Colunas: Objetivo certo, alvo errado

Tecnicamente, Falcao ainda é uma incógnita (Foto: Fox Sports)

O Chelsea perdeu “nome”. Nos últimos tempos, Lampard, Drogba, Ashley Cole, Essien e Cech deixaram o clube, buscando novas equipes onde conseguissem ter mais minutos. Em um processo de resgate de mídia, os Blues viram Falcao García como uma boa oportunidade.

De fato. Com a chegada do atacante colombiano, uma estrela do futebol mundial, o Chelsea terá venda de camisas em massa, além de retorno em maketing e diversas ações da patrocinadora. Nesse cenário, o empréstimo é uma boa sacada, visto que o valor entregue ao Mônaco será rapidamente coberto pelo dinheiro arrecadado através dos exemplos citados acima, além de que, em caso de bom futebol, uma compra em definitivo não deverá pesar tanto no bolso. A situação fica ainda mais favorável se observarmos a pedida salarial de Falcao, que ganhará metade do que o Manchester United o pagava.

Até aí, perfeito. O objetivo do Chelsea, fora de campo, será alcançado. Mas aqui a questão é outra. Tecnicamente, o colombiano possivelmente pouco acrescentará ao atual elenco.

Se fizermos um panorama da carreira de Falcao, vamos observar um dos melhores centroavantes do futebol europeu. Ele sempre foi classificado dessa forma, por todos, durante o seu auge. No entanto, suas últimas duas temporadas trouxeram outra realidade.

Apesar de apresentar bons números em sua passagem pelo Mônaco (14 gols em 23 jogos, média satisfatória), o atacante teve uma grave lesão no joelho esquerdo, sofrida em janeiro de 2014 e que acabou tirando-o da Copa do Mundo no Brasil. Infelizmente, esse ocorrido acabou “matando” um pouco o seu lado físico, que sempre prevaleceu em seu futebol. Na passagem pelo Manchester United, Falcao novamente teve problemas com lesões e também não conseguiu corresponder tecnicamente. Muitas contestações e pouco futebol, até que foi anunciada a devolução do atleta para o Mônaco.

Em balanço, Falcao vem de duas temporadas ruins, tanto por clubes quanto pela seleção. Na Copa América, recém encerrada, ele chegou a ser colocado no banco de reservas por Pekerman, que sempre o bancou em momentos complicados. É uma situação que nos dá a exata ideia do que vem acontecendo.

Observando o elenco do Chelsea, temos Diego Costa e Remy, além de Bamford, que retornaria de empréstimo (hipótese que, no momento, não faz mais sentido). Agora, o jovem deve novamente ser emprestado, sem perspectivas futuras. Remy, que vem de ótima temporada como suplente, também não têm motivos para continuar, vendo uma transferência como o melhor caminho para sua carreira.

Falcao pode, por exemplo, servir como um estímulo para Diego Costa, que se envolveu em confusões dentro de campo na reta final de temporada e agora terá uma “sombra” de peso. Já sobre a dupla de ataque, que fez sucesso em 2012/13 no Atlético de Madrid, é difícil imaginar. Passados dois anos, Falcao perdeu mobilidade, e terá Mourinho como treinador, que é fiel ao seu 4-2-3-1. Ou será um, ou outro.

A oportunidade de ter uma estrela em seu elenco, que proporcionalmente seria rentável financeiramente, não pôde ser descartada pelo Chelsea em tempos de fair play financeiro. No entanto, valia uma busca mais afundo, para avaliar mais possibilidades, fazendo a seguinte pergunta para si próprio: “Será que é isso que precisamos?”.

É claro que, caso alcance o seu auge físico com uma boa pré-temporada e a paciência de comissão técnica e torcedores, o colombiano provavelmente fará páreo duro a Diego Costa na briga pela titularidade. Mas é tudo na base da hipótese. O Chelsea pode não ter nada a perder com Falcao García. Mas descartar Remy e ter o risco de perder Bamford, sim, é muito pesado. Uma boa direção deve pensar em tudo antes de agir.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil

Category: Opinião

Tags:

Article by: Chelsea Brasil

Somos o Chelsea Brasil, marca oficialmente reconhecida pelo Chelsea no Brasil e especializado em conteúdos e na comunidade de torcedores do Chelsea no Brasil.