Terceiro tempo: a sina do sucesso sem o convencimento

Após a parada para a data FIFA, o Chelsea voltou aos gramados da Premier League e venceu. A vitória contra o Cardiff, no País de Gales neste domingo foi fundamental pelos três pontos, como Rafael França falou. No entanto, a equipe voltou a apresentar um futebol muito aquém do esperado. Jogadores desconectados e pouco entrosamento dentro de campo foi o que se viu em boa parte dos 90 minutos. A situação melhorou no segundo tempo graças a talentos individuais, principalmente do nosso craque, Eden Hazard.

Hoje vamos recapitular parte da nossa história recente e refletir se o que vem acontecendo não é nada mais nada menos que o que estamos acostumados a ver.

Primeiro tempo

A data FIFA foi boa para o Chelsea. Comissão técnica teve tempo para trabalhar com parte dos jogadores e torcedores puderam admirar, mesmo que em suas seleções, nossos craques. Futuro jogador dos Blues, Christian Pulisic marcou com a camisa dos Estados Unidos. O jovem de 20 anos de idade anotou o gol americano no empate por 1 a 1 contra o Chile, em um amistoso realizado em Houston.

Americano vai reforçar o Chelsea na próxima temporada (Foto: talkSPORT)

Quem também brilhou na seleção foram os centroavantes Morata e Batshuayi, que estão emprestados para Atlético de Madrid e Crystal Palace respectivamente. O espanhol fez os dois gols da vitória por 2 a 0 contra Malta nas eliminatórias da Euro 2020. Pela mesma competição, o belga balançou as redes contra o Chipre. Mesmo que tenha sido contra adversários de nível técnico inferior, é sempre bom ver nossos jogadores marcando.

Outro que chamou a atenção na data FIFA foi a nossa joia de ouro, Hudson-Odoi. O inglês vestiu a camisa do English Team nos dois jogos que a seleção fez pelas eliminatórias da Euro. Contra a República Tcheca, ele saiu do banco e fez uma boa parte final de jogo. No jogo seguinte, contra Montenegro, o técnico Gareth Southgate colocou Hudson-Odoi desde o começo. A estreia como titular foi especial para o nosso garoto de 18 anos. Ele se tornou o segundo jogador mais jovem da história do English Team a começar um jogo entre os 11, atrás apenas de Wayne Rooney, que estreou na seleção principal com 17 anos.

Garoto brilhou no English Team e convenceu o técnico Gareth Southgate (Foto: Divulgação)

Junto com Harry Kane, Sterling, Dele Alli e Barkley, Hudson-Odoi fez uma grande partida contra os montenegrinos, dando assistência e sendo elogiado por toda a imprensa britânica. Não é à toa que o nosso garoto tem chamado a atenção de gigantes da Alemanha e até mesmo da Inglaterra.

Segundo tempo

Passados os jogos da data FIFA, os jogadores se reapresentaram ao técnico Maurizio Sarri para a partida de retomada da Premier League, contra o Cardiff, válida pela 31ª rodada. Sem desfalques, mas também sem muito tempo para treinar com todos os atletas, o italiano deu preferência para escalar quem não foi convocado e ficou no Centro de Treinamento de Cobham. Assim, Pedro, Willian e Higuain entraram em campo e o que se esperava era um mínimo de entrosamento. No entanto, não foi isso o que se viu.

Como em boa parte da temporada, o torcedor viu um time perdido, sem saber o que fazer com a bola e que esperava lançamentos esporádicos, ora de Jorginho, ora de David Luiz. Aliás, o zagueiro voltou a oscilar muito com a camisa dos Blues e vem perdendo espaço entre os titulares. Christensen ainda tem problemas técnicos e táticos, mas parece ser mais confiável. Em vários lances da partida deste domingo, Murphy, ponta do Cardiff passou como quis por David Luiz, deixando a defesa londrina em apuros.

Loftus-Cheek fez o gol salvador que manteve o Chelsea na briga pelo G4 da Premier League (Foto: talkSPORT)

Sem Kanté, que teoricamente não é uma cabeça pensante, mas que vem calando bocas (inclusive a minha) de que sabe jogar com a bola nos pés, Sarri apostou em um meio-campo com Barkley, Kovacic e Jorginho. O trio não deu certo. A cada jogo que passa, Kovacic mostra que foi a pior contratação da temporada. Barkley tem lapsos de grande jogador. Nada além disso. Já Jorginho é o típico jogador que enche os olhos nas estatísticas. Nessa Premier League, ninguém fez mais passes que ele, por exemplo. Porém, não vamos nos enganar. Quantos deles foram para o lado ou para trás?

É fato que o time ainda não tem a cara de Sarri. Isso é indiscutível. O que também é indiscutível é que as estatísticas de Jorginho quanto aos seus passes certos são pura ilusão. Talvez, na próxima temporada, quando o Chelsea tiver mais a cara do técnico, esses passes de Jorginho parem de ir para os lados e comecem a ir, pelo menos, para a diagonal ofensiva.

Prorrogação

O Chelsea já venceu títulos de forma convincente. Jogando bonito. No entanto, a história não mente e o nosso maior troféu veio jogando feio. Não convencendo. O futebol tem disso. Nem sempre um time que joga e encanta os amantes do futebol arte acaba se tornando campeão.

Maior título da história dos Blues foi conquistado com mais suor do que bom futebol (Foto: Getty Images)

Em 2012, quando levantamos a taça da UEFA Champions League estávamos com um time despedaçado. Os 11 titulares já não eram lá essas coisas. Na final, o time estava ainda pior. Bertrand, que hoje é um lateral-esquerdo razoável, foi a nossa ‘arma surpresa’ contra o Bayern jogando como ponta esquerda naquela oportunidade. Ramires, não jogou. Terry idem. Raul Meireles, também não. O título veio na vontade. Na raça!

E se você, assim como eu, não está empolgado com essa equipe treinada por Maurizio Sarri, lhe convido a se apegar na nossa história. Quando o time não está jogando bem, calma, tudo vai dar certo. O Chelsea mostrou isso nesse domingo. Em uma das piores apresentações, a vitória veio e manteve os Blues na briga pela vaga na próxima Champions League.

Acredite torcedor. Essa nossa paixão pelo clube vai além da qualidade técnica de um jogador ou outro. O que faz o sangue azul pulsar é a vontade, a determinação e a raça deixada em campo pelos jogadores. E esse time mostrou, mais uma vez nesse domingo, que é alimentado disso. Sempre foi dessa forma e assim será.

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Article by: Chelsea Brasil

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