Com apenas quatro ingleses, Chelsea é o time com mais estrangeiros na Premier League

Foram raros os tempos em que a Seleção Inglesa de Futebol destoava da maioria em competições internacionais. Após a conquista da Copa do Mundo de 1966 em casa, seguida por um terceiro lugar na Eurocopa de 68 – a melhor colocação de sua história na competição -, o combinado do país jamais voltou a conquistar uma posição de destaque no cenário mundial.

Durante anos, a Inglaterra sofreu em especial com a escassez de jovens talentos, o que acabou levando a seleção a manter uma base com idade média avançada até a última Copa, em 2014. Apesar da eliminação na primeira fase, a equipe britânica apresentou algo que devolveu ao torcedor inglês a esperança de dias melhores: um elenco jovem e talentoso, mandado a competição não para conquistar o título, mas para ser preparado para brigar entre os favoritos em 2018.

A falta de jogadores aptos a defender a seleção e de jovens revelações, no entanto, é um problema que atormenta não apenas o combinado nacional ao longo dos anos, mas que também se tornou marca de uma das principais ligas de futebol do mundo, a Premier League. E o Chelsea, como um dos gigantes da divisão, é a prova material disso.

Desde que o clube londrino foi comprado pelo magnata russo Roman Abramovich, os estrangeiros passaram a ser maioria entre os Blues. O próprio elenco atual, comandado por um técnico italiano, é composto por 26 jogadores e apenas quatro deles são de nacionalidade inglesa. Além disso, entre estes quatro, apenas dois vem das categorias de base do Chelsea.

Em um comparativo entre os elencos dos últimos cinco anos, é possível ver um crescimento “assustador” do domínio estrangeiro no clube. Em 2013/2014, o elenco principal – somado a atletas da base que complementavam a equipe quando necessário – era composto 75% por atletas não ingleses. As duas temporadas seguintes mostraram uma pequena queda, não passado da casa dos 60%, mas os números voltaram a subir em 2016/2017, quando chegaram à 78,3%. No entanto, é na atual temporada que se concentra o maior número de jogadores vindos de outros países dos últimos anos, somando um total de 84,6% – o que faz do Chelsea o clube com mais estrangeiros na atual edição da Premier League.

Quando levados em consideração os números das demais equipes que compõe o ‘Big Six’, apesar de ter o elenco mais enxuto, o Chelsea mantém boa vantagem na atual temporada também. Enquanto apenas 61,5% dos atletas que atuam pelo Liverpool não são ingleses – menor número entre os gigantes do país -, o clube que mais se aproxima dos Blues em proporção é o Manchester City, com 77,3% do elenco estrangeiro.

Não se pode dizer, porém, que o culpado por esse “domínio não-inglês” é da administração de Abramovich. Além deste crescimento ter sido uma tendência dos últimos anos graças ao grande volume de dinheiro que circula na liga inglesa, em nenhum momento de sua história o Chelsea alcançou o status de referência na formação de atletas. Não a toa, o último jogador revelado pela base do clube a se destacar como profissional foi John Terry, promovido pelo técnico Gianluca Vialli em 1998. Já os estrangeiros, mesmo não tendo sido a maioria no passado, sempre estiveram em bom número e com muito destaque entre os Blues.

Essa marca, que existe com muita força na história do Chelsea, tem seus aspectos positivos e negativos, como não poderia deixar de ser. A diversidade que compõe os elencos de equipes inglesas nos últimos anos é, inegavelmente, um dos fatores que tornam a Premier League tão competitiva e popular ao redor do mundo. Por outro lado, a grande quantidade de atletas estrangeiros acaba diminuindo – na teoria – o espaço dos ingleses; mas é importante lembrar que esta aumenta a competitividade dentro do futebol, onde se sobressaí aquele que estiver mais preparado.

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Article by: Chelsea Brasil

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