Wembley. Infelizmente a pandemia do novo coronavírus impedirá ter casa cheia no duelo entre Chelsea e Manchester City. O jogo do próximo dia 29 de agosto também mira ser um divisor de águas na Inglaterra.

Mais uma estratégia da Federação

A FA vem se esforçando para promover o futebol feminino. E isso não começou na última temporada. As estratégias de transmissão dos jogos e fortalecimento do esporte se intensificaram nos últimos anos. Uma prova disso foi a decisão de transmitir todos os jogos da Super League de forma online e gratuita ao redor do mundo. Isso mesmo, torcedor. Basta fazer um cadastro com email no site da FA e acompanhar a nova temporada.

City e Chelsea Women
Rivalidade ganha mais um tempero (Foto: Shutterstock)

A importância da Supercopa Feminina

Pela primeira vez na história a Community Shield será dupla. Antes dos homens de Liverpool e Arsenal irem a campo, as mulheres dos Blues e Citzens disputam quem é o melhor time do país. Será o encontro da melhor equipe da Super League contra a segunda melhor, de acordo com a tabela da temporada 2019/2020. Ou seja, a FA prepara uma estrutura especial ao novo ano esportivo e claro, com transmissão na TV aberta (BBC exibirá os dois jogos no país).

Por fim, o que a volta da Supercopa significa? Que o futebol feminino não é uma tendência. Hoje o esporte é uma realidade. Aparentemente os anos de amadorismo ficaram para trás na Inglaterra.  Claro que ainda falta muito para o futebol jogado por elas ter a mesma força do jogo deles. São muitos degraus a subir. Contudo, até aqui a caminhada tem avançado de forma rápida. Basta olhar para dois ou três anos atrás e avaliar o horizonte promissor pela frente.

Mas acima de tudo, a Supercopa desse mês tem uma simbologia. Ambas as equipes nunca disputaram a Community Shield. E as duas terão o privilégio de ser as primeiras a jogar no solo sagrado de Wembley. Definitivamente é um tempero a mais a rivalidade entre Chelsea e City no futebol feminino.

Category: Opinião

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Article by: Maria Akemi

Pernambaiana, torcedora do Chelsea desde muito tempo.