O exemplo dos rivais

Em temporada curiosa, que vai se polarizando nas figuras de Leicester City e Tottenham, fica claro que muitas vezes um elenco de estrelas não é sinônimo de sucesso. Há muito o que aprender observando tais equipes. Além disso, Arsenal e Manchester United também têm o que mostrar ao Chelsea. Exceção feita aos Foxes, que são exemplos pela organização e a forma como conseguem explorar suas melhores características, Spurs, Gunners e Red Devils vêm tendo sucesso no uso de jovens promessas.

No Tottenham, Mauricio Pochettino comanda a equipe mais jovem da Premier League, com média de idade de apenas 24,8 anos, e prova que idade e qualidade não têm relação direta. Quando tinha jogadores de maior nome, como Paulinho e Roberto Soldado, o argentino não foi tão bem quanto vem indo com o time de garotos.

O argentino deu oportunidade a jogadores formados em White Hart Lane, casos de Harry Kane, Ryan Mason, Tom Carroll e fez contratações jovens e de baixo custo, que vêm rendendo muito – são os casos do polivalente Eric Dier e de Dele Alli, uma das sensações da temporada 2015-2016. Com ele, jogadores que precisavam de mais confiança ganharam-na, casos de Christian Eriksen e Érik Lamela, e assim o clube caminha a passos largos na disputa pelo título e pela vaga na UEFA Champions League.

No Arsenal tem havido menor sucesso, mas há bons exemplos. Arsène Wenger promoveu a entrada de Héctor Bellerín na temporada passada e nessa até prescindiu do competente e experiente Mathieu Debuchy, muito em razão do bom desempenho de seu garoto. Além disso e mesmo que em função de uma necessidade, apostou em Francis Coquelin em meados da temporada passada e tem sido recompensado.

A novidade mais recente e que vem dando frutos também surgiu em meio a um quadro de necessidade, decorrente do alto número de lesões. O meia nigeriano Alex Iwobi, sobrinho do grande Jay-Jay Okocha, vem ganhando espaço e tem mostrado muita personalidade, com um jogo de dribles, velocidade e aproximação ao ataque. Para se ter uma ideia, Iwobi apareceu depois e tem mais minutos jogados na temporada do que o blue Ruben Loftus-Cheek. Não é mistério para ninguém que Wenger, a despeito de todos os seus defeitos, gosta e trabalha bem com jovens atletas.

Por fim, no Manchester United a grande novidade é Marcus Rashford, atacante que apareceu em função de lesões de Wayne Rooney e Anthony Martial e, aos 18 anos, vem jogando futebol de gente grande, tendo cinco gols e uma assistência em oito partidas e decidindo clássicos contra Arsenal e Manchester City.

No entanto, não é só ele que vem sendo bem visto em Old Trafford. Jesse Lingard, Guillermo Varela, Cameron BorthwickJackson e Timothy FosuMensah têm mostrado qualidades e provado que o uso de jovens é uma alternativa, mesmo quando o momento do clube não é bom e a pressão é grande.

Com isso, fica o questionamento: se Tottenham, Arsenal e Manchester United têm experiências atuais de sucesso com o uso de jovens, por que o Chelsea não aposta nos seus? Eles foram vitoriosos em torneios nacionais e continentais de base, em sua maioria têm passagens por seleções de base de seus países e, mais importante, são desejados pelo torcedor.

Quando um clube pequeno faz uso de sua base, pode parecer que faltam-lhe recursos, mas, quando o exemplo vem de outros grandes, a questão passa a ter indiscutível pertinência. É chato ficar batendo na mesma tecla o tempo todo, mas razões para fazê-lo não faltam.

Em tempo:

Foi muito satisfatória a contribuição do torcedor em minha última coluna.

Para muitos Conte é um bom nome, mas a grande maioria gostaria mesmo de ver Cholo Simeone no comando dos Blues, como foi o caso de Siba Carlos, que entrou em contato via email. A principal razão apontada para isso foi a necessidade de resgate do “espírito de time que não se entrega”, como ressaltou o leitor Leonardo Santos.

Outros, no entanto, como foi o caso de Lucas Pineli Trotta, apontaram como positivo o fato de que Antonio Conte “sabe controlar o time (…) independente de nome”. Todavia, um possível pragmatismo do italiano não agrada a outros. O argentino Jorge Sampaoli foi outro nome citado como bom, em razão do estilo bonito do jogo de suas equipes e por ter um perfil estudioso.

O debate passou por nomes, ideias e estilos, algo importantíssimo e que mostra que, embora tenham gostos distintos, os torcedores enxergam, com clareza, o que gostariam de ver no Chelsea, na temporada 2016-2017.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

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