Circulam na Inglaterra desde ontem, 20 de fevereiro, rumores de que a diretoria do Chelsea teria oferecido a Antonio Conte extensão do seu contrato até a temporada 2019/20.
Sei que tenho escrito com frequência do treinador dos Blues, mas acho que os feitos que ele tem conseguido mostram que estamos de fato vivendo algo que não vivíamos desde a primeira passagem de José Mourinho pelo time – a elevação do Chelsea a um novo patamar em termos de ambições e, talvez até conquistas.
A Juventus, time que foi treinado por Conte anteriormente, tem passado por situação parecida com a que o Chelsea passou antes, durante e depois da passagem de Mourinho.
A Velha Senhora vinha de duas temporadas seguidas com posições de meio de tabela, longe de lutar até pelas vagas na Champions League e debaixo do comando do italiano, ressurgiu e conquistou a Série A Tim desde então em todas as temporadas e chegou a uma final de Champions League (ainda que essa não tenha sido sob comando de Conte). O Chelsea viveu a mesma coisa com Mourinho. Quando o português chegou, elevou o status do time de postulante ao título a favorito e conquistou a liga duas vezes antes de se transferir à Inter.
A revolução que os treinadores trouxeram a Juventus e Chelsea foram tão significativas, que mesmo anos após suas saídas, os times continuaram alcançando conquistas importantes devido à base de jogadores e estilo de jogo que seus substitutos herdaram.
Poucas vezes um técnico é capaz de trazer tamanho impacto a uma equipe e mesmo Mourinho não foi capaz de repetir tamanho sucesso na Internazionale e no Real Madrid, apesar de ter saído muito vitorioso de ambos. Os times montados por ele, assim como o esquema de jogo, logo foram suplantados pelos seus substitutos.
Conte, porém, parece continuar na mesma pegada. Independente da permanência do treinador – que também teve seu nome envolvido em especulações de interesse da própria Inter de Milão – ele está criando um legado no Chelsea. Isso não significa que o time vá ser tão vitorioso como a Juve foi – afinal a competitividade e qualidade dos times da Premier League está anos luz à frente da Série A Tim.
A sensação que fica é que o simpático e energético treinador italiano está deixando a sua marca no Chelsea – mesmo sem ter os jogadores que gostaria de ter, dificuldade que Mourinho não teve há quase 15 anos, quando assumiu o time.
Obviamente, há melhorias a serem feitas, não apenas em termos de reforços no elenco, mas até em algumas das opções do treinador. A limitação do elenco em determinadas posições, como um companheiro à altura para Hazard no ataque, alas mais técnicos do que Marcos Alonso e Victor Moses e talvez o principal, um companheiro de meio-campo para N’Golo Kanté superior a Nemanja Matic só tornam o feito de Conte ainda mais marcante.
O Chelsea não tinha nem de longe o melhor elenco da Premier League. Não se reforçou como outros times fizeram e, tem rendido mais que o esperado por todos. A diretoria reconhece o trabalho de Conte e a torcida também e isso não deve mudar caso haja tropeços.
Independente do que aconteça ao fim da temporada, o trabalho de Conte merece o maior reconhecimento que podemos dar a um técnico em Stamford Bridge desde José Mourinho.
As palavras neste texto condizem com a opinião da autora, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
