Colunas: Devemos tomar cuidado

O conforto não é tão grande assim (Foto: Standard)

O Chelsea parece entregue. Foi bonito? Foi. Foi intenso? Também foi. Mas agora já não é mais. Mesmo com a ampla folga na liderança da Premier League, o alerta tem que estar ligado. Enquanto os Blues veem  seu jogo parecer cada vez mais sem graça, rivais crescem, e é questão de mais dois os três tropeços para que sejamos vistos de perto.

Mas o Manchester City, Belo? De fato, o que foi dito no parágrafo acima não coincide com o nosso rival de Manchester, principal concorrente na briga pelo título durante a temporada. A equipe dirigida por Manuel Pellegrini viu seu rendimento cair muito em janeiro após a ida de Touré para a Copa Africana de Nações. Quando o marfinense voltou, a expectativa era de que as coisas se reorganizassem, mas isso parece longe de acontecer, e a situação passa-se um pouco pelas fracas atuações do camisa número 42. Uma classificação (improvável) diante do Barcelona, hoje, no Camp Nou, pode animar a equipe.

Apesar das adversidades citadas acima, vale resgatar algumas coisas na memória. Nas duas conquistas recentes de Premier League do City, houve uma arrancada cruel na reta final da temporada. No primeiro, inclusive, o time chegou a estar 8 pontos atrás do United. Na temporada passada, assistiu Chelsea, Liverpool e Arsenal almejarem o caneco, para no final roubar dos três. O time titular teve apenas a mudança de dois titulares em três anos, o que é prova de solidez, além de jogadores já acostumados a decidir partidas importantes.

Mesmo assim, com toda essa explicação, só agora tocarei no assunto que realmente gostaria de abordar, lá no primeiro parágrafo. Na reta final de temporada, dois times aparecem como postulantes: Arsenal e Liverpool. O United também está em uma posição razoável, mas o futebol apresentado não anima.

Se a distância dessas equipes para o Chelsea é grande, o nível apresentado nas últimas semanas é maior ainda. Previsível e sem reação ou alternativas (aparentes) para ter um futebol de melhor qualidade, nos acomodamos. A últimas vez que derrotamos um adversário da Premier League por mais de um gol de diferença foi no dia 17/01 (x Swansea). Isso mesmo, há dois meses. O futebol vistoso do início da temporada ficou extremamente manjado pelos adversários.

E como isso poderia ser mudado? Existem alternativas. Esquema tático configurado para a agressividade, abrir mão da insistência com jogadores que pararam há um bom tempo (Cahill, Ramires) e tentar extrair o máximo de atletas que tem potencial reconhecido. É isso que Arsene Wenger e Brendan Rodgers fizeram. Quem apostaria, ou pelo menos imaginaria, que o jovem volante francês Coquelin se colocaria em meses entre os “tops” da posição? Talvez só Wenger, que acreditou e enxergou na promessa um grande potencial para ser o equilíbrio do time no meio-campo. Resultado:  mais de um mês sem perder pela Premier League, com direito a cinco vitórias consecutivas, quase todas regadas a bom futebol. Isso, para um time com tantos altos e baixos na temporadas, já é uma grande conquista,

No Liverpool as coisas foram até mais radicais. Após uma breve reconstrução no início da temporada, o time demorou a engrenar, e até amargou uma vexatória eliminação na fase de grupos da UEFA Champions League. Com uma mudança tática significativa e a extração do melhor de seus jogadores, que cresceram absurdamente (ex: Emre Can (reinventado como zagueiro), Alberto Moreno, Henderson e Coutinho) o time hoje desponta como quinto colocado, com uma distância até breve para o Manchester City. Na última segunda-feira, contra o Swansea, o time alcançou 13 jogos de invencibilidade pela Premier League.

E por que não vemos evoluções assim ocorrendo no Chelsea? Não há mudança. Temos, majoritariamente, mais condições e mais jogadores para ser competitivos a âmbito não só nacional, mas internacional. Porém, todos eles vêm jogando aquilo que já conhecemos deles – desde o início da temporada – sem evolução. Talvez Zouma seja o único caso de jogador que mudou seu patamar, mas isso é caso isolado.

A distância é longa e, mesmo jogando mal até maio, ainda podemos ficar com a taça. Mas não enxergar evolução alguma, em tanto tempo, é inaceitável. Acorda, Chelsea! Ainda há tempo.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.   

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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