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Até breve, meu segundo lar (Foto: João Vitor Marcondes)
Até breve, meu segundo lar (Foto: João Vitor Marcondes)

Hoje eu acordei e a primeira coisa que pensei foi no meu trabalho, que estava minutos atrasado. A segunda coisa que fiz foi pensar onde teria deixado minha blusa do Chelsea, era um dia especial. Na verdade, todo dia é especial para um verdadeiro torcedor. O prazer de apoiar quem ama é único e isso não é diferente com o meu time londrino. Pois bem, saí de casa pensando na coluna que faria hoje e o tema não poderia ser outro: Por que o Chelsea?

Eu acho que a maioria dos torcedores brasileiros do Chelsea já foram questionados sobre isso. Não é o porquê, mas como eu fui levado até o Chelsea e o que acarretou. Minha primeira lembrança sobre o Chelsea é um gol do Hasselbaink (Jimmy Floyd, ídolo do Chelsea e do Middlesborough). É bem provável que não tenha assistido esse jogo, ocorreu em 2000 e eu tinha seis anos. Mas eu lembro desse gol de alguma forma, talvez um vídeo, em um programa anos depois.. Sei lá, eu lembro. E outro ponto que me levou a gostar do Chelsea foi o anseio em ter a qualidade futebolística que tinha Jimmy Floyd.

Obviamente, não tive e nem tenho. E assim os anos foram se passando e continuei acompanhando os Blues e tive algumas decepções. Duas se destacam. A primeira foi 2005 e a bola de Luís Garcia que não entrou nas semifinais contra o Liverpool; jogo válido pela UEFA Champions League, lembra? Creio que aí foi o impulso que precisava para se tornar um torcedor de verdade dos Blues, ser torcedor na hora boa qualquer um é. E uma decepção como aquela foi muito difícil de superar.

E a segunda foi a final em Moscou. Nada vem na minha cabeça, sobre o ano de 2008, além da final perdida e do pênalti do Anelka. O Terry eu não culpo por nada. Papo sério, o cara escorregou, ele não perdeu. Foi para deixar a história dele no Chelsea mais bonita ainda – só que de uma forma trágica, muito trágica. Resumo da final em casa: estilhaços de um copo arremessado na parede e incredulidade.

Citei as duas infelicidades que o Chelsea me proporcionou. Mas eu terei dificuldade a partir de agora. Dificuldade em citar as maiores alegrias que o time de Stamford Bridge me deu, pois são muitas. Muitas mesmo e para as pessoas que acham que a minha felicidade se resume nas quatro linhas, é exatamente aí que eu peço a atenção de vocês.

Eu entrei no Chelsea Brasil tem um tempo – tanto tempo que nem lembro com precisão, logo não citarei a data inicial – e conheci ótimas pessoas que me ajudaram muito no meu crescimento profissional e pessoal, pois fiz amigos que trato como irmãos. Ou seja, conheci pessoas, através de um ideal em comum, que eram companheiros de trabalho e hoje, são família. Meus amigos/familiares Cleisson Lima Pimenta e Ana Clara Moreira. Portanto, o primeiro aspecto é: o Chelsea me apresentou para outras pessoas, pessoas de bem. Irmãos.

O segundo ponto é o aprofundamento de um desejo. Meu sonho sempre foi o jornalismo esportivo, tinha em mente desde a infância e estou com esse sonho em andamento. Estudar o futebol inglês foi uma oportunidade que o Chelsea me apresentou. Até então, minha visão de futebol era restrita ao Brasil e Espanha. Depois que vi o gol do Hasselbaink, as coisas mudaram. Como se fosse um estalo sinalizando: “Olha, tem mais coisas aí! Futebol é mais do que Real Madrid, Barcelona e os quatro grandes de São Paulo”. E daí por diante, Brasil, Espanha, Itália, Inglaterra, Argentina, Alemanha, Uruguai etc. O futebol foi se universalizando para mim após saber da existência do Chelsea.

É engraçado isso. Um time de futebol não sabe a importância dele na vida de uma pessoa, não é? Eu ganhei companheiros de trabalho, irmãos, maturidade, passei anos acompanhando as diversas formações do time, troca de técnicos e tudo mais. E o Chelsea não sabe que eu existo. Uma mistura de fé e amor. Ninguém vê fé e amor, mas existe, e a maior prova disso é a existência de um site com mais de 46 mil curtidas no Facebook, mais de 10 mil seguidores no Twitter e sei lá quantos amantes do Chelsea. Eu não conheço você, que está lendo essa coluna no Rio de Janeiro ou no Sergipe. Mas sei que alguém, assim como eu, sofre e apoia o time do José Mourinho, vibra com os dribles do Hazard, berrou quando Drogba nos deu a Champions League, se emocionou quando Lampard bateu aquele pênalti e chorou a morte de sua mãe… Tantos episódios e tantas lembranças.

Os títulos são meros detalhes perto do que eu vivi com o Chelsea. Se ficasse em uma fila de 10, 20, “Tottenham” anos sem títulos. O sentimento seria o mesmo e eu falo isso com convicção. Eu só quero ter a alegria de ver o Chelsea jogar, isso basta para mim.  Eu tive o prazer de entrar em Stamford Bridge, se amanhã eu falecer… Estarei completo.

Asseguro para vocês uma coisa. O Chelsea faz parte da minha vida e eu não vou abandoná-lo. Diferentemente do que dizem – e deixem que digam – nas horas boas ou ruins, eu estarei com o time que torço. E podem me cobrar sobre isso. Muito obrigado por tudo e mais 110 anos para o Chelsea.

Um abraço para você, amigo(a) do Chelsea Brasil. Parabéns para todos nós.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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