Champions League: lembranças e a nova caminhada

Raça, drama e glória na Champions (Foto: Getty Images)

Nesta quarta-feira (19) o Chelsea entra em campo como atual campeão da Champions League. Depois da dramática final em Munique, os Blues voltaram para casa com seu primeiro título na competição mais importantes entre clubes da Europa.

A equipe do Chelsea Brasil preparou uma retrospectiva do caminho percorrido pelos comandados de Villas-Boas e Di Matteo até Munique, já introduzindo à edição 2012/2013. Adversário na estreia da competição, preparamos um histórico da Juventus na história da Champions e suas partidas contra os Blues.

Primeiro, vamos relembrar como foi a caminhada até o título da temporada passada:

Fase de grupos

Em 13 de setembro de 2011 o Chelsea estreava na competição. Os adversários na fase de grupos eram  Bayer Leverkusen, Valencia e Genk. O primeiro passo na competição que destinava aos Blues de Londres a maior alegria de sua vitoriosa história foi o clube alemão.

Estreia contra o Leverkusen em casa, vitória por 2×0 com gols de David Luiz e Mata. Na segunda partida, jogo na Espanha. Lampard abriu o placar, mas Soldado empatou o jogo para o Valencia. O terceiro jogo foi a goleada sobre o Genk, em Londres. Mas o jogo de volta foi um empate sofrido, com gol de Ramires.

O mau desempenho na Bélgica se repetiu na Alemanha e o Chelsea perdeu de virada para o Leverkusen. A passagem para a fase de grupos ficou ameaçada e a última partida era contra oValencia, líder do grupo. E foi neste momento de extrema pressão que brilhou a estrela de Didier Drogba pela primeira vez na competição. Com 2 gols do ex-camisa #11 e mais um de Ramires, o Chelsea venceu e eliminou os espanhóis da competição, garantindo a primeira colocação no grupo.

Vitória por 3×0 garantiu vaga nas oitavas (Foto: Getty Images)

Fase de mata-mata

Após a dramática classificação, o sorteio colocava o Napoli no caminho dos Blues. E o drama foi ainda maior.

Chelsea Napoli – Oitavas de Final

Muita pressão em cima do técnico e dos jogadores do Chelsea. Passar de fase era essencial para a permanência dos chamados ‘senadores azuis’ e do comandante AVB. O Chelsea levou uma aula de futebol, sua linha defensiva era uma completa confusão. 3×1 foi um placar magro diante da diferença tática apresentada na Itália. André Villas-Boas não resistiu e foi demitido.

Na partida de volta, o Chelsea era uma nova equipe, e apesar do pouco tempo de comando do até então interino Roberto Di Matteo, a equipe apresentava uma visível melhora em todos os aspectos do jogo. Jogando um futebol de grande nível técnico, o Chelsea abriu o placar com ele, sempre ele, Didier Drogba, aos 29 minutos de jogo. Antes do intervalo, o capitão John Terry marcou o segundo.

Ivanovic fez o caldeirão ferver de loucura (Foto: Getty Images)

A esta altura do jogo, apenas mais um gol era necessário para classificar o Chelsea para a próxima fase.  A classificação, que segundo os especialistas era muito improvável, aconteceria devido ao gol marcado fora de casa. Porém, aos 55 minutos, Inler marcou um golaço da entrada da área. Muita pressão do Chelsea, até que aos 74 minutos, Andrea Dossena colocou a mão na bola dentro da grande área: pênalti convertido por Lampard.

3×1. O placar do primeiro jogo se repetia e a partida se encaminhou ao tempo extra. E então, como que por um milagre, Branislav Ivanović marcou o gol salvador aos 105 minutos de partida. Um dia histórico, um feito histórico, e o Chelsea seguia firme e forte. Relembre os gols daquela partida:

Chelsea Benfica – Quartas de Final

As quartas-de-final foram a única fase do mata-mata que não geraram grandes preocupações ao Chelsea. Na primeira partida, os Blues enfrentaram uma marcação apertada e um time que jogava no contra-ataque. A partida, em Portugal, terminou em 1×0, gol de Salomon Kalou.

Na volta, tudo indicava uma vitória confortável quando, de pênalti, Frank Lampard marcou o primeiro gol da partida aos 21 minutos. Porém, aos 85, Javi García igualou o placar e o Benfica precisava apenas de mais um gol para passar de fase e eliminar o clube londrino. Mais uma vez o Chelsea sofreu com grande pressão. Até que aos 92 minutos, já nos acréscimos, o português Raúl Meireles marcou o segundo gol e colocou um ponto final na partida.

“Chuta Meireles” marcou belo gol no jogo de volta (Foto: Getty Images)

Chelsea x Barcelona – Semifinais

Na primeira partida, pressão ao extremo. Era ataque contra defesa durante os 90 minutos de partida mais longos da história. 90 minutos de um Barcelona que parecia poder aplicar uma goleada a qualquer momento. Ainda assim, após magnífico passe de Frank Lampard, Ramires disparou em velocidade pela esquerda e cruzou para a estrela da competição, Didier Drogba, marcar o gol da vitória aos 47′ do primeiro tempo. O resto da partida permaneceu igual a todo o primeiro tempo. Mesmo assim, a forte defesa saiu invicta da partida e o Chelsea abriu uma vantagem que, ainda segundo os especialistas, era praticamente impossível de manter no aterrorizante Camp Nou.

Drogba garantiu vitória em SB (Foto: ibtimes.com)

Chegou a segunda partida, e com ela o medo. O time de Messi e Cia justificou as previsões da mídia marcando dois gols, com Sergio Busquets (35) e Andrés Iniesta (43). Nessa altura, o Chelsea já estava com um a menos: o capitão John Terry foi infantilmente expulso. Mas, aos 46 do primeiro tempo, por milagre, Ramires marcou o que seria eleito o gol mais bonito e importante da temporada do Chelsea, com um lindo toque por cima do goleiro Valdes.

Naquele momento o Chelsea fazia o improvável: se classificar para a grande final. Logo no inicio da segunda etapa, Messi perdeu um pênalti, e o jogo voltou a ser ataque contra defesa. Bolas na trave, chutes rasteiros, colocados, fortes, com toque de classe, nenhum deles ultrapassava o ônibus que os jogadores do Chelsea colocaram na frente do gol. Fernando Torres, o jogador mais questionado do Chelsea, marcou um gol que pôs fim ao sofrimento azul. 92′ e um 2×2 de tirar o fôlego de qualquer pessoa que assistisse ao jogo.

A batalha no Camp Nou foi inesquecível:

Chelsea x Bayern München – Final

Chegado o grande dia. Pela segunda vez na história o Chelsea chegava à final do maior torneio do mundo. A partida, que normalmente é disputada em campo neutro, desta vez seria realizada no campo do adversário. Em sorteio realizado previamente, foi decidido que a finalíssima seria disputada no Allianz Arena, justamente a casa do Bayern. Os alemães já haviam eliminado grandes equipes, tais como Olympique de Marseille e Real Madrid.

A primeira etapa foi um tanto apática e sem brilho. O Chelsea, que vinha se destacando com uma grande defesa, não atacou muito e preferia esperar o adversário. O Bayern era um time ofensivo, mas não tanto quanto o Barcelona, e talvez pelo nervosismo de jogar em casa, também não descuidou da defesa e não se infiltrou no campo dos Blues.

No segundo tempo, as coisas começaram a mudar de figura. O Chelsea chegou com perigo algumas vezes no gol adversário, mas foi o Bayern que acabou marcando um gol. Thomas Müller abriu o placar aos 83 minutos. Mais uma vez os Blues batiam na trave. Era isso que todos pensavam, não seria desta vez que o Chelsea conquistaria a Champions League. A torcida rival já comemorava o título e poucos acreditavam na reação azul. Mas o Chelsea ainda tinha uma carta na manga: Didier Drogba. Aos 88′ o herói londrino marcou o gol de empate.

Drogba estufou as redes em Munique (Foto: Getty Images)

O jogo foi pra prorrogação e, aos 94′, Drogba cometera pênalti. Arjen Robben foi para a cobrança, e quando tudo parecia perdido mais uma vez, outro milagre apareceu. Seu nome: Petr Cech. O empate se manteve e a decisão do título foi para os pênaltis.

Juan Mata, eleito o grande jogador da temporada, perdera a primeira cobrança do Chelsea. Lahm marcou pelo Bayern, seguido pelos companheiros Gomez e o goleiro Neuer, que também converteram suas cobranças. David Luiz e Frank Lampard marcaram pelo Chelsea.

Nessa altura, o placar era de 3×2 a favor do Bayern. Petr Cech defendeu dois pênaltis seguidos, de Olic e Schweinsteiger, enquanto Ashley Cole igualava o placar. Essa era a última etapa do tão sonhado título. Didier Drogba na bola, no que seria seu último toque antes de deixar para sempre Stamford Bridge: bola de um lado, goleiro do outro. 4×3 nos pênaltis. Chelsea campeão europeu pela primeira vez. O dia mais marcante da vida de qualquer torcedor Blue!

Porque recordar é viver:

Na defesa do título, Blues têm pela frente campeões nacionais

No sorteio realizado em agosto, o Chelsea entrou como cabeça de chave e caiu no Grupo E, juntamente com Juventus, Shakthar e Nordsjaelland. Curiosamente, as três equipes foram campeãs nacionais.

Na primeira rodada do grupo, as duas equipes apontadas como favoritas – Chelsea e Juventus – duelam na busca de uma estreia com “pé direito”. Como na temporada passada, o Chelsea faz sua primeira partida em casa (ano passado, contra o Bayern Leverkusen). O jogo tem pesos diferentes para as duas equipes.

Grupo E tem campeões e estreantes (Foto: desportoglobal.com)

Enquanto o Chelsea entra com a responsabilidade de defender o título, a Juventus tenta repetir a boa temporada feita no Calcio em 2011/2012 e provar para a Europa que ainda é uma das grandes forças do futebol no continente. De fora da última edição, os italianos apostam na mescla entre juventude e experiência para avançar na competição.

Juventus: buscando refazer o caminho da glória

Adversário de estreia (Foto: live.esport.ge)

Bicampeã da Europa (1984-85 e 1995-96), a Juventus está de volta a Liga dos Campeões após dois anos. A atual campeã italiana também é a maior detentora de títulos em seu país. Apesar de não poder mais contar com o ídolo Alessandro Del Piero, que se transferiu para o Sydney FC, da Austrália, o time dos brasileiros Rubinho e Lúcio tem ainda em seu elenco os campeões mundiais Gianluigi Buffon – tido como um dos melhores goleiros do mundo – e Andrea Pirlo, que após 10 anos no Milan, chegou ao clube da cidade de Turim na temporada passada, e foi o melhor jogador do Campeonato Italiano.

A velha senhora (Vecchia Signora, em italiano) – como é carinhosamente chamada pelos seus torcedores e admiradores – fez sua primeira aparição na competição mais importante da Europa na temporada 1958-59. Defendendo o título de campeã de seu país da temporada anterior, o clube não passou da primeira fase. Após vencer a primeira partida por 3 a 1, a Juve levou uma sonora goleada de 7 a 0 para o SK Rapid Viena, na partida de volta, e deu adeus ao torneio, numa época em que a competição era disputada na forma de mata-mata desde o seu início.

A partir daí, o clube acumulou algumas eliminações na primeira fase, quartas de finais e semifinais, além de dois vice-campeonatos – Ajax (1973) e Hamburgo (1983) – e várias ausências na competição devido a insucessos na liga nacional. Foram 26 anos até a equipe italiana chegar ao seu primeiro título da Liga dos Campeões. Em 1985, com gol do ídolo francês Michel Platini, o time derrotou o Liverpool, consagrando-se campeão europeu pela primeira vez em sua história.

Láurea na Champions aconteceu em 1985 (Foto: uefa.com)

Onze anos depois, já no sistema de grupos, a equipe passou por um grupo com Borussia Dortmund, Estrela de Bucareste e Glasgow Rangers, e despachou Real Madrid e Nantes na fase eliminatória, antes de chegar à final contra os holandeses do Ajax. Após o empate no tempo normal (1 a 1), os italianos levaram a melhor nas penalidades (4 a 2) e conquistaram o continente pela segunda vez.

Bicampeã em 1995/96 (Foto: whoateallthepies.tv)

De lá para cá, a equipe amargou outros três vices – Borrúsia Dortmund (1997), Real Madrid (1998) e Milan (2003). O escândalo de armação de resultados no campeonato italiano não apenas tirou o escudeto do clube no ano de 2006, como também rebaixou a equipe para a Série B italiana. Mesmo voltando à elite no ano seguinte, o time não teve forças para brigar por grandes títulos, acumulando ausências e eliminações precoces na Liga dos Campeões. Desta vez, o título de atual campeão nacional pode ser um indício de que o clube está mais forte que nas últimas participações e pode, quem sabe, brigar pelo terceiro troféu de sua rica história.

Chelsea e Juve se enfrentaram em 2009 (Foto: Zimbio)

No histórico contra o Chelsea, apenas duas partidas pela UEFA Champions League. Em 2009, dois jogos pelas oitavas de final da competição. No primeiro, em Turim, o empate em 2 a 2 deu uma pequena vantagem para o Chelsea. Na volta, em Stamford Bridge, os Blues venceram com um gol do marfinense Didier Drogba, e avançaram para as quartas do torneio.

A Champions League 2012/2013 terá mais dois confrontos entre Chelsea e Juve e os duelos podem definir o primeiro colocado do grupo – isso se a lógica do futebol prevalecer e as duas outras equipes não surpreenderem. Quarta-feira é dia de dar o primeiro passo na busca do bicampeonato. E que seja com vitória!

Texto produzido por: Luis Eyer, Maria Akemi e Patrick Monteiro.

O Bluecast Brasil, Podcast do Chelsea Brasil, também falou sobre a caminhada do Chelsea na temporada 2011/2012. Escute esse papo descontraído no Bluecast Brasil – De Cenouras-Boas para a Champions League.

Category: Conteúdos Especiais

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Article by: Chelsea Brasil

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