Opinião: A despedida de mais um ídolo

Chelsea com a Taça da Champions League 2012 (Foto: Getty Images)
Chelsea com a Taça da Champions League 2012 (Foto: Getty Images)

“Um grande time sempre começa por um grande goleiro”. Este é um clichê usado por muitos que falam sobre futebol. E essa máxima prevaleceu no Chelsea nos últimos onze anos.

Se hoje o Chelsea é um time forte, poderoso e muito respeitado na Europa, boa parte disso passou pelas mãos de Petr Cech. Não é um exagero afirmar isso, embora seja claro que o dinheiro de Roman Abramovich para as contratações ajudou bastante, bem como os gols e passes decisivos de Didier Drogba e de Frank Lampard, fundamentais para os títulos recentes do clube. A despeito disso, Cech foi soberano no gol dos Blues durante uma década, algo que poucos goleiros atualmente conseguiram, sobretudo com a qualidade do tcheco.

Todos nós sofremos quando o vimos levar um chute de Stephen Hunt na cabeça em 2006. Muitos temiam que a carreira de Cech se encerrasse ali. Outros pensavam que o arqueiro nunca mais atuaria em alto nível. Todavia, os deuses do futebol quiseram dar-lhe uma nova chance.

De volta aos gramados, Cech continuou sendo importante aonde sempre brilhou: nas decisões. O tcheco foi fundamental na conquista da Copa da Inglaterra em 2007, na qual fez defesas importantes na final contra o Manchester United; e na campanha que levou o Chelsea a sua primeira final de UEFA Champions League. Importante no tempo normal, Cech poderia ter se consagrado nas penalidades e até defendeu a cobrança do futuro melhor do mundo naquele ano: Cristiano Ronaldo. Mas quis o destino que o nosso capitão não ajudasse na cobrança decisiva e perdêssemos, tristemente, aquele título.

Passando por 2009-2010, com a conquista de mais uma Premier League – a terceira do goleiro –, chegamos à 2012, ocasião em que futebol deu mais uma chance para a redenção total de Petr Cech. Desta vez, tínhamos um time mais modesto, mas aquela máxima citada no começo do texto prevaleceu. Outra vez, estávamos em uma final de Champions League e tudo conspirava contra o Chelsea. Importantes jogadores estavam suspensos da final, inclusive nosso capitão, e nosso adversário jogava em sua casa.

Não obstante, pouco disso importava para quem queria alcançar a glória máxima e se confirmar como grande ídolo. Cech mais uma vez cresceu em momentos decisivos e transmitiu toda sua confiança para o time. Na partida decisiva, contra o Bayern de Munique, salvou o time em vários momentos durante os 120 minutos de bola rolando, inclusive defendendo um pênalti na prorrogação. Nas penalidades, mais uma vez, foi soberano, pegando duas cobranças cruciais e levando, finalmente, o Chelsea ao Título Europeu.

Enquanto ainda estamos nos recuperando da saída de outros ídolos, como Drogba e Lampard, ver a iminente transferência do maior goleiro da história do Chelsea é motivo de lamentações, principalmente no caso de o goleiro sair para um grande rival dos Blues. Apesar disso, nada jamais apagará a bela história construída por ele em Stamford Bridge.

Apesar da tristeza que nos preenche, Cech merece continuar jogando em alto nível, mesmo que em um rival. Ele já tem a certeza de que cumpriu seu dever e deixa o posto para um goleiro que pode repetir a história que ele construiu com os Blues.

Agora, para nós torcedores, fica o sentimento de saudades e de gratidão por tudo que ele nos proporcionou em seus onze anos de Chelsea. Agradecemos pelas suas defesas, seus milagres e, principalmente, seu compromisso com a camisa dos Blues.

– Valeu Cech!

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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